Fernando Baiano revela encontros na casa de Cunha para cobrar propina atrasada - Polêmica Paraíba

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Fernando Baiano revela encontros na casa de Cunha para cobrar propina atrasada

Fernando Baiano revela encontros na casa de Cunha para cobrar propina atrasada

Em delação premiada, lobista disse que reuniões ocorriam na residência e no escritório de Cunha, no Rio de Janeiro, entre 2010 e 2011

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Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil
Em delação premiada, o lobista Fernando Baiano, ligado ao PMDB, descreveu como acertou com o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estratégias para pressionar o lobista Julio Carmargo a pagar US$ 16 milhões em propinas atrasadas, relativas a contratos de construção de navios-sonda da Petrobras.

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De acordo com Baiano, os encontros ocorriam na casa e no escritório de Cunha, no Rio de Janeiro, entre 2010 e 2011. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

— Entrando pela portaria principal do condomínio, virando à esquerda, acredito que seja a quarta casa da rua, uma casa amarela, com alguns detalhes em branco — disse Fernando Baiano, ao descrever aos procuradores e delegados daOperação Lava-Jato um dos primeiros encontros que teve com o peemedebista na residência do parlamentar, no Condomínio Park Palace, na Barra da Tijuca.

Neste endereço, afirmou Baiano, foi firmado o acordo de usar requerimentos oficiais da Câmara para pressionar o lobista Julio Camargo a pagar propina atrasada. O dinheiro se referia à contratação de um dos dois navios-sonda da Samsung Heavey Industries, da Coreia, em parceria com o Grupo Mitsui, do Japão.

Os negócios fechados entre 2006 e 2007, pela Diretoria de Internacional da Petrobrás – cota do PMDB no esquema de fatiamento político da estatal, que inclui ainda PT e PP – envolveram US$ 35 milhões em propina. Desse valor,US$ 5 milhões teriam ido para as contas secretas de Eduardo Cunha, na Suíça, ou disponibilizados em recursos, doações a uma igreja e horas de voo em um jato.

O presidente da Câmara negou repetidas vezes o recebimento de propinas no esquema Petrobrás. O PMDB tem reiterado que jamais autorizou qualquer pessoa a agir em nome do partido.

* Zero Hora