Jeová diz que contradição na votação do Senado é a prova cabal de que o Brasil acaba de consumar um golpe

Deputado Jeova Campos, presidente da Frente Parlamentar da Agua, vai conduzir os debates na audiencia publica (1)
“Se Dilma não pode ser presidente, também não poderia manter os direitos políticos. Essa contradição do Senado só comprova que acabamos de sofrer um duro golpe político. Ao mesmo tempo em que me angustio e me revolto com esse golpe covarde, que ignorou a soberania popular, julgou culpada uma inocente, acolheu um processo sem provas e condenou sem ter crime, dentro de mim existe uma sensação de alivio em saber que a presidenta Dilma conseguiu provar para o mundo que está sendo golpeada, injustiçada, que foi retirada do cargo legitimamente conquistado pelo povo brasileiro, nas urnas, de forma democrática e livre, e que teve seu mandato usurpado, por um colégio eleitoral indigno. Esses 61 votos, com esse processo sem crime de responsabilidade, não poderia jamais ter o direito de substituir o desejo de 54 milhões de brasileiros. Esses canalhas golpistas vão pagar muito caro e a história os colocará no lugar que merecem”, desabafou o deputado estadual Jeová Campos (PSB), logo após a votação no Senado que aprovou a perca do mandato da presidente Dilma Rousseff.

De acordo com o parlamentar, esse golpe foi encabeçado por políticos que não tem moral alguma para julgar ninguém. “Além de não ter moral, não houve crime de responsabilidade. Os golpistas se uniram em prol de interesses escusos para transferir o poder para um conspirador , que ao invés de apoiar a presidenta na condição de seu vice-presidente fez foi o contrário, impedindo que todos os projetos de lei de recomposição econômica, de redefinição de metas, da reestruturação da economia não fosse votados. Criou-se, com aval de Temer e apoio de Eduardo Cunha, a cultura do quanto pior melhor. Eu penso que o Brasil haverá de responder isso à altura”, disse Jeová.

Para ele, os políticos que hoje golpearam a Constituição Federal, rasgando artigos importante da Carta que é a maior do país, inclusive com a anuência do próprio Supremo Tribunal Federal, vão pagar caro por esse ato. “O STF ajudou o golpe, sem a menor duvida, porque que não afastou Cunha para impedir essa cassação de Dilma, quem fez essa cassação de Dilma de forma odienta, vingativa e com desvio de finalidade, desvio de mérito foi exatamente o seu Eduardo Cunha, porque não aceitou ser julgado pelo Conselho de Ética com os três votos do PT. A partir daí é que surge todo esse processo que formalmente pode ser perfeito, porque foi presidido pelo presidente do STF, mas ele não tem substância, ele não tem conteúdo de fato, ele não tem conteúdo de mérito, ele apenas tem forma, mas forma sem conteúdo não tem espaço na vida, não tem espaço em canto nenhum”, reiterou o parlamentar.

Ainda segundo Jeová, o mundo sabe que o Brasil sofreu um golpe parlamentar e que Dilma é vitima desse golpe. “Da mesma forma que torturaram ela no passado, os criminosos da ditadura militar, que fizeram inquisição dela, que a maltrataram fisicamente e psicologicamente, voltam agora transvestidos de pseudomoralistas e tiram dela o direito de ser Presidente do Brasil, mas, o povo brasileiro vai refletir, vai amadurecer porque essa democracia da forma que está posta não serve, a democracia dos banqueiros, dos latifundiários, da Rede Globo, que fazem o que querem porque manipulam as consciências e ainda sustenta uma representação parlamentar completamente fora daquilo que é um Estado Democrático de Direito”, disse Jeová.

Para o parlamentar, o fato de terem afastado Dilma do Cargo, mas mantido os seus direitos políticos, é um contradição que escancara o golpe. “Se fosse verdade que a presidente cometeu crime, não haveria razão para manutenção dos direitos políticos dela. Isso, por si só, já desmonta a farsa deste julgamento que repito, condenou uma inocente, sem crime de responsabilidade, ignorando a verdade dos fatos e a vontade soberana de mais de 54 milhões de brasileiros. Hoje, se abriu um precedente gravíssimo no país que só o tempo dirá o quanto ele será nocivo para a democracia brasileira e para os avanços sociais tão duramente conquistados pela população”, finalizou o parlamentar paraibano.

Créditos: DECLARAÇÃO