O advogado do presidente Michel Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gustavo Bonini Guedes, afirma que “não há prova” de arrecadação ilegal na campanha da chapa Dilma e Temer em 2014. Dessa forma, o julgamento se encerraria antes da decisão sobre a separação das ações.
“Primeiro, é preciso discutir se houve ilicitude. Até agora, não há nenhuma prova no processo, portanto não tenho de discutir a tese decorrente, que é a da separação”, disse.
O ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, disse em depoimento ao TSE em setembro que foram pagas propinas para a campanha. No entanto, em novembro ele mudou a sua versão dos fatos e passou a negar o pagamento de recursos ilícitos à chapa.
O advogado do PSDB autor da ação contra a chapa, José Eduardo Alckmin, conta que o depoimento de Azevedo não foi o único a apontar ilicitude. A confissão do marqueteiro João Santana e da sua mulher, Mônica Moura, à Lava Jato, de que receberam pagamento de caixa dois da campanha de Dilma, mas a de 2010.
“Existe prova de que houve recursos recebidos pelo PT que foram trazidos por atos de corrupção e caixa dois (…) Isso tudo é fato grave e tem o condão, sim, de ensejar a cassação.”
O processo agora está investigando as gráficas que prestaram serviços à campanha. Assim que terminada a coleta de provas, as partes farão alegações finais e começará o julgamento.
Fonte: FOLHA DE S. PAULO