Política

Dilma deve prestar depoimento como testemunha na Operação Zelotes

Zelotes apura fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais

Dilma deve prestar depoimento como testemunha na Operação Zelotes

Dilma 2A Justiça Federal em Brasília autorizou o depoimento da presidente Dilma Rousseff como testemunha de um dos réus da Operação Zelotes, o empresário Eduardo Valadão, único dos sete presos da zelotes que saíram da prisão. Dilma não é investigada na operação.

Por ter prerrogativa de foro, o depoimento de Dilma deve ser por escrito — a defesa encaminha ao juiz uma lista com perguntas e o magistrado encaminha o documento para a Presidência. O juiz também pode acrescentar questões para a testemunha. A prerrogativa de foro é a mesma para outros políticos com mandato.

A convocação de Dilma se deve ao fato de que ela foi ministra da Casa Civil entre 2005 e 2010, enquanto tramitavam duas medidas provisórias que estão sendo investigadas pela Zelotes — a MP 471/2009 e a 512/2010, que deram benefícios fiscais a montadoras de veículos. Quando já presidente, Dilma assinou a promulgação de outra MP que está sendo investigada, a 627/2013.

A Zelotes apura fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) por meio de lobby e corrupção em favor de grandes contribuintes. A investigação aponta que um grupo de lobistas, incluindo aí ex-conselheiros do Carf, negociou decisões em favor de algumas empresas ao longo dos anos.

A defesa de Valadão havia apresentado uma lista com 63 testemunhas, mas o juiz Vallisney Oliveira, que conduz os autos da Zelotes na primeira instância, determinou que a lista de convocados diminuísse para 11.

Nesta sexta-feira as testemunhas de defesa dos réus da Zelotes começarão a ser ouvidas pelo juiz, em Brasília, onde corre a investigação. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Gilberto Carvalho devem ser ouvidos na segunda-feira.

 

Valor Econômico