o preço da parcialidade

Parcialidade política bem recompensada, diz PT sobre Moro na justiça

Após o juiz federal Sergio Moro ter anunciado que aceitou ser ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PSL), o PT disse que o magistrado é parcial e teve atuação política. “Parcialidade política bem recompensada”, apontou o partido em mensagem divulgada em seu perfil no Twitter.

Moro e Bolsonaro ficaram reunidos na casa do presidente eleito, no Rio, nesta quinta-feira (1º). Após pouco mais de uma hora e meia de conversa, o juiz decidiu aceitar o convite para integrar o ministério de Bolsonaro.

Para o PT, a nova posição do juiz mostraria sua parcialidade. “Primeiro, Moro vazou ilegalmente um grampo de Dilma. Depois, prendeu o candidato adversário, Lula, vazou delação premiada fajuta para prejudicar Haddad às vésperas das eleições. E, agora, aceita ser “super”- ministro da Justiça de Bolsonaro”, traz a conta do partido na rede social.

O tuíte do PT faz referência à divulgação de conversa telefônica entre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT) em março de 2016. Além disso, menciona a prisão de Lula em abril deste ano em razão de sua condenação no processo do tríplex. O perfil do partido ainda cita a publicação de parte do acordo de delação do ex-ministro Antonio Palocci, que aconteceu a uma semana do primeiro turno.

O presidenciável do PT, Fernando Haddad, derrotado no segundo turno, também se manifestou nas redes sociais com uma análise enigmática. “Se o conceito de democracia já escapa à nossa elite, muito mais o conceito de república. O significado da indicação de Sergio Moro para Ministro da Justiça só será compreendido pela mídia e fóruns internacionais”.

Alguns perfis ligados ao partido também chegaram a convocar um tuitaço contra Moro usando a expressão #MoroCaboEleitoral.

 

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, ironizou. “O presidente em questão falou que Lula vai apodrecer na cadeia e quer exterminar os vermelhos. Viva juízes isentos como Moro e presidentes democráticos como Bolsonaro”, escreveu no Twitter.

Gleisi usou a escolha de Moro para reforçar a tese de que o magistrado agiu politicamente nos casos relacionados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para a presidente do PT, Moro “ajudou a eleger” Bolsonaro ao condenar Lula, o que gerou a inelegibilidade do petista. “Ajudou a eleger, vai ajudar a governar”, disse Gleisi.

Já o perfil de Lula, condenado em primeira instância pelo juiz, publicou no microblog uma capa do jornal “O Estado de S.Paulo”, em que, numa entrevista concedida em 2016, Moro afirmava que nunca entraria na política.

https://twitter.com/LulaOficial/status/1058009333080956928?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1058009333080956928&ref_url=https%3A%2F%2Fnoticias.uol.com.br%2Fpolitica%2Fultimas-noticias%2F2018%2F11%2F01%2Fparcialidade-politica-bem-recompensada-diz-pt-sobre-moro.htm

O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias, afirmou que a ação de Moro de tirar Lula da disputa eleitoral para, depois, se aliar a Bolsonaro foi “um escândalo”. “Poucas coisas podem ser mais descaradas do que isto. Sempre alertamos que Moro atuava como militante, e não como magistrado. Depois de interferir no processo eleitoral, vira ministro do candidato beneficiado por ele. Em qualquer lugar do planeta, isso seria um escândalo”, disse.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) também criticou. “É antiético o juiz ter benefício político de suas sentenças. Moro prendeu Lula, impediu habeas corpus e barrou sua candidatura. Será ministro de quem foi favorecido por isso”, escreveu.

https://twitter.com/mariadorosario/status/1058008957929902080?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1058008957929902080&ref_url=https%3A%2F%2Fnoticias.uol.com.br%2Fpolitica%2Fultimas-noticias%2F2018%2F11%2F01%2Fparcialidade-politica-bem-recompensada-diz-pt-sobre-moro.htm

Guilherme Boulos, que disputou a Presidência pelo PSOL, também criticou a nomeação: “Sergio Moro resolveu assumir sua condição de político profissional. Não há problema algum em um juiz deixar a magistratura para fazer política. O problema é ter passado alguns anos fazendo isso vestido de toga. Mais do que nunca, suas decisões estão colocadas sob suspeição”, escreveu.

 

Fonte: Uol
Créditos: Uol