Segundo manifestação do presidente do diretório estadual do PT, Jackson Macedo, o partido ainda não foi chamado para discussão do projeto eleitoral de 2026 pelo governador João Azevedo, apesar do interesse declarado de, inclusive, figurar na chapa. Macedo receia que a legenda seja desprezada na ocupação de espaços, diante das notícias de que a chapa está praticamente formada, com as pré-candidaturas de Lucas Ribeiro, do PP, do governador e do prefeito de Patos, Nabor Wanderley (Republicanos) para o Senado, estando em aberto a vaga de vice-governador, que conforme versões seria negociada com o grupo do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, outro aspirante ao governo dentro do PP.
O Partido dos Trabalhadores na Paraiba tem como prioridade, na verdade, viabilizar palanque para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sua campanha à reeleição. Esse palanque se tornaria bem mais fortalecido se o PT estivesse na linha de frente, na chapa majoritária. A hipótese de uma candidatura própria ao governo do Estado não é descartada, embora não haja segurança mínima sobre competitividade de nomes. A tendência que deve prevalecer é a de lançamento de candidaturas a eleições proporcionais, tanto à Câmara quanto à Assembleia Legislativa. O ex-governador Ricardo Coutinho, inclusive, é postulante confirmado para deputado federal, podendo vir a atuar como puxador de votos juntamente com o atual deputado Luiz Couto, que não abre mão de tentar a reeleição.
Fiel ao seu histórico de partido dividido, o PT paraibano abriga alas que são favoráveis e contrárias à liderança do governador João Azevedo. Ricardo Coutinho, por exemplo, faz de tudo para distanciar a sigla da órbita de Azevedo, enquanto expoentes como Jackson defendem ostensivamente a aproximação.
O governador tem ótima relação com o presidente Lula, que investe em obras e serviços na Paraiba, porém, compartilha espaços com outros apoiadores do presidente que são seus adversários, caso do senador Veneziano Vital do Rego, do MDB, ex-candidato ao governo. A configuração do palanque pró-Lula na Paraiba, que se desenha, é a de palanque múltiplo dentro da estratégia de somar forças para o projeto de reeleição. Isto independe de espaços para o PT em chapa majoritária. A dados de hoje, o PT é candidato a ser coadjuvante e não protagonista na disputa eleitoral à vista no Estado.