247 – Atualmente isolado até mesmo pelo resistente aliado PSDB, em função de denúncias de corrupção envolvendo seu nome, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quarta-feira 7 que não pretende deixar o cargo. “Eu não renuncio em nenhuma hipótese”, assegurou.
Em entrevista após um painel sobre radiodifusão, Cunha foi lacônico: “Cargo não há a menor possibilidade de eu renunciar, licenciar, qualquer coisa do gênero”. Pouco antes, ele havia sido questionado pelo jornalista Kennedy Alencar, que mediava o evento, sobre a hipótese de deixar o cargo. “Nenhuma hipótese”, respondeu.
Declaração é feita um dia depois de os tucanos sugerirem uma “saída honrosa” para Cunha. O partido presidido por Aécio Neves resistiu a deixar o apoio a Cunha, personagem principal na tentativa da oposição de tirar a presidente Dilma Rousseff do poder. É o presidente da Câmara quem decide se aceita ou rejeita os pedidos de impeachment que chegam na Casa.
Segundo informou hoje o colunista Ilimar Franco, por trás do novo discurso do PSDB contra Cunha, porém, existe a tentativa de um acordo. “Ontem os lideres Carlos Sampaio (PSDB), Mendonça Filho (DEM) e oposicionistas se reuniram com Cunha. Tentaram convencê-lo de que viraria uma espécie de herói nacional, livrando-se da pressão do MP, se desse o pontapé inicial no processo do impeachment”, escreveu.
Cunha é acusado de manter contas secretas na Suíça, por onde teria recebido propina de US$ 5 milhões pelo esquema de corrupção da Petrobras. Em março, porém, o deputado havia negado ter contas bancárias no exterior em depoimento à CPI da Petrobras, o que pode configurar quebra de decoro parlamentar e resultar na cassação de Cunha.
O peemedebista também não declarou as contas, apesar de já estar comprovado seu conhecimento sobre elas, conforme comunicado oficial da Procuradoria da República da Suíça. Autoridades do país disseram ter informado o parlamentar sobre o bloqueio de seus bens nessas contas.