DOIS DEPUTADOS E UM MINISTRO RENUNCIAM SEUS CARGOS E VOLTAM PARA ACÂMARA PARA VOTAR CONTRA HUGO MOTTA

O braço direito de Eduardo Paes e secretário municipal de Governo, Pedro Paulo Teixeira, e o secretario estadual de Esporte e Lazer, Marco Antônio Cabral, foram exonerados para servirem de reforço a candidatura do deputado federal Leonardo Picciani, atual líder do PMDB na Câmara, à reeleição. Já o o ministro Marcelo Castro (PMDB-PI) vai deixar por 48 horas o Ministério da Saúde.

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DOIS DEPUTADOS FEDERAIS RENUNCIAM CARGOS

Para apoiar Picciani, Pedro Paulo e filho de Cabral são exonerado de seus cargos

O braço direito de Eduardo Paes e secretário municipal de Governo, Pedro Paulo Teixeira, e o secretario estadual de Esporte e Lazer, Marco Antônio Cabral, foram exonerados para servirem de reforço a candidatura do deputado federal Leonardo Picciani, atual líder do PMDB na Câmara, à reeleição. Tanto Pedro Paulo, quanto Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral, são deputados federais e estavam licenciados de seus ofícios na câmara para ocuparem seus cargos na prefeitura e no governo do estado, respectivamente. A eleição que irá eleger o novo líder do partido acontecerá na próxima quarta-feira (10).

A estratégia não é uma novidade, já que, em dezembro do último ano, os dois voltaram à Câmara para auxiliar a recondução de Picciani ao cargo. O líder havia sido destituído do cargo após não agradar a bancada com a lista dos nomes indicado para a comissão que iria analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Aliado ao governo, Picciani indicou nomes que seriam contrários à deposição de Dilma, irritando assim os deputados PMDBistas contrários ao governo da presidente.

A exoneração de Pedro Paulo foi publicada no Diário Oficial do município nesta segunda-feira. Já a saída de Cabral foi publicada na edição de sexta-feira (5) do Diário Oficial do estado. Para ocupar a vaga do secretário de governo de Eduardo Paes, foi nomeado Alexandre Serfiotis.

UM MINISTRO RENUNCIA

Ministro vai se afastar do cargo para votar em líder do PMDB
Mesmo sob o risco de ser criticado por se afastar temporariamente do cargo apenas para garantir um voto a mais ao deputado Leornardo Picciani, que quer ser reconduzido à liderança da bancada do PMDB, o ministro Marcelo Castro (PMDB-PI) vai deixar por 48 horas o Ministério da Saúde.

O pedido de exoneração precisa chegar ainda nesta segunda-feira (15) ao Palácio do Planalto (até as 18h ainda não havia chegado) para ser publicado no “Diário Oficial” desta terça-feira.

Oponentes de Picciani prometem se vestir de mosquito Aedes aegypti para recepcioná-lo, como forma de criticar o ministro.

“Feio é perder”, disse um deputado do PMDB da ala governista.

Está em jogo a composição da comissão do impeachment, uma vez que é tarefa do líder fazer a indicação dos integrantes  – que podem ser mais afinados ou mais hostis à presidente Dilma.

Também está em jogo a força do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que colecionou vitórias em 2015 e agora corre o risco de ser derrotado neste embate em que patrocina a candidatura de Hugo Mota (PMDB-PB) contra o governista Leonardo Picciani.

A estratégia dos governistas do PMDB é a de se valer de todos os instrumentos para garantir a vitória de Picciani, uma vez que, nesta legislatura, as disputas têm sido muito apertadas – por duas vezes, decidida por apenas um voto.

“Melhor ser criticado por dois dias e ganhar do que correr o risco”, disse um peemedebista do grupo que fica no gabinete da liderança buscando ter o termômetro da disputa.

O fato de Marcelo Castro deixar o ministério para votar e mais dois secretários do Rio de Janeiro, Pedro Paulo e Marco Antonio Cabral, fazerem o mesmo dá o discurso para os partidários de Hugo Motta de que os governistas não têm segurança da vitória.

De fato, embora otimistas, os governistas sempre temem “o índice de traição”, que pode subir ou cair, dependendo do desenrolar da disputa.

“Todo voto é importante”, disse o líder Picciani, comandando pessoalmente a batalha por votos.

Para proteger a candidatura de Mota, Eduardo Cunha chegou a conversar com Sérgio Cabral e Michel Temer sobre essas licenças de deputados para assegurar a vitória de Picciani.

 

Fonte: ESTADÃO
Créditos: G1