Rômulo, a exceção da regra
Por Heron Cid – Do Jornal Correio da Paraíba
Por tudo que estamos vendo, a atividade política, de tão depreciada, virou quase sinônimo de esperteza. A moda agora, até entre seus agentes, é se desvencilhar do termo político e se associar a atuações mais em evidência, como transparência, interação nas redes sociais e, em alguns casos, distanciamento partidário.
Rômulo José de Gouveia resiste. É o que podemos chamar de um político, no sentido mais estrito da palavra. Na Paraíba, talvez, o que na atualidade melhor encarna a característica, sem perder o equilíbrio entre a agenda parlamentar e a velha prática do atendimento dos correligionários e eleitores, como mandamento.
Quem acompanha, sabe: Rômulo é um gigante nesse mister. Nem o peso acima da média, lhe tira a energia e a desenvoltura para cumprir rigorosamente a tarefa diária de atender e retornar a telefonemas, que vão do ministro Gilberto Kassab, em Brasília, até dona Nenzinha, no Zé Pinheiro.
Nos compromissos, Rômulo faz milagres para marcar presença em todos. Do jeito que não perde uma solenidade cheia de pompas em João Pessoa, seja no TCE, Assembleia, Ministério Público ou Tribunal de Justiça, também não deixa de chegar pontualmente à noite em Campina, por exemplo, para a formatura de um eleitor.
E faz isso cotidianamente com um adendo que lhe diferencia, o prazer, um sentimento que lhe diferencia de quem até tenta fazer parecido, mas por mera obrigação e sacrifício pessoal. Rômulo gosta de despachar e tem realização pessoal quando consegue resolver ou ser intermediário das demandas que lhe chegam.
O mais intrigante é que Gouveia se mantém nessa linha sem perder o foco parlamentar. Definitivamente, como deputado não tem nem de longe um mandato apagado. Mantém razoável e regular estoque de matérias legislativas em tramitação na Câmara e vive de ministério em ministério cavando recursos para sua base aliada. Definitivamente, de uma espécie quase em extinção, é um caso à parte.