
Brasil — O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo estuda três caminhos após a derrubada da alta do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) pelo Congresso: acionar a Justiça, buscar novas fontes de receita ou cortar ainda mais o Orçamento. Para os juristas do governo, a decisão legislativa “é flagrantemente inconstitucional”.
Em entrevista ao videocast de economia da Folha, Haddad criticou o clima de tensão entre Executivo e Congresso e levantou a hipótese de que a disputa possa estar sendo movida por interesses eleitorais. “Não interessa a ninguém esse clima de disputa”, afirmou, sugerindo que pode haver quem queira prejudicar o governo pensando em 2026.
“Não é melhor garantir condições de governabilidade para quem quer que seja?”, questionou.
O ministro relatou surpresa com o recuo da Câmara, quase 20 dias após reunião com os presidentes Hugo Motta e Davi Alcolumbre. “Saí de lá imaginando que estava tudo bem. Não só eu, todo mundo. Eu não sei o que mudou. O que mudou daquele domingo para hoje?”, disse. A declaração expõe, no mínimo, uma falha de articulação entre governo e base parlamentar.
Haddad defendeu mais uma vez a proposta do governo.
“Nós estamos defendendo que o rico que não paga imposto passe a pagar”, afirmou.
Segundo ele, pessoas com alta renda chegam a pagar apenas 2,5% de imposto, enquanto professores da rede pública, por exemplo, arcam com alíquotas de 10%.
O ministro também admitiu que a proposta de corte de 10% nas isenções fiscais deve ficar para agosto, apesar da previsão inicial da Fazenda de divulgá-la ainda nesta semana.
*Com informações da Folha de São Paulo