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Governo estuda mecanismo de compensação para altos preços de petróleo

Ministro de Meninas e Energia, Bento Albuquerque Foto: Saulo Cruz / Agência O Globo

O governo federal estuda um mecanismo de compensação de preço no mercado interno. O objetivo é evitar que altas brechas nos valores internacionais do petróleo sejam enviadas pelos consumidores do Brasil. A medida foi revelada pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuqueruqe, na tarde desta segunda-feira, depois da reunião com o presidente Jair Bolsonaro.

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O encontro foi marcado depois da alta no petróleo, causado pela morte do iraniano geral Qassem Soleimani em um bombardeio americano , na última sexta-feira. Albuquerque não deu detalhes sobre uma medida. O ministro ressaltou que o Brasil hoje já é um dos principais países produtores de petróleo do mundo. Com isso, quando o barril sobe, aumenta a arrecadação.

– A palavra subsídio não é uma palavra adequada. A compensação é uma palavra adequada. O país bateu ou registrou a produção de petróleo no fim do ano passado. Hoje, o Brasil é um exportador de petróleo. O Brasil, como exportador, se o preço aumenta, é bom para o país. Mas é evidente que aumenta o preço do combustível. Temos que criar, talvez, alguns mecanismos compensadores que compensem esse aumento sem alterar o equilíbrio econômico do país – disseram o ministro, após o encontro.

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Segundo fontes do governo, uma das alternativas é a criação de um fundo de compensação, semelhante a motores já usados ​​no passado, de maneira a amortizar bruscas altas altas de petróleo no mercado internacional. Isso seria possível porque a arrecadação federal aumenta quando o petróleo sobe. Como o país aumentou sua produção, uma arrecadação com royalties também foi subida.

– Temos que ver mecanismo de compensação. Não sei se será com impostos. Se houver receita maior, pode haver compensação em cima disso – concluir o ministro.

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O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Décio Oddone, também participaram da reunião que discutiu medidas para amenizar impactos de possíveis choques de petróleo no mercado interno. Bento Albuquerque negou interferência na Petrobras e disse que as medidas em estudo não envolvem um estatal.

– As medidas são para que as pessoas não tenham nenhum setor de consumo, uma incerteza grande por parte do consumidor. Para uma resposta rápida para o país que não fica mais refém de cada crise de petróleo que ocorra no mundo. A gente tem que ter instrumentos. Se o país tiver instrumentos, vai dar muita tranquilidade – afirmou.

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Nesta segunda-feira, os preços do petróleo avançaram, com o Brent tocando uma marca de 70 dólares por barril, em uma escalada retórica entre os Estados Unidos, Irã e Iraque, que aguentaram as tensões no Oriente Médio. Os contratos futuros de petróleo Brent fecham em alta de 0,31 dólar, ou 0,45%, a US $ 68,91 por barril. Mais cedo, o valor de referência internacional chegou a tocar uma máxima de 70,74 dólares.

O presidente da Petrobras disse que não acredita que haverá uma crise econômica decorrente da tensão no Oriente Médio.

– Achamos pouco provável que uma crise política acabe resultando numa crise econômica. O pólo econômico de produção de petróleo não é mais a organização de países exportadores de petróleo), são os países fora da Opep, especialmente os Estados Unidos. Evidentemente que surpresas podem acontecer, mas estamos acreditando que é muito pouco provável que esse choque tenha ocorrido, um aumento de 3 dólares, resulte numa crise econômica – disse Castello Branco.

Fonte: O Globo
Créditos: O Globo