
E Dirceu planejava sair do Brasil antes de ser apanhado na Lava Jato. Depois de cumprir a pena do mensalão, e calculando que seria beneficiado, em 2016, pelo indulto presidencial concedido todos os anos a presos que cumprem determinados requisitos, ele programava trabalhar em outro país.
O destino preferencial de Dirceu era Portugal.
O ex-ministro dizia que sairia do Brasil porque sua vida profissional tinha se tornado “inviável” no país.
Filhos e amigos do petista planejavam se reunir em Brasília, no domingo, para festejar com Dirceu o Dia dos Pais. Ele tinha pedido autorização à Justiça para viajar a São Paulo, o que foi negado.
Entre dirigentes do PT, a intenção de manter distância de Dirceu já era evidente. Desde que se descobriu que a empresa do ex-ministro faturou R$ 39 milhões em oito anos, “não se ouviram mais nos encontros do partido os gritos de ‘Dirceu, guerreiro do povo brasileiro'”, disse à Folha um dirigente do partido dias antes da prisão.