Política

Raimundo Lira confirma apuração, na Comissão de Assuntos Econômicos, de suposta ação de cartel de bancos nas operações do câmbio

Plenário do Senado durante sessão deliberativa ordinária.Em pronunciamento, senador Raimundo Lira (PMDB-PB).Foto: Moreira Mariz/Agência Senado
Plenário do Senado durante sessão deliberativa ordinária.Em pronunciamento, senador Raimundo Lira (PMDB-PB).Foto: Moreira Mariz/Agência Senado

 

Plenário do Senado durante sessão deliberativa ordinária.Em pronunciamento, senador Raimundo Lira (PMDB-PB).Foto: Moreira Mariz/Agência Senado
Plenário do Senado durante sessão deliberativa ordinária.Em pronunciamento, senador Raimundo Lira (PMDB-PB).Foto: Moreira Mariz/Agência Senado

Vice-presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), o senador Raimundo Lira (PMDB-PB) confirmou que a CAE vai discutir, em audiência pública nesta quarta-feira (28), às 14h, denúncias de formação de cartel para manipulação das taxas de câmbio envolvendo o real e moedas estrangeiras. As práticas, segundo a denúncia, são anticompetitivas e teriam sido realizadas por 14 bancos e financeiras e 30 pessoas, por meio de chats da plataforma Bloomberg, entre 2007 e 2013.

Para o senador paraibano, as condutas, se confirmadas, podem ter comprometido a concorrência nesse mercado, prejudicando as condições e os preços pagos pelos clientes em suas operações de câmbio, de forma a aumentar os lucros das empresas representadas, além de distorcer os índices de referência do mercado de câmbio.

 

O superintendente-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Eduardo Frade, foi convidado para explicar o processo administrativo aberto em 2 de julho para investigar a denúncia. O processo apura também a manipulação de índices de referência do mercado de câmbio, tais como o do Banco Central do Brasil (PTAX), do WM/Reuters e do Banco Central Europeu. Esses índices de referência são usados como parâmetro por empresas multinacionais, instituições financeiras e investidores que avaliam contratos e ativos mundialmente, entre outros.

 

São investigadas no processo 14 empresas — Banco Standard de Investimentos, Banco Tokyo-Mitsubishi UFJ, Barclays, Citigroup, Credit Suisse, Deutsche Bank, HSBC, JP Morgan Chase, Merril Lynch, Morgan Stanley, Nomura, Royal Bank of Canada, Royal Bank of Scotland, Standard Chartered e UBS; e 30 pessoas físicas.

 

Fortes indícios – O parecer da superintendência do Cade aponta fortes indícios de práticas anticompetitivas de fixação de preços e condições comerciais entre as instituições financeiras concorrentes. Segundo as evidências, os investigados teriam feito um cartel para fixar níveis de preços (spread cambial), coordenar compra e venda de moedas e propostas de preços para clientes, além de dificultar a atuação de outros operadores no mercado de câmbio envolvendo a moeda brasileira.

 

Participantes – Além do superintendente-geral do Cade, Lira confirma que ainda foram convidados para a audiência pública, marcada para o Plenário 19 da Ala Alexandre Costa, Aldo Luiz Mendes, diretor de Política Monetária do Banco Central; Leonardo Gomes Pereira, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Murilo Portugal Filho, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban); e José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). A reunião deverá debater também a regulação do mercado de câmbio.