Política

G1 BRASIL: Conheça a tropa de choque de Cunha em cinco partidos; tem vários paraibanos

Homem-forte de Cunha na CPI da Petrobras, o deputado Hugo Motta foi escolhido para presidir o colegiado e capitaneou uma articulação com partidos de oposição que evitou a convocação de delatores que pudessem comprometer o presidente da Câmara. Deputados do PSOL e do PPS o acusaram de blindar Cunha. Manoel Júnior trabalhou ativamente na campanha do colega de partido à presidência da Câmara. Ele é amigo de Cunha e, de acordo com reportagem da revista Época, cantou seis músicas em festa de aniversário de Cunha em Brasília. No Conselho de Ética, é um dos deputados mais atuantes na defesa de Cunha. Manoel Junior costuma apresentar reiterados questionamentos nas sessões do Conselho de Ética, como uma manobra para adiar ao máximo o andamento do processo.

G1 BRASIL: Conheça a tropa de choque de Cunha em cinco partidos; tem vários paraibanos

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Membros do PSC, Solidariedade e ala do PMDB tentam impedir cassação. Eles conseguiram adiar duas vezes votação de parecer no Conselho de Ética.

No entra e sai diário do gabinete do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alguns rostos são vistos com enorme frequência – são os deputados que integram a chamada “tropa de choque” do peemedebista.
Sempre a postos para fazer uma defesa enfática do presidente da Câmara, deputados do PSC, Solidariedade, PTB, PSD e de ala do PMDB se revezam na tentativa de inviabilizar o andamento do processo que investiga Cunha por suposta quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética.

O líder do PSC, André Moura (SE), é um dos mais atuantes. Foi dele a questão de ordem que tentou anular a sessão do Conselho de Ética destinada à leitura do parecer do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) pela continuidade do processo do presidente da Câmara. Moura foi o pivô da troca de acusações entre Cunha e a presidente Dilma esta semana.
Segundo o peemedebista, Dilma chamou o deputado do PSC para propor que, em troca da aprovação da CPMF, o PT votasse pelo arquivamento do processo por quebra de decoro parlamentar. O governo nega essa versão e acusa Cunha de fazer “chantagem”.

Outro grande aliado do parlamentar do Rio de Janeiro é o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), que em nome da abertura do processo de impeachment de Dilma disse estar disposto a defender Eduardo Cunha com todos os meios possíveis no conselho. Ele se tornou, inclusive, membro titular do colegiado logo após a saída do colega de partido Wladimir Costa (SD-PA), depois de o processo de Cunha ser aberto.

“O Solidariedade entende que a única forma de ter o impeachment de Dilma é com o presidente Eduardo Cunha, então vamos defender Eduardo Cunha no Conselho de Ética”, já afirmou Paulinho da Força, como é conhecido. Outro deputado que demonstra disposição em atuar pela postergação do processo por quebra de decoro parlamentar é Sérgio Moraes (PSD-RS), que conseguiu paralisar por mais de duas horas a última reunião do colegiado ao acusar o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) de “furar a fila” na entrada do conselho.

Conheça os deputados que defendem Cunha:

Paulo Pereira da Silva (SD-SP)
Aliado declarado de Cunha, Paulinho da Força foi um dos articuladores da abertura de processo de impeachment da presidente Dilma. No dia da decisão, passou horas entrando e saindo do gabinete do presidente da Câmara. Ele contou ter dito a Cunha que o acolhimento do pedido de afastamento da presidente poderia render ao peemedebista votos favoráveis ao arquivamento do processo por quebra de decoro no Conselho de Ética.

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Deputado Paulo Pereira da Silva conversa com Eduardo Cunha na tribuna do plenário da Câmara (Foto: Luiz Macedo/Câmara dos Deputados)
“Nosso partido tem uma posição de defender o Eduardo. Queremos o impeachment da Dilma e achamos que é preciso manter o Eduardo para conseguir o impeachment”, disse Paulinho quando foi indicado pela liderança do Solidariedade para integrar o conselho.

Obs.  Paulo Pereira levou também para o segundo escalão de Cunha o deputado Benjamim Maranhão (SD)

Manoel Junior (PMDB-PB)
Manoel Júnior trabalhou ativamente na campanha do colega de partido à presidência da Câmara. Ele é amigo de Cunha e, de acordo com reportagem da revista Época, cantou seis músicas em festa de aniversário de Cunha em Brasília. No Conselho de Ética, é um dos deputados mais atuantes na defesa de Cunha. Manoel Junior costuma apresentar reiterados questionamentos nas sessões do Conselho de Ética, como uma manobra para adiar ao máximo o andamento do processo.

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Deputado Manoel Junior durante sessão na Câmara (Foto: Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados)
Felipe Bornier (PSD-RJ)
O deputado federal ocupa o cargo de segundo-secretário da Mesa Diretora da Câmara e teve um papel importante na articulação para atrapalhar os trabalhos do conselho. Em 19 de novembro, Cunha presidia uma sessão no plenário principal quando, momentaneamente, deu o lugar a Bornier. No comando da sessão, Bornier anulou a reunião do Conselho de Éticadestinada à leitura do parecer prévio do relator Fausto Pinato pela continuidade do processo do peemedebista.

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Deputado Felipe Bornier em sessão na Câmara (Foto: Antonio Augusto/Câmara dos Deputados)
A ação foi vista por deputados contrários a Cunha como uma tentativa de blindagem. Depois de muito bate-boca, o presidente da Câmara voltou atrás e anulou a suspensão da sessão do Conselho.

André Moura (PSC-SE)
André Moura vive no gabinete de Cunha e atuava como “emissário” do peemedebista em negociações com o Palácio do Planalto. No dia 11 de novembro, subiu ao palanque do plenário da Câmara para ler uma nota de apoio à permanência no cargo do presidente da Câmara. Também foi dele a questão de ordem que tentou anular a sessão do Conselho de Ética destinada à leitura do parecer do deputado Fausto Pinato (PRB-SP).

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Deputado André Moura em conversa com Eduardo Cunha na tribuna do plenário (Foto: Alex Ferreira/ Câmara dos Deputados)
Moura também foi pivô da troca de acusações entre Cunha e Dilma esta semana. Segundo o peemedebista, Dilma chamou o deputado do PSC para propor que, em troca da aprovação da CPMF, o PT votasse pelo arquivamento do processo por quebra de decoro parlamentar. O governo nega essa versão e acusa Cunha de fazer “chantagem”.

Sérgio Morais (PTB-RS)
Atua em defesa de Eduardo Cunha no Conselho de Ética, tentando inviabilizar a votação do relatório que pede a continuidade das investigações do peemedebista. Na última sessão do colegiado, conseguiu paralisar por duas horas a reunião com uma discussão sobre o fato de o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) ter “furado fila” ao entrar no plenário para registrar presença.

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Deputadp Sérgio Moraes (PTB-RS) (Foto: José Cruz/ Agência Brasil)
No caso de ausência de um titular, pode votar um dos suplentes da comissão, pela ordem de chegada à reunião. Onyx é suplente no conselho e favorável à continuidade do processo de Cunha. Por isso, Sérgio Morais protestou dizendo que ele teria burlado uma “fila” informal de deputados na entrada do plenário.

Hugo Motta (PMDB-PB)
Homem-forte de Cunha na CPI da Petrobras, o deputado Hugo Motta foi escolhido para presidir o colegiado e capitaneou uma articulação com partidos de oposição que evitou a convocação de delatores que pudessem comprometer o presidente da Câmara. Deputados do PSOL e do PPS o acusaram de blindar Cunha.

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Deputado Hugo Motta (PMDB-PB) durante sessão no plenário da Câmara (Foto: Alex Ferreira/ Câmara dos Deputados)
Outro ponto polêmico à frente da comissão parlamentar de inquérito foi a contratação, com o aval de Cunha, da empresa de investigação Kroll. Apenas Motta e André Moura, que também integrava o colegiado, sabiam quem eram os investigados e foram criticados mais uma vez por tentarem acobertar Cunha.

Obs. Hugo Motta é apontado como o responsável por atrair o seu colega Wellington Roberto (PR) para o segundo escalão de Cunha

Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA)
Lúcio Vieira Lima é um dos líderes da ala do PMDB que defende o desembarque do partido do governo Dilma Rousseff. É um dos deputados mais próximos de Eduardo Cunha e foi um dos articuladores da abertura do processo de impeachment da presidente. Ele participou das consultas que Cunha fez aos líderes partidários sobre o tema e articulou o anúncio da decisão.

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Nathalia Passarinho e Fernanda CalgaroDo G1, em Brasília