Depoimento

Queiroga diz no STF que Bolsonaro o orientou a seguir a Constituição - Por Nonato Guedes

Em depoimento, ontem, ao Supremo Tribunal Federal, o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga (PL-PB) disse que o ex-presidente

Foto: reprodução
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Em depoimento, ontem, ao Supremo Tribunal Federal, o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga (PL-PB) disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro orientou seus ministros a agirem de acordo com a Constituição enquanto estava no poder.

Ele prestou depoimento à Primeira Turma da Corte na ação penal por tentativa de golpe de Estado e como testemunha dos generais Augusto Heleno e Braga Netto, réus no processo.

Queiroga foi questionado sobre possível incitamento de Bolsonaro a movimentos para ruptura institucional.

Respondeu:

“Ele sempre nos orientou a agir de acordo com a Constituição. Até usa o termo das 4 linhas. Sempre. Foi isso que ele nos orientou”. O ex-ministro, que atuou de março de 2021 a dezembro de 2022, lembrou que uma ocasião Bolsonaro teria feito uma fala “assertiva” como uma liderança política ao pedir que a sua equipe ministerial agisse para “não permitir o retorno desse grupo que voltou ao governo”.

Ele se refere à reunião de cinco de julho de 2022, que embasou a investigação da Polícia Federal que deu origem à ação penal por tentativa de golpe.

E seguiu falando:

“Foi uma reunião em que Bolsonaro fez fala assertiva, dizendo que todos deveriam se empenhar dentro do projeto, não como ministros, mas como cidadãos, porque cada um estava ali porque acreditava no governo. Disse para nos empenharmos, porque não poderíamos, como brasileiros, permitir o retorno desse grupo que voltou ao governo, mas aquilo era uma fala de uma liderança política assertiva e afirmativa dentro do padrão do que ele fazia em outras ocasiões”.

Segundo a Procuradoria Geral da República, na ocasião Bolsonaro teria orientado todos os seus ministros de governo a repetirem em seus discursos a teoria de que o sistema eleitoral brasileiro é fraudado.

Marcelo Queiroga negou que enquanto comandou o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) o general Augusto Heleno tenha feito qualquer menção que propusesse a decretação de um Estado de exceção.

Também afirmou que Bolsonaro colaborou com a transição entre governos, sem fazer qualquer tipo de objeção, e que esse processo foi liderado pelo então ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI).

“Recebi quatro ex-ministros: Humberto Costa, José Gomes Temporão, Arthur Chioro e Alexandre Padilha e passamos as informações. Me senti muito à vontade de passar essas preocupações com Padilha, pessoa que já tinha relacionamento institucional”, declarou.

Fonte: Nonato Guedes
Créditos: Polêmica Paraíba