Mudando de lado

NÃO É SÓ ROMERO: relembre alianças improváveis e desuniões na histórica recente da política na Paraíba

Uniões ou alianças improváveis não são raras na história recente da política no estado

A semana foi motivada pela possível união entre o governador João Azevêdo (Cidadania) e o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD). Um cenário que até pouco tempo atrás era impossível de acontecer, agora está mais próximo do que ambos se enfrentarem nas urnas em 2022. Romero ainda não diz que desistiu, mas segundo o deputado estadual Tovar (PSDB) ele não é mais o candidato da oposição. João ainda não se reuniu com o ex-prefeito, mas a tendência é que isso não fique assim por muito tempo.

Uniões ou alianças improváveis não são raras na história recente da política no estado. Rivais de longa data já se aliaram em algum momento e amigos inseparáveis se tornaram adversários ferrenhos em pouco tempo. Por isso, o Polêmica Paraíba separou algumas da alianças ou desuniões desse século no estado. Se prepare porque a lista é longa.

Em primeiro lugar está a união entre o então prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB) e o governador eleito, porém cassado, Cássio Cunha Lima (PSDB). Em 2010, os dois rivais se uniram e formaram uma chapa conjunta. No final, Ricardo foi eleito governador e Cássio, senador. Mas a aliança não chegou nem até a data da posse e logo depois ambos romperam e voltaram a ser rivais declarados.

Tanto que, em 2014, ambos rivalizaram na disputa pelo governo em uma campanha marcada por ofensas. Também em 2014, Ricardo concorreu em uma chapa com Lucélio Cartaxo, então no PT, irmão do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo. Já Cássio tinha Wilson Santiago como seu colega de chapa.

Falando em uniões improváveis, 4 anos depois, tudo mudou. Em 2018, o próprio Romero hesitou em disputar o governo do estado como candidato do grupo de oposição. A solução encontrada no final foi: Lucélio Cartaxo, já no PV. Com base política construída no PT, a família Cartaxo caminhou junto com o PSDB.

Por outro lado, também há desuniões marcantes. Em 2006, quando Cássio Cunha Lima (PSDB) se reelegeu governador, ele tinha como aliado o atual prefeito da Capital, Cícero Lucena, à época no mesmo partido. Os dois saíram vitoriosos da campanha e parecia que a união ia durar. Mas hoje não é bem assim. Cícero está no grupo de oposição ao PSDB e foi eleito prefeito com o apoio de João Azevêdo, governador que é atacado por Cássio e seu grupo político. Na campanha, foram comuns momentos de tensão entre Cícero e Ruy Carneiro, candidato tucano.

Na mesma eleição, a chapa concorrente tinha dois nomes do então PMDB: José Maranhão, tentando o governo e Ney Suassuna, o Senado. Amigos na época, eles se tornaram rivais pouco depois, com as turbulências já na campanha. Fato decisivo na campanha foram os desentendimentos. Ney tinha estrutura suficiente para vencer o pleito, mas embates internos com o próprio candidato a governador fizeram o resultado não sair como o esperado.

No ano passado, um momento de tensão ocorreu durante uma entrevista de Ney. José Maranhão estava internado com Covid-19, poucos antes de falecer. Quando Ney foi falar do então colega de Senado, estirou o dedo do meio, num gesto que foi interpretado como uma ofensa. Ney negou a ofensa a Zé e justificou ser para um assessor.

 

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba