Política

Ministro Gilmar Mendes insinua que Dilma não terminará mandato na presidência

"Temos muitas discussões abertas, mas estamos numa situação muito difícil"

Ministro Gilmar Mendes insinua que Dilma não terminará mandato na presidência

gilmar mendesO ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, concedeu entrevista ao jornalista Márcio Falcão, em que pareceu duvidar de que a presidente Dilma Rousseff concluirá seu segundo mandato.

“Temos muitas discussões abertas, como o impeachment, processos na Justiça Eleitoral, mas estamos numa situação muito difícil. É preciso encontrar o encaminhamento institucional e não podemos esquecer que, ao lado da grave crise política temos a crise econômica, que exige medidas de quem tem legitimidade, credibilidade e autoridade. Esses são elementos que estão em falta no mercado político”, disse ele.

Gilmar foi além. “Estou convencido de que é muito difícil chegarmos a 2018 com esse quadro de definhamento econômico.”

Em relação ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), enredado numa série de escândalos, Gilmar o aconselhou a buscar algum tipo de solução para uma transição política. “A gente tende a falar mal dos nossos políticos, mas, ao longo dos anos, logramos desenvolver uma classe política muito hábil, que propiciou desdobramentos históricos interessantes, como a transição do regime militar para o modelo de 1988. Espero que o segmento político se inspire nesses exemplos para encaminhar soluções adequadas”, afirmou.

Ao ser questionado se Cunha deveria se afastar do cargo, ele voltou a atacar a presidente Dilma. “É uma questão interna do Congresso. Mas, por esse argumento, quem ainda poderia tomar alguma decisão? O que se diz é que não há nenhuma prova contra a presidente, mas nós sabemos que isso não se desenvolveu por geração espontânea, e ela estava em funções-chave desde o Ministério de Minas e Energia, Casa Civil e Presidência. Tem ela também condições de continuar a governar?”

Sobre o fato de o processo de cassação da chapa Dilma-Temer ter ficado nas mãos da ministra Maria Tereza Moura, e não consigo, Gilmar evitou polemizar. “É uma decisão normal, uma das possibilidades. O processo estará em boas mãos.”

Brasil 247