Economia

Pandemia e negócios: empreendedores precisaram investir nas redes sociais para aquecer procura por serviços no final do ano

O segmento dos pequenos negócios foi um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. Com o desafio de manter as portas fechadas por um bom tempo, foi necessário se reinventar e neste final de ano, ainda é preciso jogo de cintura para equilibrar os gastos e ganhos e manter as contas no verde.

O segmento dos pequenos negócios foi um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. Com o desafio de manter as portas fechadas por um bom tempo, foi necessário se reinventar e neste final de ano, ainda é preciso jogo de cintura para equilibrar os gastos e ganhos e manter as contas no verde.

Uma pesquisa do Sebrae mostrou que 58,9% das pequenas empresas no Brasil interromperam as atividades temporariamente, enquanto 31% delas precisaram mudar o funcionamento neste período e adotar novas estratégias para manter a clientela.

É o caso da consultora de imagem Simone Morais. Ela viu a procura por seus serviços diminuir consideravelmente, e ao mesmo tempo, o valor da matéria-prima subir e impactar no preço do produto final. Com o cenário pouco otimista, ela precisou buscar uma maneira de se reinventar. A forma escolhida por ela foi investir no engajamento nas redes sociais: responder comentários, usar de forma estratégica as ferramentas disponíveis e expor o máximo do seu trabalho nas plataformas online.  “O uso do Instagram se tornou cada vez mais indispensável para o contato com os clientes”, analisa.

A empresária Diva Monteiro também viu na internet uma alternativa para manter a proximidade com os clientes em um período em que o distanciamento social é obrigatório. Proprietária de um salão de beleza, ela percebeu uma queda no movimento neste mês de dezembro e tem produzido conteúdo online. “Nas redes sociais tenho trabalhado com dicas de maquiagem, além de usar os funcionários para falar sobre cuidados com o cabelo. Trabalhamos muito com vídeo e isso tem uma boa aceitação, as pessoas sempre comentam”, pontuou.

Diva conta que a pandemia e as medidas sanitárias que orientavam pelo fechamento dos estabelecimentos iniciaram um mês após o salão completar um ano de existência. Desde então, tem reconhecido os desafios de ter seu próprio negócio. “Precisamos nos reinventar. É preciso fé e serenidade para empreender, pois vivemos em uma gangorra: uma hora estamos bem, outra não. O que vale é enfrentar e acreditar no sonho”, afirma.

Presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo e Desenvolvimento Econômico, o deputado estadual Eduardo Carneiro (PRTB) defende que sejam criadas formas para diminuir os efeitos da crise econômica no país em decorrência da pandemia da covid-19. “Mais do que qualquer grande empresário, o dono de um pequeno negócio sente na pele a consequência de um desequilíbrio financeiro. É necessário garantir o mínimo de segurança para esses profissionais, para que empreender não seja visto como um risco”, destacou.

O estudo do Sebrae apontou que 52,2% dos empreendedores gostariam que houvesse uma linha de crédito sem juros para ajuda-los nesse período pandêmico. Eduardo lembrou iniciativas suas nesse mesmo sentido. “Já apresentei na Assembleia Legislativa da Paraíba a proposta para criação de um auxílio específico para os trabalhadores do setor de eventos, bem como, uma de linha de crédito junto ao Empreender-PB voltada para as empresas do segmento. Devemos tentar contemplar também as outras áreas”, ressalta.

Especialista em Inteligência em Gestão e Marketing, Manu Lira salienta que no cenário de lockdown e fechamento das empresas, aqueles que conhecem as necessidades do seu cliente tiveram uma vantagem clara para realizar os atendimentos.  “No ambiente atual, os clientes se preocupam menos com a variedade de produtos e mais com a disponibilidade. E isso pode mudar a maneira na qual muitos varejistas atuam”, avalia.

A pandemia mudou o jeito de Raphaella trabalhar. Ela faz doces, cestas de café da manhã e receitas tradicionais há três anos e apenas em datas especiais. Nesse Natal, reduziu a quantidade dos alimentos, aderiu ao delivery e pacotes promocionais.  Para ela, o ‘novo normal’ trouxe efeitos positivos e negativos: “Me deparei com diversos desafios, problemas, mas também com histórias de superação, pessoas presenteando parentes e amigos queridos à distância com mensagens de amor e afeto. Foi uma experiência difícil, mas emocionante”, revela.

Impacto da pandemia nos pequenos negócios – O Estudo do Sebrae aponta que entre as empresas que continuaram funcionando, 41,9% realizam agora apenas entregas via atendimento online. Outros 41,2% estão trabalhando com horário reduzido, enquanto 21,6% estão realizando trabalho remoto.

Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba