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OUÇA: Presidente da Cehap diz que governo ingressou com ação justiça por escrituras de casas populares

Emília Correia explica que o ex-governador Cássio vendeu os contratos das casas para empresa privada endividando o estado

OUÇA: Presidente da Cehap diz que governo ingressou com ação justiça por escrituras de casas populares

emilia correiaA presidente da Companhia Estadual de Habitação Popular, Emília Correia Lima, disse hoje que os moradores de casa populares não precisam se apavorar com a possibilidade de perda de suas casas.

Em entrevista a Rádio Tabajara, na tarde desta terça-feira, 11, Emília Correia explicou que, na gestão de José Maranhão no governo do estado e Fernando Henrique Cardoso na presidência, foi enviado um documento confidencial do presidente dando conta de que os governos deveriam parar de firmar contratos para evitar o aumento de dívidas com moradias populares e afirmava que haveria a quitação das casas entregues e os governos assumiriam os valores, mas teriam que extinguir as companhias de moradias.

“Maranhão se recusou a fazer o que o presidente sugeria, mas Cássio Cunha Lima quando assumiu o governo cumpriu o que FHC tinha dito e as pessoas inicialmente pensaram que ele estava quitando as casa para dá-las a elas, mas ele, na verdade, estava pegando a dívida que era delas e passando para o governo do estado da Paraíba para os bancos, cobrindo a dívida e o governo paga até hoje, eu não sei para onde foi o dinheiro da venda dos contratos da Cehap, que foram vendidos para a Tetto”, disse.

A Cehap e o IPEP tinham 56.238 contratos de casas populares foram vendidos para a empresa Tetto, que valiam R$ 329 milhões e foram vendidos por R$ 47 milhões.

A presidente da Cehap disse que os moradores das casas não têm a escritura das casas porque os contratos, ou seja, a dívida é com a empresa que comprou os contratos e, segundo Emília Correia, não cabe ao governo assinar os documentos. “A Tetto só tem um funcionário em João e não tem ninguém com decisão para fazer as escrituras, mutuários que já estiveram na Cehap me contaram que tiveram que pagar pelas escrituras de suas casas e receberam em um prazo médio de seis meses”, acrescentou.

Sobre a possibilidade de perda dos imóveis, ela disse que “ninguém vai chegar lá e colocar para fora das casas, mas as pessoas não têm como provar que é dono da casa e impossibilita de pegar empréstimos ou de comprovar que é dono das casas, eu sempre recebo ofícios da Justiça pedindo que a Cehap dê um documento porque as pessoas estão com questões de herança e nós fazemos o máximo que estão ao nosso alcance, tudo que eu posso fazer, faço porque acho que a Cehap tem essa responsabilidade”.

“O erro não foi dessa gestão, não foi dessa Cehap, foi do governo anterior, mas acho que temos responsabilidade e eu tentei, desde o começo dessa gestão, procurar a Tetto para conseguir uma procuração e depois de um ano e meio consegui uma reunião com um dos donos de lá e mostrei que a situação não poderia continuar e pedi que a Cehap desse uma procuração para que nós pudéssemos entregar essas escrituras, não deram e nem nos responderam”, finalizou.

Ela não afirmou os valores mensais pagos pelo governo, mas destacou que são muitos milhões de reais; a presidente emendou dizendo que a ação do ex-governador Cássio Cunha Lima desestruturou a Cehap e vai entrar na justiça para obrigar a Tetto a conceder as escrituras e não continuar prejudicando as pessoas.

 

  •   A empresa Tetto Habitação se intitula como “a maior empresa de gestão de créditos contra o FCVS do Brasil e uma das cinco maiores gestoras de crédito imobiliário do país”.

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