eleições 2020

Rama Dantas promete gestão com participação de conselhos populares

Rama destacou que não faz parte de nenhum grupo tradicional e pontuou sua trajetória como professora, mulher, negra e funcionária pública

A penúltima convidada da rodada de entrevistas com candidatos a prefeito de João Pessoa foi Rama Dantas (PSTU).

Rama destacou que não faz parte de nenhum grupo tradicional e pontuou sua trajetória como professora, mulher, negra e funcionária pública. “Sou uma lutadora todos os dias”, disse. Ela afirmou que a decisão de disputar a prefeitura veio porque acredita que quem vai mudar a vida do povo pobre é ele mesmo. “Como trabalhadora vamos ocupar esse espaço. O direito é nosso e precisamos de um processo revolucionário que inverta a lógica de que quem dirige nossa cidade, país e estado, são as oligarquias, porque elas vão governar para elas e precisamos construir uma cidade voltada para os anseios do povo pobre”, afirmou.

Aprendizado da eleição passada
A candidata reclamou que o processo eleitoral não é democrático, pois não existe igualdade. “Os partidos que detêm o poder econômico são os que controlam e a classe trabalhadora não tem acesso. Tínhamos pouco tempo de TV na última eleição, hoje não temos nada, nem guia eleitoral, nem financiamento igualitário. O que nos resta são as entrevistas onde dialogamos com a população”, disse.

Rama destacou que não aceita recursos de empresários e que a campanha tem sido bancada por doações dos trabalhadores, militantes e amigos e que está mais focada para as redes sociais. “Estamos evitando ao máximo atividades presenciais, haja vista que o estado voltou para a bandeira laranja. Evitamos e condenamos os candidatos que estão fazendo, aglomerando pessoas com caminhadas nos bairros, aglutinando e colocando em risco as pessoas. Vemos nos últimos dias o aumento dos casos de covid-19 e mortes. Precisamos ter consciência que a eleição não pode colocar em risco a vida das pessoas”, ressaltou.

Emprego
Para Rama Dantas, um grande plano de obras públicas na área de saúde, educação e moradia vai gerar emprego e renda no município. Esse plano será voltado para os trabalhadores e não com foco no empresariado. Além disso, ela destaca que não vai pagar a dívida pública, pois considera que ela já foi paga. “Os banqueiros enriqueceram mais e mais às custas do povo, em plena pandemia os banqueiros aumentaram seu lucro em mais de 27%. É daí que vamos retirar o dinheiro para garantir o plano de obras públicas”, explicou.

Educação
A candidata ressaltou que a Educação deve ser gerida pelos professores, pais e alunos e que vai retomar a eleição dos gestores pela comunidade escolar. “A educação vai ser discutida de forma democrática pelos que a fazem. E será voltada para a construção de pessoas críticas, cidadãos revolucionários. Hoje temos um sistema educacional que é um depósito de crianças, as escolas estão sucateadas e os trabalhadores com baixa remuneração”, disse. Ela denunciou ainda que mais da metade dos trabalhadores da área hoje são prestadores de serviço de que isso faz com que eles sejam vítimas fáceis de assédio moral. “Vamos acabar com isso e fazer concurso para que todos tenham dignidade na prefeitura”, garantiu.

Transportes públicos
Como usuária, Rama afirmou que a realidade do trabalhador que utiliza o serviço é cruel e promete quebrar o monopólio das empresas. A candidata prometeu criar uma Empresa Municipal de Transporte Público que visa reduzir a tarifa além de criar o passe livre para alunos, desempregados, idosos e deficientes.

Barreira
A professora aponta que por ser bióloga observa que a barreira é um patrimônio natural da cidade “extremamente desprezado”. Ela lembrou que há muitos anos se discute uma intervenção no local, mas que o que está sendo feito, não resolve o problema, além de destruir o ecossistema. Ela defende uma parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Além disso, Rama também aponta a necessidade de preservar os rios da Capital e utilizar o potencial turístico dos resquícios de Mata Atlântica, como a Mata do Buraquinho.

Apoio no segundo turno
Caso não seja escolhida para ir ao segundo turno, Rama alegou que não existe nenhuma candidatura, entre as que estão postas, que represente o projeto socialista e revolucionário de transição para uma cidade mais justa e igualitária. “No segundo turno estaremos ao lado dos trabalhadores”, afirmou.

Críticas a Bolsonaro
Questionada se buscaria recursos com o governo federal caso eleita, Rama afirmou que Bolsonaro representa tudo o que ela acredita que não vai melhorar as condições do povo e afirmou que o governo se mostrou contra os trabalhadores e a favor dos empresários, latifundiários, além de ser “capacho de Trump”. “Ele atacou desde o primeiro instante todos os direitos do trabalhador, retirou direitos conquistados há 100 anos, flexibilizou relações de trabalho colocando os trabalhadores em risco”, disse e finalizou apontando que defende o “Fora Bolsonaro”.

Fonte: Paraíba.com.br
Créditos: Paraíba.com.br