Brasil — O ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) como testemunha nas investigações sobre a possível tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A oitiva foi anexada recentemente ao inquérito que apura a conduta de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o período pós-eleitoral. Um dos depoimentos mais aguardados foi o do paraibano.
“Bolsonaro cabisbaixo e doente”, diz Queiroga
Queiroga disse ter se encontrado com Bolsonaro em duas ocasiões após a derrota eleitoral. Segundo ele, o ex-presidente estava muito abatido.
“Ele entrou num quadro muito profundo de tristeza com aquele resultado. Nem parecia a figura que ele é. Ficava muito cabisbaixo, praticamente não conversava. Respondia monossilabicamente”, relatou o ex-ministro.
Bolsonaro também sofria de erisipela, uma infecção de pele, durante esse período. Queiroga afirmou que chegou a se preocupar com a saúde física e emocional do presidente, mas ressaltou que ele conseguiu se recuperar nos dias seguintes.
“Nunca vi plano de ruptura institucional”
No depoimento, Queiroga afirmou que não teve acesso a nenhum documento ou minuta que tratasse de um plano de golpe. Ele também disse que nunca participou de conversas com esse tipo de conteúdo.
“Não me lembro de ter se tratado nada nesse sentido”, garantiu.
Defesa reforça discurso de legalidade
Queiroga reforçou a imagem de Bolsonaro como alguém que respeitava os limites legais. Segundo ele, o ex-presidente sempre orientava os ministros a seguir a Constituição Federal.
“Ele utiliza até um termo: ‘das quatro linhas da Constituição’. E foi sempre isso que ele nos orientou.”
As investigações seguem em andamento. Confira o depoimento completo: