favoráveis ou contrários

PDT, PT, PCdoB, PSL, PSB, PSOL, Novo... Mais de 10 partidos já decidiram voto sobre Previdência

Pelo menos dez partidos já definiram oficialmente como votarão seus deputados na comissão especial que debate a reforma da Previdência e no plenário da Câmara dos Deputados. Somente o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, e o Novo são totalmente favoráveis à reforma.

A oposição (PDT, PT, PCdoB, PSB, PSOL e Rede) já anunciou que votará contra a PEC. Juntas, essas siglas têm 133 votos na Casa. MDB e PR disseram que vão votar a favor da reforma, mas com mudanças no texto.

Centrão defende mudanças na proposta

Membro do chamado Centrão e sexta maior bancada da Câmara, com 34 parlamentares, o MDB informou ontem que é contra três pontos da reforma. O partido vai tentar derrubar mudanças no BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos pobres, na aposentadoria rural e na aposentadoria de professores.

A sigla também quer debater as propostas do governo para alterar a regra de cálculo da pensão por morte e os critérios de aposentadorias especiais, como de policiais. Além disso, questiona as mudanças nas alíquotas de contribuição, que criam alíquotas diferentes dependendo da renda do trabalhador ou se ele é servidor público.

O partido do ex-presidente Michel Temer (MDB), que também enviou ao Congresso Nacional uma proposta de reforma da Previdência, ainda definirá se vota contra ou a favor do regime de capitalização, defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Nele, o próprio trabalhador poupa para a sua aposentadoria, em contas individuais. É uma mudança radical em relação ao sistema atual, de repartição, no qual os trabalhadores na ativa bancam os benefícios dos aposentados.

O PR também é a favor da reforma, mas diz que vai votar contra mudanças nas regras para a aposentadoria de professores. O partido do presidente da comissão, Marcelo Ramos (AM), tem 38 parlamentares.

BPC e aposentadoria rural

Outros 11 partidos do Centrão (DEM, Patriota, Pros, PRB, PTB, PP, PSDB, PPS, SD, PSD e Podemos) já se manifestaram a favor da reforma, mas não oficialmente.

Os líderes desses partidos são contra mudanças no BPC e nas aposentadorias rurais, posição registrada em manifesto assinado por eles. “Vamos suprimir da proposta originária as regras que atingem os já tão sofridos trabalhadores rurais e os beneficiários do programa de prestação continuada, que são as pessoas com deficiência e aqueles com idade superior a 65 anos, que vivem em estado de reconhecida miserabilidade”, disseram.

A proposta de reforma antecipa a idade do BPC, mas também reduz o valor inicial do benefício a menos da metade. Hoje o BPC é pago a partir de 65 anos, mas com a proposta passa a 60 anos. O valor atual é de um salário mínimo (R$ 998 em 2019) e passaria a R$ 400 a quem tem 60 anos, chegando a um salário mínimo somente para quem tiver 70 anos.

O texto também iguala as idades mínimas de aposentadoria rural para homens e mulheres, aos 60 anos, e a contribuição mínima passa a ser de 20 anos. Atualmente, trabalhadoras rurais podem se aposentar aos 55, e o tempo de contribuição é de 15 anos.

Governo quer reforma aprovada integralmente

O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, tem dito publicamente que o governo defenderá a integralidade da proposta na comissão especial da reforma. Segundo ele, haverá um trabalho de convencimento dos parlamentares. Apesar disso, auxiliares de Bolsonaro e de Guedes já admitem que mudanças no BPC e na aposentadoria rural devem cair.

“Já ficou bastante claro que esses dois pontos são quase que unanimidade entre os partidos de oposição e o Centrão. Logo, não é necessário comprar essa briga. O Congresso é soberano, fará as alterações que julgar importantes na reforma. Mas, como diz o ministro Guedes, o patamar de R$ 1 trilhão de economia é significativo e precisa ser preservado”, disse um técnico da equipe econômica.

Fonte: UOL
Créditos: Antonio Temóteo