campanhas de 2018

Juiz diz que suspeitas de candidaturas laranjas do PSL 'atentam contra a lisura do processo democrático'

Mateus Von Rondon é suspeito de atuar em esquema de candidaturas laranjas

Na decisão que autorizou as prisões da segunda fase da operação Sufrágio Ostentação, nesta quinta-feira (27), o juiz eleitoral Renan Machado disse que as suspeitas de candidaturas laranjas (de fachada) no PSL, se confirmadas, “atentam contra a lisura do processo democrático”.

Entre os presos na operação está Mateus Von Rondon, assessor especial do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.

A investigação da Polícia Federal é sobre a suspeita de que o PSL de Minas Gerais, presidido pelo ministro na época da eleição, usou métodos ilegais pra desviar dinheiro de candidaturas de mulheres para outros candidatos ou para “proveito próprio” do partido.

A TV Globo teve acesso à decisão de Machado. “Oportuno notar a gravidade do delito, se comprovada a sua prática, pois atenta contra a lisura do processo democrático de escolha dos representantes eleitos, um dos fundamentos da soberania popular”, escreveu o juiz.

Machado destacou ainda que as prisões – como a do assessor especial do ministro – foram necessárias para a efetividade das apurações.
De acordo com o juiz, “vale destacar que, sendo os envolvidos um grupo político organizado, previsíveis obstruções somente serão evitadas instrumentando a investigação com eficiência”.

Ele ressaltou que “também merece registro que há dois relatos de ameaça ou intimidação, evidenciando o potencial dos investigados prejudicarem a instrução criminal”.

Sobre Mateus Von Rondon, o juiz disse que ele atuava como o “elo entre PSL e as gráficas” investigadas na operação.

O juiz registrou que, em buscas anteriores, em abril, a Polícia Federal não encontrou nas gráficas ordens de serviço para produzir material de campanha para quatro candidatas, o que reforça os indícios de “candidaturas de fachada”, feitas somente para receber dinheiro do Fundo Partidário que, em seguida, seria devolvido ao PSL.

Machado ressaltou que é “viável inferir que as gráficas pouco ou nada produziram de material de campanha para as candidatas Lilian Bernardino, Camila Fernandes Rosa, Naftali Tamar e Débora Gomes”.

No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os partidos devem destinar 30% do recursos do Fundo Partidário para candidaturas femininas nas eleições de 2018.

Fonte: G1
Créditos: G1