Associação de professores universitários acusa governo Dilma de 'romper acordo firmado'

"Esse ajuste fiscal dos ministros tem sido vendido como a única verdade, e não é"

DilmaO presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba, Jaldes Menezes, posicionou-se hoje sobre o novo pacote fiscal divulgado na noite desta segunda-feira, 14. Para ele, o governo da presidente Dilma Rousseff rompeu o acordo firmado com a categoria desde o início da greve.

Segundo Jaldes, “os sindicatos das Universidades Federais e, certamente, todos os sindicatos de servidores públicos do Brasil entendem que o pacote anunciado pelos ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa é o rompimento das negociações com o governo, nós avaliamos que este pacote mexe com os direitos adquiridos pelos trabalhadores em geral e pelos servidores públicos”.

Além de presidente da ADUFPB, Jaldes Menezes é cientista político e analisou que a novidade do governo retirou o abono de servidores que já têm idade para se aposentar e seguem trabalhando, além de complicar a vida de pessoas que esperam ser beneficiados pelo Programa ‘Minha Casa, Minha Vida’.

“O próprio ministro Nelson Barbosa disse que 120 mil servidores já podem se aposentar e com a retirada do abono que permitia que essas pessoas seguissem trabalhando, haverá uma enxurrada de aposentadorias; por ultimo, o governo rompe as negociações propondo um arroxo salarial, ou seja, o aumento que seria dado em janeiro de 2016, é adiado para o segundo semestre e, certamente, os servidores federais não vão concordar com isso’, reclamou.

Ele pontuou que os professores da UFPB se reunirão em assembleia nessa quinta-feira, 17, para debater a nova situação e “vamos discutir esse pacotão fiscal do governo, que não é do interesse dos trabalhadores nem da sociedade brasileira”.

Questionado sobre a possibilidade de impeachment da presidente Dilma após o anuncio do novo pacote, Jaldes Menezes, disse que “Dilma não foi eleita pelo programa que ela está executando desde janeiro, e que radicalizou ontem, ou seja, ela foi eleita por outro tipo de programa econômico e esse ajuste fiscal dos ministros tem sido vendido como a única verdade (e não é), eu já escrevia sobre isto em junho de 2013 porque já havia sinais de que isso aconteceria, mas havia várias alternativas, inclusive fiscais”.

O cientista político apontou que poderia taxar as grandes fortunas em vez de trazer de volta a CPMF, que impõe imposto sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira. “A situação atual são escolhas feitas racionalmente sob um ponto de vista equivocado”, finalizou.

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