Brasília

"ESTÃO ROUBANDO O MEU ESTADO", dispara Julian Lemos após não receber verbas do "orçamento paralelo" pelo PSL

Foi publicado na manhã desta terça-feira (27), pelo jornal O Globo, de que o deputado federal paraibano Julian Lemos (PSL) estaria indignado com o líder do partido na Câmara, Major Vitor Hugo (GO). O motivo seria a exclusão de Julian na distribuição do chamado “orçamento paralelo”. “O que vocês estão fazendo é roubo, mas vocês não estão me roubando. Estão roubando o meu estado! Não vou admitir!” disse Julian diante de assessores e parlamentares da sigla. O episódio ocorreu na semana passada e ao Polêmica Paraíba, Julian confirmou o acontecido, alegando perseguição.

“Houve um desgaste em relação à metodologia, como eles querem distribuir recursos para os que são base do governo. Eu sou base do governo, e não aceito que a Paraíba tenha qualquer tipo de prejuízo, em relação a recursos”, disse ao Polêmica Paraíba.

“Existe uma tentativa do governo de querer perseguir alguns parlamentares e as vezes, esse governo quer posar de bonzinho no meu estado, e eu não posso aceitar isso. Enquanto eu for deputado eu defendo os interesses do povo da Paraíba, e eu não retrocedo um milímetro”, continuou.

“Pode ter quem se alegre com esse tipo de perseguição na Paraíba, os mais fanáticos por ele [Bolsonaro]. Mas quem perde é a Paraíba, e eu não vou aceitar mais isso”, finalizou.

Julian disse que a mesma situação, que chamou de “ato de covardia e desonestidade”, ocorreu com outros parlamentares do partido. O jornal O Globo também citou a disparidade na distribuição. Vitor Hugo, por exemplo, recebeu R$ 100 milhões para aplicar em seu estado.

Entenda

Cada parlamentar tem direito em 2021, através das emendas individuais, a R$ 16 milhões para indicar onde o governo federal deve aplicar esses recursos, de fácil fiscalização. O valor está previsto no Orçamento que é aprovado no Congresso Nacional.

Mas a confusão no PSL foi em relação ao chamado “orçamento paralelo”, ferramenta utilizada pelo governo federal para fortalecimento da base, uma vez que o governo permite, com esse recurso extra, que os parlamentares indiquem obras e serviços para serem usados em sua base eleitoral, angariando assim apoios em suas regiões, em troca do apoio ao governo federal.

Por esse método, o relator do Orçamento pode escolher para onde enviar o dinheiro, sem a necessidade de obedecer uma cota fixa, nem explicar quais os critérios de distribuição, dificultando uma fiscalização. O relator do Orçamento de 2021 é o senador Márcio Bittar (MDB-AC), mas bastidores de Brasília apontam que é Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, quem comanda o dinheiro, na ordem de R$ 11 bilhões.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba