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OPERAÇÃO CALVÁRIO: Veja o documento que colocou Estela Bezerra na mira da Calvário

A Operação Calvário, que investiga desvios de R$ 1 bilhão em recursos públicos da Paraíba, chega agora à deputada estadual Estela Bezerra (PSB). Na sexta etapa da ação nesta terça (15) foram cumpridos mandados de busca e apreensão em apartamentos e também no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita, e no Hospital Geral de Mamanguape, além de uma gráfica no Distrito Industrial.

Os alvos desta sexta fase são o ex-secretário executivo de Turismo da Paraíba, Ivan Burity, a advogada Luciana Ramos Neiva, Eduardo Simões Coutinho, Marcelino Paiva Martins e MVC Editora Ltda. Ivan Burity foi preso na quarta-feira (9), durante a quinta fase da operação.

A determinação para que ocorresse essa etapa da operação partiu do desembargador Ricardo Vital de Almeida, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB). O MPPB constatou a necessidade de complementação das buscas empreendidas.

Suposto envolvimento de Estela Bezerra

De acordo com as investigações, há indícios da vinculação da deputada estadual Estelizabel a determinadas condutas criminosas, mas isso ainda é apurado sob sigilo. Segundo o desembargador, a sexta fase serviu para elucidar a extensão do extrato da organização criminosa, a composição de seus núcleos, entre os quais o político, porque há suspeita da participação de “pessoas detentoras de foro especial por prerrogativa de função”.

Ricardo Vital afirmou que a análise do vasto material apreendido nas investigações permitiu observar que a criação da filial da Cruz Vermelha na Paraíba (CVB/PB), além de teoricamente ensejar uma redução do custo da estrutura administrativa montada no Rio Grande do Sul, permitiria que Daniel Gomes atuasse com duas filiais em supostos esquemas criminosos, inclusive viabilizando a sua manutenção no mercado das organizações sociais, caso uma das filiais viesse a ser julgada inidônea.

“Nesse ponto, questiona-se o motivo pelo qual Daniel Gomes optou por colocar Mayara de Fátima Martins de Souza como presidente da CVB/PB, inclusive quando ela encontrava-se lotada como chefe de gabinete de Estelizabel Bezerra de Souza”, destacou. Daniel está preso e é investigado desde as primeiras etapas da Calvário como chefe do esquema de corrupção no Estado.

Segundo o desembargador, é possível que Daniel Gomes tenha permitido que a deputada Estelizabel tenha feito indicações semelhantes a que fez por Mayara Martins, no âmbito do Instituto de Psicologia Clínica, Educacional e Profissional (IPCEP), sendo necessário o aprofundamento das investigações.

“Diante desse cenário, apesar de Estelizabel Bezerra não figurar dentre os legitimados passivos nesta cautelar, em razão da possibilidade de ser produzida prova contra ela, a competência permanece inalterada no âmbito desta Corte”, explicou Ricardo Vital.

Entenda o caso

A Operação Calvário foi iniciada em dezembro de 2018 e expôs um esquema responsável pelo desvio de mais de R$ 1 bilhão da Saúde. Conforme o Gaeco/MPPB, as fraudes envolviam agentes públicos e Organizações Sociais (OS) que gerenciavam hospitais. Na semana passada, porém, com a deflagração da quinta fase da operação, o âmbito de investigação da Calvário foi expandido.

Além da suposta participação do então secretario executivo de Turismo, passou-se a apurar o envolvimento de editoras de livros e do então secretário da Educação e da Ciência e Tecnologia da Paraíba, Aléssio Trindade. Ivan Burity e Aléssio Trindade foram exonerados pelo governador João Azevêdo no dia seguinte.

Confira o documento no arquivo abaixo

operacao_calvario.pdf

Fonte: Polêmica Paraíba com Portal Correio
Créditos: Polêmica Paraíba com Portal Correio