Bastidores

ENTREVISTA: Marcos Henriques diz que PT terá candidato em 2024 e reafirma intenção de concorrer a Prefeitura da capital

Marcos Henriques é um bancário e sindicalista que está no seu segundo mandato como Vereador da capital. Marcos tentou uma vaga na Câmara Federal em 2018 e na Assembleia em 2022, ficando na suplência nas duas ocasiões.

Arte: Marcelo Jr

Marcos Henriques é um bancário e sindicalista que está no seu segundo mandato como Vereador da capital. Marcos tentou uma vaga na Câmara Federal em 2018 e na Assembleia em 2022, ficando na suplência nas duas ocasiões.

Um dos nomes mais relevantes do PT nos últimos anos, Marcos é um daqueles que acreditam que o protagonismo reconquistado com a vitória de Lula, deve ser posto a prática nas eleições de 2024, manifestando a vontade de ser candidato do partido a Prefeitura de João Pessoa.

Nessa entrevista exclusiva, o Vereador conta como vem sendo se adaptar a carreira política, o futuro do PT no estado, o começo do segundo Governo João, como derrotar o bolsonarismo na capital e a vontade de ser candidato em 2024.

Vitor Azevêdo: Vereador, o Senhor é um bancário de carreira e um importante sindicalista, qual a percepção que o Vereador adquiriu com esses anos de Câmara Municipal e disputas políticas? 

“Quando você sai de um mundo sindical, e entra a fundo na política, você ganha uma visão maior da cidade, e infelizmente às vezes, eu me sinto um pouco impotente em não conseguir realizar todos os projetos que a população necessita. Mas a política também me traz a sensação de ser ouvido, como Vereador eu sempre fui da oposição e pra mim é muito importante trazer as minhas demandas, ser ouvido como parlamentar. Outra coisa muito importante é poder usar as emendas impositivas, que é algo que depende do Vereador, e que cada um pode determinar seus próprios gastos”.

” É um valor de 0,8% do orçamento, para que os Vereadores possam atribuir gastos da Prefeitura, e com isso eu consigo ajudar muita gente, faço cursos profissionalizantes nas comunidades de manicure, cabeleireiro, confeiteiro e eu vejo que a prefeitura não olha muito para às periferias e sinto que é meu dever, mesmo me sentindo um pouco limitado, de dar voz aqueles que mais necessitam”.

VA: Nós vemos no PT, duas alas na questão da candidatura própria a João Pessoa em 2024, uma comandada pelo Presidente Jackson que parece querer apoiar Cicero Lucena, e a outra encabeçada por parlamentares como o Senhor que querem a candidatura. O Vereador acredita nessa aliança com Cicero em primeiro turno ou o PT tem que ter um candidato?

” Não existe a possibilidade de apoiarmos Cícero em primeiro turno, 90% do partido apoia a candidatura própria. Os debates realizados na esfera municipal, que é a instância correta nesse caso apontam que esse deve ser o caminho a ser seguido. Coloco meu nome à disposição do partido, temos outros candidatos qualificados e qualquer conversa sobre apoio a outro candidato, só será feita no segundo turno, se nós não conseguirmos chegar lá, mas eu acredito que estaremos no segundo turno, com a divisão do Centrão e da Extrema-Direita”.

VA: O Vereador acredita que seria melhor para o partido a realização de uma prévia? Pois os bastidores falam em outros nomes qualificados como Ricardo Coutinho, Estela, Cartaxo e Cida e se o Senhor for o escolhido, qual seria o modelo ideal de abordagem para essa candidatura?

” Eu sou a favor que o critério, seja o mais democrático possível, prévias, pesquisas internas, o modelo ainda não está definido, o que temos certo é a eleição do partido em outubro e a direção partidária que tomará as decisões necessárias para o PT. Eu estou saindo como candidato, por estar a 6 anos como Vereador, conheço muito bem a nossa cidade, tenho muita vontade de contribuir em ajudar João Pessoa e acredito que temos chance de ganhar essa disputa”.

VA: Os bolsonaristas foram muito fortes na capital nas eleições de 2022, mas Lula conseguiu vencer a disputa nos dos turnos. Como o PT deve enfrentar esse espectro político na disputa do ano que vem?

” Não podemos deixar de considerar a força política e a popularidade, que a extrema-direita adquiriu nos últimos anos, no entanto, eles não estão unificados em um nome nesse momento e eles não tem a capacidade de encontrar nomes que possam trabalhar ao lado do Governo Lula. No primeiro ano de Governo Cartaxo, em 2013, houve a criação de 22 PSFs e 4 UPAs, tudo isso projetos do Governo Dilma e isso que um bom Prefeito deve fazer, ter uma relação amistosa que pense em trazer recursos para a cidade e isso vai refletir em benefícios para João Pessoa”.

” Se um bolsonarista ganhar a eleição, quem vai sair prejudicada é a própria João Pessoa, pois eles não querem discutir, melhorias para a cidade e sim ideologizar a discussão, contra um Governo Federal republicano que quer trazer o melhor para João Pessoa”.

VA: O Senhor foi um dos primeiros nomes a ser a favor do apoio a João no segundo turno, como o Vereador vê esse começo de segundo Governo João, bem atrelado a Lula e ao PT?

” Apoiei o Governador no segundo turno, após a indicação nacional do partido e vejo esse começo de Governo, de forma bem positiva. João é o Presidente do Consórcio Nordeste e isso beneficia o estado e a capital. mas não podemos misturar, uma coisa é o Governo João e outra é o Governo Cícero, nós do PT assumimos um compromisso com o Governador, mas não somos aliados de Cícero”.

Fonte: Vitor Azevêdo
Créditos: Polêmica Paraíba