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Processo contra Bolsonaro atrasa após Wellington Roberto renunciar relatoria

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A escolha do relator do processo contra o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados foi adiada nesta quarta-feira (6) após a renúncia do indicado ao cargo, o deputado Wellington Roberto (PR-PB). O presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), disse que irá recorrer à consultoria da Câmara para avaliar o que fazer diante da renúncia e do pedido de suspeição contra outros dois indicados, Zé Geraldo (PT-PA) e Valmir Prascideli (PT-SP), feito por Laerte Bessa (PR-DF), integrante da bancada da bala.

Jair Bolsonaro é alvo de uma representação no conselho por supostamente ter faltado com o decoro parlamentar durante seu voto para a abertura do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), em abril, quando fez uma homenagem ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra.

A representação do PV acusa Bolsonaro de ter feito apologia do crime de tortura e pede a cassação do mandato do deputado.

A escolha de relatores em processos que tramitam no Conselho de Ética é feita pelo presidente do colegiado após o sorteio de três nomes. Os três sorteados na semana no caso de Bolsonaro foram Zé Geraldo, Prascideli e Wellington Roberto. No início da sessão desta quarta-feira, Roberto alegou problemas de agenda e renunciou à indicação.

“Diante dessa sobrecarga, não poderei aceitar essa relatoria e de forma antecipada eu digo que não votarei contra o deputado Jair Bolsonaro”, afirmou Wellington Roberto.

Após a renúncia do deputado, Laerte Bessa fez uma questão de ordem pedindo a suspeição contra Prascideli e Zé Geraldo alegando que, por serem do PT, eles não poderiam relatar o processo contra Bolsonaro. Ele alega que em um congresso nacional do PT, o partido já havia se manifestado a favor da cassação de Bolsonaro. “Os dois deputados sorteados fazem parte da bancada do PT […] e o congresso do PT faz menções claras e fazem pré-julgamento”, disse Bessa.

O Conselho de Ética abriu processo contra Bolsonaro na semana passada.

O coronel Ustra comandou o DOI-Codi (Destacamento de Operações Internas) de São Paulo no período de 1970 a 1974. Em 2008, tornou-se o primeiro militar a ser reconhecido pela Justiça como torturador durante a ditadura. Ustra morreu em outubro de 2015, durante tratamento contra um câncer.

 

Fonte: Com informações do UOL