Partido dividido

"Não terá segurança": vice-presidente do Patriota diz que Bolsonaro não teria candidatura garantida no partido

“Se aparecer um candidato mais forte nas pesquisas, Adilson pode tirar a legenda e apoiar outro nome”

Após a filiação de Flávio Bolsonaro ao Patriota, as especulações de que o destino do pai, o presidente Jair Bolsonaro, iria ao partido ganharam força. No entanto, essa opção não é unanimidade na sigla. Ovasco Roma Altimari Resende, vice-presidente do Patriota, disse não acreditar que o presidente Jair Bolsonaro vá “entrar em um partido dividido”, uma vez que ele não teria “segurança nenhuma” de que sua candidatura à reeleição seria mantida.

“Se aparecer um candidato mais forte nas pesquisas, Adilson [Barroso, presidente do partido] pode tirar a legenda e apoiar outro nome”, declarou em entrevista ao jornal O Globo.

As divergências entre Resende e Barroso representam o racha que existe no Patriota. O vice-presidente da legenda e o deputado Fred Costa (MG) lideram o grupo que diz haver ilegalidade na convocação feita para a convenção que culminou na filiação do senador Flávio Bolsonaro (RJ). Integrantes da executiva nacional do Patriota entraram com um requerimento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 31 de maio contra decisões de Barroso.

O grupo afirmou que houve uma retirada forçada de integrantes do diretório e de delegados nacionais para que Barroso tivesse a maioria ao seu lado e pudesse abrir caminho para a “entrega” do Patriota a Jair Bolsonaro. Em 1º de junho, o presidente recebeu de Barroso o convite oficial para se filiar ao partido.

“Não acredito que Bolsonaro vá entrar em um partido dividido e no qual o próprio presidente da legenda age de forma sorrateira”, disse Resende. Ele afirmou “não ter nada contra Bolsonaro”, mas que seu grupo não foi consultado sobre a filiação de Flávio ou em ter o presidente como o candidato do partido em 2022.

Logo depois de receber o convite, Bolsonaro disse que já está quase tudo definido para que acerte sua ida ao partido. Em conversa com apoiadores em 1º de junho, afirmou que a filiação precisa ser planejada para não “dar problema”. “Está quase certo, estamos negociando. É como um casamento, tem que ser programado, planejado, senão dá problema”, afirmou.

Em entrevista ao Poder360, Barroso declarou que Bolsonaro pediu de 10 a 15 dias para organizar a migração da sua base de apoio para a legenda. Para Barroso, o racha que se instalou na legenda não atrapalha a escolha de Bolsonaro. “O presidente sabe quem está com ele”, disse.

Fonte: Poder360
Créditos: Polêmica Paraíba