Entrevista

Jackson Macêdo defende Cícero no PT, cita impedimento de Galdino e aponta rompimento do PP com Lula: “palanque não será reforçado com Progressistas”

Jackson Macêdo defende Cícero no PT, cita impedimento de Galdino e aponta rompimento do PP com Lula: “palanque não será reforçado com Progressistas”

Paraíba - Em entrevista concedida ao jornalista Gutemberg Cardoso, nesta quarta-feira (25), o presidente estadual do PT, Jackson Macêdo, reforçou a prioridade da legenda para 2026: garantir um palanque forte para a reeleição do presidente Lula na Paraíba.

Questionado sobre a possibilidade de o PT convidar o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), para se filiar à sigla e disputar a reeleição como palanque lulista, Macêdo não descartou o cenário — e ainda abriu margem para outros nomes, como o do presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos).

“Eu disse que a prioridade do PT é o palanque nacional do presidente Lula. Isso é fundamental para a gente”, destacou Jackson. Ele lembrou que, nas últimas semanas, partidos como o Progressistas e o União Brasil têm dado sinais públicos de afastamento do governo federal, inclusive com entrega de cargos e declarações de rompimento. “A postura de Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, é de oposição ao governo Lula. Ele trabalha, inclusive, para ser vice na chapa da oposição no próximo ano”, criticou.

Segundo Macêdo, esse movimento nacional reflete diretamente na Paraíba. “O que a gente precisa é reforçar o palanque de Lula aqui no estado. E, pelo andar da carruagem, esse palanque não vai ser reforçado com os progressistas”, avaliou.

Diante desse cenário, a filiação de Cícero ao PT seria bem-vinda, caso ele manifeste interesse. “Se for interesse de Cícero, ele seria muito bem-vindo. Acho que, tendo interesse, a direção nacional do PT não iria se opor a um projeto desse”, afirmou. Ele ressaltou, no entanto, que a decisão parte do próprio prefeito e que ainda não há nada definido.

Filiação de Adriano Galdino

Sobre uma eventual filiação de Adriano Galdino ao PT, Macêdo fez uma distinção: por ser deputado, Galdino está sujeito às regras da fidelidade partidária e só poderia trocar de sigla durante a chamada “janela partidária”. “Se sair fora da janela, perde o mandato”, explicou. Já no caso de Cícero, por ocupar um cargo majoritário, esse impedimento não existe.

A fala de Jackson Macêdo indica que o PT segue em busca de alternativas viáveis para garantir presença forte nas urnas em 2026, especialmente diante do distanciamento dos partidos que até então compunham a base do governo Lula.