ELEIÇÕES 2022

Lula nega que esteja "escondendo" Dilma e rebate: "Ela será cabo eleitoral da minha campanha"

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou, em entrevista à Radio Jornal de Pernambuco nesta sexta-feira, (29), que esteja “escondendo” a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) durante sua campanha para as eleições que acontecerão em outubro deste ano.

Segundo o petista, Dilma fará parte de sua campanha, inclusive como “cabo eleitoral”. O aceno positivo a ex-presidente, entretanto, diverge de outras falas que Lula já fez sobre a sua sucessora.

Em diversos momentos nos últimos meses, Lula deixou clara sua distância em relação a ela. “ Tenho orgulho da Dilma […] Dilma fará na minha campanha o que quiser, será cabo eleitoral da minha campanha”, disse.

No entanto, numa entrevista concedida no dia 24 de março, o ex-presidente descartou levar Dilma para um eventual novo mandato na Presidência da República, pois não haveria espaço para “2 presidentes no Palácio do Planalto”.

Na ocasião, ainda falando sobre a aliada, Lula disse que “às vezes, as pessoas podem ajudar não fazendo nada”. No início do ano, em janeiro, o petista também indicou que não levaria Dilma para um eventual novo governo porque ela, embora seja uma pessoa com “competência extraordinária”, “erra na política”.

“Ela não tem a paciência que a política exige que a gente tenha para conversar” , afirmou.

Nesta sexta, porém, Lula defendeu sua sucessora. “Dilma será minha companheira antes das eleições, durante e depois”, disse. Para o pré-candidato, as coisas começaram a dar errado no 2º mandato de Dilma, quando o ex-deputado Eduardo Cunha (ex-MDB-RJ, atualmente no PTB) assumiu o comando da Câmara.

“Quando quiser fazer críticas à Dilma, ela merece e você pode fazer. Mas onde as coisas começaram a dar errado? Quando Cunha assumiu a Câmara e começou a mandar pautas-bomba todos os dias para a Dilma. Tentar jogar a culpa da quebradeira do Brasil em cima da Dilma é tentar apaziguar o golpe de 2016, que foi o que quebrou esse país” , disse Lula.

Segundo o petista, o Brasil tinha taxas de emprego comparadas com países europeus até 2014, quando acabou o 1º mandato de Dilma. O ex-presidente prometeu, mais uma vez, rever a reforma trabalhista do governo de Michel Temer, que assumiu o governo.

Objetivos para a economia
Na entrevista, Lula disse que irá transformar o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em um banco de investimentos para pequenas e médias empresas brasileiras, com o objetivo de fomentar o empreendedorismo no país.

“ Quem quiser fazer alguma coisa por conta própria vai poder buscar um banco público para começar o seu negócio. Esse país não pode ser capitalista sem capital, sem crédito” , disse.

O BNDES, no entanto, já tem uma política de financiamento voltada para micro e pequenos empreendimentos. O perfil do banco mudou ao longo dos governos Temer e Bolsonaro. Nas gestões petistas existia a política de se priorizar os chamados “campeões nacionais”, com o objetivo de fortalecer grandes empresas.

O ex-presidente também afirmou que irá “abrasileirar” o preço dos combustíveis no país.

“Não existe nenhuma explicação de preço internacionalizado. Isso só tem como objetivo pagar dividendos para acionistas da bolsa de Nova York. Isso não é explicável para a população brasileira”, disse.

Se eleito, Lula prometeu anunciar um grande plano de investimentos em obras de infraestrutura. “Todas as grandes obras que estão paradas serão reativadas”, disse. O petista afirmou que convocará todos os 27 governadores em janeiro para uma reunião de alinhamento para saber o que cada estado precisa priorizar. “Vamos restabelecer a normalidade federativa do país”, disse.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Portal IG