RICARDO EM MENSAGEM AOS DEPUTADOS NA ASSEMBLÉIA: “O trabalho venceu a crise” - O DISCURSO

Sendo o único estado do Brasil a assegurar abono natalino para os beneficiados do Bolsa Família. Investindo 4 milhões de reais em reforma e melhoria dos asilos, como vem sendo feito pelo Projeto Acolher. Criando ambulatórios de saúde integral para Travestis e Transexuais, como o que foi feito no Clementino Fraga

Discurso do governador Ricardo Coutinho na abertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa

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Senhor presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, deputado Adriano Galdino

Aos que nos assistem pela TV Assembleia,

Companheiros e companheiras,

Meus senhores e minhas senhoras,

No instante em que venho a esta Casa, mais uma vez, para ler a mensagem do Poder Executivo na reabertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa da Paraíba renovam-se em mim as esperanças na continuidade do processo de colaboração entre esses dois poderes em favor da Paraíba e da melhoria da qualidade de vida do nosso povo, respeitadas, naturalmente, suas autonomias constitucionais e as legítimas e necessárias diferenças políticas de seus integrantes.

Nunca se fez tão necessária uma conexão franca, transparente e amadurecida entre os entes constituintes deste Estado. E deste país. É o presente do nosso povo que está em jogo. E o futuro da nossa nação que está na mira.

Acompanhamos de perto e – pior – temos sido vítimas diretas do mal que se pode fazer a um país a insensatez do uso de um poder contra o outro pelo simples e único fito de chancelar forças políticas divergentes. E, mais grave, sem a mínima motivação de solucionar, efetivamente, os problemas que crescem diante de nós.

 

Uma postura fratricida. Autofágica. Imprudente. Coisa de escorpião que ferroa no meio da caminhada até aquele que o ajuda na travessia do rio.

 

A atual situação econômica que enfrenta o Brasil, com reflexos diretos em todos, sem exceção, estados brasileiros, deve servir como amálgama resistente na união de todas as forças em combate. Porque o mal que uma economia abalada pode causar a uma nação não escolhe gênero, faixa etária, região, raça, cor, classe social. Atinge a todos. Derruba e desconstrói tudo, como uma barragem que se rompe no meio da noite.

 

Não gostaria, claro, de trazer a esta Casa, neste dia em que prefiro falar em renovação das esperanças, uma mensagem de pessimismo. Ao contrário. Me considero um visionário, um incansável perseguidor de sonhos. E, como todo ele, um otimista. Mas também nunca fui, e nunca serei, um cronista do irreal, do fantasioso.

 

Tivemos em 2015 algo que minha década de experiência no Poder Executivo pode afirmar sem medo de ser contestado por economista algum:  o pior dos últimos dez anos neste país. O PIB brasileiro despencou para -3,0% no primeiro trimestre de 2015. O desemprego atingiu metas dos últimos anos, chegando a 8,4%. A inflação idem, chegando a 10,71%.

 

Aqui na Paraíba os efeitos foram violentos. Deixamos de receber nos últimos cinco anos cerca de 791 milhões de reais nos repasses do Fundo de Participação dos Estados! Este ano de 2016, já começamos amargando uma perda preocupante. Todo o FPE de janeiro foi 37 milhões menor do que o mesmo período do ano passado. Em 2015, o pagamento da dívida pública cresceu 27%, grande parte devido à variação cambial. Mesmo com as quedas profundas na receita, mantivemos os pagamentos de pessoal em dia. Somos o único Estado que desde janeiro de 2011, paga sua folha de pessoal dentro do mês trabalhado. Ainda, por que a continuar essa queda de arrecadação, será impossível manter essa condição. Também, mantivemos rigorosamente em dia o repasse dos duodécimos, incluindo o crescimento muito acima da inflação.

 

E o ano 2016 dá sinais de manter-se no mesmo rumo porque uma economia não se muda simplesmente com a troca do calendário que temos sobre a mesa.

 

É hora sim, portanto, de nos unirmos. De nos protegermos ainda mais. Para tanto, não hesito em reduzir as despesas da máquina, de substituir veículos oficiais dos secretários por carros de custos mais baratos, nem revisar contratos já firmados, dividindo com muitos o sacrifício que deve ser de todos. Enfim, como sempre digo, de fazer muito mais com menos.

 

Para alguns teóricos da economia, os investimentos públicos em obras e ações são a melhor forma de se livrar da recessão, de enfrentá-la e vencê-la, gerando emprego e renda. Vemos assim também.  E, enquanto o governo federal corta drasticamente seus investimentos para assegurar equilíbrio fiscal e as receitas dos estados despencam, temos nos esforçado para fazer nossa parte. Tanto que podemos dizer hoje aqui com satisfação que em 2015, apesar das quedas de receitas, pagamos em obras que estão em curso na Paraíba mais de 640 milhões de reais! E isso é muita coisa diante deste cenário.

 

Ao longo desses cinco anos, foram mais de seis bilhões em investimentos. Não por menos fechamos o quinquênio 2011-2015 com uma das melhores médias de geração de emprego do Brasil. Um saldo de 87 mil novos empregos, segundo dados do Caged, gerando uma variação de 15% a mais do que o número de assalariados em 2010. Percentual superior à média nacional no mesmo período, que foi de 8,99%.

 

Se as quedas das receitas não gritassem em nossos ouvidos, e não saltassem aos nossos olhos, rastreando as conquistas e as transformações que, a muito custo, conseguimos concretizar aqui na Paraíba, poderíamos até arriscar a falar num ambiente de prosperidade em 2015.

 

Para não dizer tanto, reconheçamos que, se em 2014 o trabalho venceu o discurso falso, no ano passado o trabalho venceu a crise.

 

Acompanhem comigo. 2015 foi o ano em que entregamos a Vila Olímpica em João Pessoa, investimentos de 30 milhões de reais, assegurando à Paraíba um dos mais modernos centros de treinamento olímpico do Brasil. Palco para competições nacionais e espaço para treinamento de seleções internacionais,  a  exemplo  da  seleção  de  nado  sincronizado  da

Rússia, que atestou a qualidade de nosso parque aquático. Daqui a alguns dias, por aqui aportam as seleções de saltos ornamentais dos EUA e da Alemanha que se preparam para a principal competição do Planeta: as Olimpíadas, algo que nos banha de orgulho.

 

2015 foi o ano em que concluímos o Cento de Convenções ao entregar o Teatro Pedra do Reino, com seus quase três mil lugares, inserindo, definitivamente a Paraíba no mapa dos eventos mundiais. Quando eu vi, em novembro passado, nosso estado virar território da ONU, quando caminhei pelas dependências do Centro de Convenções ouvindo uma profusão de línguas diferentes, quando me sentei à mesa com autoridades mundiais e especialistas em Internet, me dei conta de que havíamos transposto um portal. Que havíamos entrado num mundo do qual não estávamos nem próximo da atmosfera. Que havíamos chegado ao futuro.

 

Nada disso, porém, nos encheu tanto de orgulho quanto os elogios que ouvimos de muitos dos mais de quatro mil participantes de mais de 100 países, incluindo a organização do evento. O Centro de Convenções havia sido totalmente aprovado. E com ele toda a Paraíba.

 

2015 também foi o ano que entregamos mais uma escola técnica estadual, a de Mangabeira, em João Pessoa, mais um conjunto Cidade Madura, o de Campina Grande, e mais centenas de quilômetros de novas estradas.

 

Entregamos, entre tantas, a Estrada do Amor, em Cajazeiras, um sonho antigo da cidade, a estrada Campina a Catolé do Boa Vista, transformando uma região que está pronta para servir como expansão comercial e residencial da cidade, o Binário do Jatobá, em Patos e a estrada ligando Mataraca a Barra de Camaratuba, impulsionando o turismo do nosso litoral norte. Ao todo, só em 2015, foram quinze estradas novas com o asfalto implantado e 12 restauradas.

 

Ao todo, dentro do programa Caminhos da Paraíba, de janeiro de 2011 a janeiro de 2016, foram 88 estradas construídas ou restauradas, atingindo exatos 1.640 quilômetros de novas estradas, num investimento total de 653 milhões de reais! Fazendo avançar assim uma marca já reconhecida de nossa gestão de tirar cidades do isolamento, diminuindo distâncias e aumentando oportunidades.

Neste caminho, entramos em 2016, prevendo entregar mais 18 novas estradas!

 

Entre elas: BR-230 a Olivedos, Cabaceiras a São Domingos do Cariri, Serra Branca a Coxixola, São José De Piranhas a Carrapateira, Manaíra a Santana de Mangueira, Desterro a Cacimbas, Pedra Branca a Nova Olinda, Pilar a Juripiranga, São José de Piranhas a Carrapateira, Conceição a Santa Inês e o acesso à Praia de Coqueirinho, no litoral sul.

 

Não por menos, fomos listados em pesquisa recente, feita por uma consultoria americana a serviço de uma revista de circulação nacional, entre os três estados mais competitivos do Brasil no quesito infra-estrutura.

 

Neste ponto, e para combater efetivamente, e não com discurso político barato, os problemas da estiagem em nosso estado, também conseguimos manter os investimentos num dos mais profundos e amplos projetos de segurança hídrica da Paraíba, assegurando a continuidade do programa de construção de 878 quilômetros de adutoras, bem como obras do porte do Canal Acauã-Aracagi.

 

No programa de adutoras, cujo investimento total chega a mais de 640 milhões de reais, o governo já entregou 135 quilômetros e ainda neste primeiro semestre inaugura mais 150 quilômetros, a exemplo das adutoras de Pocinhos e São José da Mata, Aroeiras-Gado Bravo, Coxixola, Santo André, Umbuzeiro e Santa Cecília trazendo as águas de Natuba, Triunfo, Barragem de Pitombeiras, além de tantos outros. Com 112 quilômetros de extensão, o Canal Acauã-Araçagi também terá o seu primeiro lote,  com  42  quilômetros,  inaugurado  ainda  este ano, caso não

 

um contigenciamento maior ainda dos recursos da parte federal à obra. Da mesma forma que prevemos entregar o Sistema Adutor da Nova Camará, e ainda no primeiro semestre deste ano a nova Barragem de Camará, que marcou nossa história com uma tragédia da qual, infelizmente, todos nós lembramos.

 

Completamente conscientes da gravidade dos efeitos da seca, enquanto torcíamos pelas chuvas, no ano passado, lançamos o programa Viva Água, assegurando a adoção de medidas emergenciais, como a perfuração de poços, construção de cisternas, circulação de carros pipa e implantação de adutoras emergenciais, barragens subterrâneas, entre outras. Somente em cisternas, já entregamos mais de dez mil em todo estado. As redes sociais estampam as alegrias nos rostos das pessoas ao verem a água jorrar nos poços perfurados no Cariri, Serido e Curimatau paraibanos.

 

Este ano, já começamos, graças a Deus, com os alvissareiros registros de chuvas em diversas regiões do nosso estado. Rezemos para que elas continuem e que possam encher nossos açudes.

 

Antes de tomarmos o caminho de 2016, no entanto, permitam-me continuar navegando pelas correntes que nos levam às conquistas de 2015.

 

Na Saúde, dando sequência à revolução que implementamos na área, ao construirmos e reformamos novos dez hospitais, aumentando nossa capacidade em leitos hospitalares num índice histórico, entregamos no ano passado, na presença do então ministro da Saúde, Artur Chioro, reforma e ampliação do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, investindo no total cerca de R$ 6 milhões com estrutura e aquisição de equipamentos. Entregamos 22 novas ambulâncias e reformamos o ambulatório do Hospital Arlinda Marques, na Capital.  Ao  todo,  durante  os  anos  em que estamos conduzindo

 

este governo, entre construção de hospitais, de Unidades de Pronto Atendimento, entrega de ambulâncias, modernização de unidades hospitalares, entre outras, investimentos a mais cerca de 187 milhões de reais em saúde, afora, naturalmente, as verbas para custeio e manutenção dos serviços prestados em todo o Estado.

 

De tantas ações, uma em especial nos reafirma que vale a pena toda luta e sacrifício. Trata-se da Rede de Cardiologia Pediátrica. Implantada em 2011, após convênio firmado com o Círculo do Coração, a Rede tem ajudado a salvar vidas de milhares de crianças na Paraíba, que até pouco tempo tinham que deixar o estado em busca de tratamento de seus problemas cardíacos. Hoje, nos antecipamos. E, com um sistema moderno de acompanhamento, seguimos as batidas dos corações de nossas crianças onde quer que elas estejam. E chegamos juntos antes mesmo que elas precisem. Já são mais de 119 mil pacientes atendidos, entre gestantes e crianças, exames realizados e 491 cirurgias realizadas.

 

E o resultado de tudo isso se traduz numa certeza de que os corações da nova geração estão prontos e protegidos para pulsar em direção as conquistas ao futuro.

 

O sucesso do modelo adotado pela Rede de Cardiologia Pediátrica é tanto que estamos reproduzindo em outro programa, o Alô, Mãe, lançado recentemente, em fase de implantação.

 

Nascido da premente necessidade de assegurar assistência às mães diante dessa guerra que o Brasil todo enfrenta contra o mosquito Aedes Aegpity, cuja gravidade nos estimulou a lançar um amplo Plano Estadual de Combate, que inclui campanhas publicitárias de conscientização, contratação de agentes, ações de extermínio dos focos, entre outras, o Alô, Mãe, inicialmente um centro de atendimento telefônico para dúvidas e direcionamentos, pretende se apresentar como uma grande rede de acompanhamento pré-natal e neonatal na Paraíba. A fim de que possamos, ainda mais, avançar na luta contra a Razão de Mortalidade Materna e a mortalidade infantil no Estado, cuja redução de cerca de 20% pôde ser medida nestes cinco anos.

 

A ideia é criar um cadastro em que será possível com pessoal treinado fazer o acompanhamento direto das mães parturientes deste estado. O serviço prevê que as mães recebam ligações regulares questionando sobre o cumprimento dos procedimentos do neonatal, indicando locais de atendimento e orientando sobre dúvidas e problemas do pre natal e pós parto. Com isso, será capaz de identificar antecipadamente riscos e criar um verdadeiro catálogo de nasciturnos na Paraíba, servindo com mapa para facilitar na assistência direta.

 

Por ora, o foco tem sido não deixar nascer o mosquito Aedes. Precisamos nos unir contra isso também. Por se a crise econômica assusta. O mosquito mata. E como a crise, sem selecionar vítimas por classe social. Criamos um aplicativo, o Aedes na Mira, já compartilhado gratuitamente com sete estados, que gelo-referencia a foto tirada pelo celular e envia para a nossa sala de situação permitindo a devida ação por parte do Poder Público. Renovo, portanto, o apelo para que juntos possamos enfrentar essa guerra. Sabemos que quase 90% dos focos do mosquitos estão nas residências. O governo, neste sentido, tem feito a sua parte. A Paraíba é o estado brasileiro com o maior número de visitas a domicílios num bom trabalho em parceria com municípios, bombeiros militares e exército brasileiro. Mas não há quem possa, nem mesmo o Aedes, com os quase 200 milhões de brasileiros, se todos decidirem eliminar os criadouros, acabando com tudo o que pode permitir o acúmulo de agua parada.

 

Uma questão de educar-se.

 

A propósito, relembrando nossos passos na educação desse estado, encontramos alguns avanços, cujos frutos já podem ser notados.

 

Entramos definitivamente no ideal do ensino útil na Paraíba. Colocamos em funcionamento as escolas técnicas estaduais de Bayeux, Mamamguape e João Pessoa. E vamos entregar ainda no primeiro semestre deste ano as unidades de Cajazeiras, São Bento e Cuité. Os 386 laboratórios de robótica implantados e os 300 laboratórios de matemática, a exemplo da revolução que praticamos em João Pessoa, quando da gestão na prefeitura, mostram porque nossos alunos demonstravam estar à vontade durante a Robo Cup, realizada em 2014 no Centro de Convenções, ao conversar com especialistas em robótica do mundo inteiro.

 

Construímos, reformamos e ampliamos 179 escolas, investindo cerca de 190 milhões de reais, e, só em 2015, entregamos 60 escolas, sendo 15 novas e 45 reformadas.

 

Iniciamos, em 2016, uma nova história na educação pública com as escolas cidadãs integrais de ensino regular ou técnico. Direções e corpo docente escolhidos em seleções públicas, quarenta horas, dois turnos para alunos e professores, projeto de vida para o estudante. Iniciaremos com 22 escolas com a progressão anual em nosso horizonte.

Para estimular nossos professores e educadores, pagamos, ao longo desses cinco anos, e mesmo em tempos de recessão, 104 milhões de reais em décimo quarto e décimo quinto salários com os prêmios Mestres da Educação e Escola de Valor.

 

Agora, decidimos avançar além fronteiras e ousamos, na perspectiva de dar ao nosso estudante muito mais do que um papel de aprovação escolar, implantar um amplo programa de intercâmbio para que alunos matriculados na primeira série do ensino médio da rede pública, bem como professores efetivos licenciados em Inglês, possam estudar em escolas secundaristas de Língua Inglesa no país de origem. É o Gira-Mundo. Na semana passada, abrimos as inscrições para selecionar os primeiro 50 alunos que serão enviados, com custos bancados pelo governo do Estado, para estudar no Canadá. Os selecionados já viajam em setembro. E eu quero vê-los em breve como cerimonialistas ou receptivos dos próximos eventos internacionais a serem realizados no nosso Centro de Convenções.

É nesse ritmo que temos tocado nossa educação. Querendo fazer com que nossa criança e nosso jovem possam entrar na vida adulta com afinidades, técnicas, aptidões já definidas, facilitando o acesso ao mercado de trabalho, e aflorando potencialidades que, muitas vezes, nem chegam a se desenvolver por falta de oportunidades.

 

Oportunidades como a que temos oferecido com o PRIMA, Programa de Inclusão Através da Música e Artes. Certamente uma das mais transformadoras ações desta gestão. Já são mais de 1.200 alunos espalhados em 11 pólos, tendo contato com a música clássica e popular, aprendendo instrumentos clássicos diversos e se apresentando em orquestras aqui e lá fora. Em recente visita à Paraíba, Geraldo Vandré se mostrou incrédulo de que do PRIMA, ou de projetos semelhantes, pudesse sair algum virtuoso músico. Chamei-o para assistir a uma apresentação do PRIMA num evento no novo Espaço Cultural. Ao final, ele pediu desculpas. E completou: “Desconsidere minha descrença”. Independentemente disso, da possibilidade de identificar um grande talento, o poder transformador do PRIMA, que condiciona o ingresso à assiduidade na sala de aula, está em afastar nossas crianças das drogas, do crime ou simplesmente da ociosidade. Não esquecerei jamais, nem mesmo quando a política não for mais minha trincheira de luta, a história de um garoto de 13 anos, aluno do PRIMA, que numa discussão com um professor na sala de aula, disse: “Só não lhe dou um tiro na cara porque gosto de tocar violino”.

 

São essas crianças que estão sendo afastadas do mundo crime e da violência. É por elas que tocamos este governo com a sensibilidade social que nos inspira a compor as mais belas e transformadoras histórias deste tempo.

 

Aliás, eis um tema que tem suscitado tantos debates: segurança pública.

 

A criminalidade, seja pela acentuação das necessidades sociais, seja pelas drogas, ausência de uma política nacional, impunidade, ou qualquer outro fator, tem avançado em todo Brasil.

 

Mas é preciso registrar que nunca se prendeu tanto quanto na Paraíba. Somente em 2015 foram 838 mandados de prisão cumpridos. Cerca de 20 mil pessoas conduzidas à delegacia! O número de operações policiais cresceu 141% de 2014 para 2015. Foram ao todo 1.916 operações no ano passado. Abordagens a motocicletas, transporte mais utilizado entre os que praticam assaltos, pulou de 70 mil para 151 mil em 2015. O número de veículos recuperados subiu 49%. 3.304 armas foram apreendidas, dando uma média de nove armas por dia.

Mas, infelizmente, ou intencionalmente, a notícia de um corpo baleado dentro de algum estabelecimento comercial não corre tão lentamente quanto a notícia da prisão dos acusados pelo tal crime cometido.

 

A notícia de que a Paraíba reduziu pelo quarto ano consecutivo o número de homicídios, reduzindo de 44,3 para 37,8 a taxa por 100 mil habitantes, também não atrai. Mas pra quê mexer com isso se o melhor é estimular a sensação de insegurança?

 

Eu, de minha parte, continuo acreditando no esforço de nossas polícias e, por causa disso, investindo cada vez mais para que tenham condições dignas de trabalho e estímulo para proteger nossa sociedade, algo de que por muitos anos foram negligenciados. Em 2015, entregamos a nova Central de Polícia em João Pessoa, uma das mais modernas do Brasil. Compramos mais viaturas, novos coletes a prova de bala. Formamos 1.564 novos soldados da Polícia Militar, entres eles 520 provenientes de concurso realizado nesta gestão. Atingimos a marca histórica de 4.700 promoções, sendo 4.034 praças. E implantamos 21 Unidades de Polícia Solidária.

Pagaremos o maior prêmio aos profissionais da segurança pública desde que foi criado, isso em função dos resultados obtidos no segundo semestre de 2015. São mais de 7,2 milhões, demonstrando o empenho e os resultados dos que fazem a nossa política de segurança pública.

Não sejamos hipócritas. Só quem poderia falar em segurança pública na Paraíba é quem não foi um dia responsável por ela e deixou a taxa de homicídios crescer 26% ao ano.

 

Mas o ano que se desdobra em nossa frente supõe velhos e novos desafios. Reafirmo que não tenho medo de enfrenta-los. Mesmo sob o fantasma da crise econômica. Sou forjado na adversidade. Olho pra minha trajetória inteira, desde os tempos de menino em Jaguaribe, e não me lembro de ter visto nada fácil pelo caminho.

 

E vocês sabem, os que estão aqui dentro e os que estão lá fora, não tenho medo em fazer o que tem que ser feito para proteger meu estado, meus conterrâneos e os que escolheram  este lugar para morar. A opinião pública pra mim não é alguém a quem submeto todas as minhas ações. É uma conselheira sim. Mas não uma tirana. Uma consciência limpa é quem me governa, sob os decretos do respeito às leis e ao bem comum.

 

E a consciência de quem no dia 1º de janeiro de 2015 assumiu a condição de exercer um segundo mandato, com ou sem crise, cumprindo boa parte daquilo que disse no discurso de posse, como a implantação do Conselho Estadual de Transparência e Combate à Corrupção, e fazendo aquilo que não prometeu, que me proponho a seguir em frente.

 

Anunciando aqui e reafirmando a elaboração de um amplo e novo programa de obras e ações neste Estado, o Mais Trabalho. Que resultará num conjunto de intervenções, algumas já em execução, a exemplo do Viaduto do Geisel, em João Pessoa, o Hospital Metropolitano de Santa Rita, o Parque de Bodocongó, em Campina Grande, e o Hospital de Oncologia, em Patos, além de estradas e obras hídricas, e outras obras a serem iniciadas, resultado de novos projetos, com previsão de inauguração neste segundo mandato.

 

Para tanto, entre outras coisas, temos a tranquilidade dada a nossa solidez fiscal, atestada pela Secretaria Tesouro Nacional, de possuir uma margem de até 200% da nossa Receita Corrente Líquida, que foi de R$ 7,6 bilhões no ano passado, para asseguramos empréstimos e, consequentemente, garantirmos recursos necessários para mantermos o ritmo de investimentos que segura e revigora uma economia comprovadamente anêmica.

 

No mais, continuaremos a ser como sempre fomos. Tratando, verdadeiramente, os diferentes diferentemente.

 

Sendo o único estado do Brasil a assegurar abono natalino para os beneficiados do Bolsa Família. Investindo 4 milhões de reais em reforma e melhoria dos asilos, como vem sendo feito pelo Projeto Acolher. Criando ambulatórios de saúde integral para Travestis e Transexuais, como o que foi feito no Clementino Fraga. Abrindo novas formas de concessão de crédito para geração de emprego e renda, como foi feito com o Empreender Juventude, Empreender Mulher e o Empreender Cultural. Entregando mais 17 mil casas com habitabilidade como as mais de 12 mil que já foram entregues. Criando novas oficinas estaduais de órteses e próteses para fornecimento de material aos portadores de deficiência. (E duplicando o número de usuários da Funad, como se verificou de 2010 a 2015, quando se pulou de 2.507 para 5.338 o volume de beneficiados na Fundação), aliás, não existe um órgão, um setor, um serviço, uma política pública, que não tenha dado um grande salto nos dados referentes aos resultados entre o que existia mononucleose da gestão e hoje.

 

Sem precisar estampar foto no jornal forçando um abraço pra suprir a falta da ação efetiva.

 

Estaremos de pé mesmo quando alguns poucos teimarem em desejar o mal coletivo com o intuito de fazer a disputa política. Espantaremos com coragem aquilo que já se provou não suportar com os ventos que advém da força do trabalho. E seremos os primeiros a darmos as notícias, sejam más ou boas, contanto que reais, sem receio e sem ódio, ao adotarmos as medidas que consideramos necessárias para consolidação de um projeto que está fazendo da Paraíba um estado de futuro em permanente, fortalecido e duradouro estado de avanço.

Que Deus abençoe o retorno dos trabalhos dessa Casa, tão importante para o desenvolvimento e crescimento do nosso Estado.

 

Viva o Trabalho!

 

Obrigado, Paraíba!