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O Globo, Folha e Estadão destacam Moro 'menor' e humilhado por Bolsonaro

Os três principais jornais impressos do país destacam reportagens e convocam colunistas para análise sobre a humilhação e o "encolhimento" do imponente ex-juiz da Lava Jato no governo Bolsonaro

Os três principais jornais impressos do País deram destaque nesta sexta-feira (9) à humilhação que o ministro da Justiça Sérgio Moro está sendo submetido por Jair Bolsonaro e já rifam o ex-juiz que, no governo, estaria cada dia “menor” em relação ao imponente magistrado que comandava a 13ª Vara Federal de Curitiba com “uma caneta na mão”.

Na manhã desta sexta-feira, o site da Folha de S.Paulo colocou o tema como destaque principal, com várias matérias e análises sobre o “isolamento” e desgaste de Moro “com ações do Congresso, STF e Planalto”.

Na reportagem principal, a Folha cita as derrotas do ministro no Congresso com as mudanças no projeto anticrime, que teve a urgência descartada pelo próprio Bolsonaro.

A Folha cita ainda as derrotas no Judiciário, enfatizando a derrota pessoal de Moro na rejeição da transferência do ex-presidente Lula para a prisão de Tremembé, no interior paulista.

“No Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro tem dado anuência para a demissão de um aliado do ministro no Coaf (órgão de inteligência financeira) e deu “caneladas” recentes que enfraqueceram Moro”, diz a reportagem, destacando a declaração de Bolsonaro que Moro estava acostumado a ter a caneta na mão, mas que no papel de ministro suas decisões não podem ser unilaterais.

Em sua coluna no jornal, Mônica Bergamo diz que Moro tem sido “escanteado” por Bolsonaro na eleição do novo Procurador-Geral da República. “Os antecessores de Bolsonaro sempre prestigiaram seus ministros da Justiça, que tiveram peso decisivo nas escolhas”, relata a colunista.

Josias de Souza, no portal Uol da Folha, fala sobre o “encolhimento” de Moro. “É um personagem menor do que aquele juiz respeitado que migrou da 13ª Vara Federal de Curitiba para o Ministério da Justiça”. Bruno Boghossian, na mesma Folha, diz que “Bolsonaro esvazia Moro para ocupar espaço na pauta da segurança”.

 Estadão

No Estadão, que também destaca as humilhações de Moro como pauta principal, a colunista Vera Magalhães diz que “de ministro “indemissível” e candidato – com direito a anúncio público – à “primeira vaga” que houvesse no Supremo Tribunal Federal, Sérgio Moro passou a ser alvo das famosas “caneladas” de Jair Bolsonaro, seja em declarações públicas, em críticas reservadas ou mesmo em ações para enfraquecê-lo”.

Para a colunista, a humilhação de Moro está ligada à candidatura à reeleição em 2022 do atual mandatário. “Bolsonaro age deliberadamente para, vendo o sangue do auxiliar e potencial rival na água graças ao vazamento de mensagens com procuradores da Lava Jato, aumentar seu desgaste”.

Em reportagem, o Estadão diz que Bolsonaro já vê Moro sem a caneta de juiz e poder. ” Em um recado ao auxiliar, que já foi tratado como “superministro”, o presidente afirmou que Moro precisa ter “paciência”, pois não tem mais a “caneta na mão” como na época em que era magistrado. A declaração surpreendeu até mesmo aliados e acentuou o desgaste do ex-juiz da Lava Jato, que tem sofrido derrotas sucessivas na Câmara”, diz o jornal.

O Globo

Mais ameno, o principal porta-voz político da família Marinho diz que o “estilo de Moro sofre críticas no Planalto por atuação independente”. Segundo O Globo, Moro tem sofrido críticas de integrantes do governo por agir de forma isolada, “como se ainda estivesse no comando da 13ª Vara Federal, em Curitiba, sem necessidade de dar satisfações a ninguém”.

Colunista do jornal, Bela Megale diz em nota que “Bolsonaro vive fase tensa com Moro, mas presidente não cogita afastá-lo”.

“Hoje, o que mais pesa a seu favor é o apoio popular. Apesar de o Planalto avaliar que o ministro vem sofrendo desgaste com as mensagens divulgadas pelo site “The Intercept”, ele ainda simboliza o combate à corrupção e à chamada “velha política”, bandeiras de Bolsonaro”, diz a colunista do jornal da família Marinho.

Fonte: Revista Fórum
Créditos: Redação Revista Fórum