Reprovadas no TCE

Deputados avaliam chegada das contas reprovadas de Ricardo Coutinho à ALPB; resultado da votação pode torná-lo inelegível

Última esperança de Ricardo está na ALPB, que vai julgar se declara o ex-governador inelegível

A decisão sobre as contas do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) referentes ao ano de 2016 deve entrar na pauta da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) nos próximos dias. Ricardo teve todos os seus recursos negados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB) que considerou irregulares os gastos do ex-chefe do Executivo estadual. Entre os problemas encontrados estão contratações irregulares, falta de cumprimento mínimo de recursos destinados à Educação e ausência de transparência.

Agora, a última esperança de Ricardo está na ALPB, que vai julgar se declara o ex-governador inelegível. No entanto, o processo não deve ser fácil. O Polêmica Paraíba ouviu parlamentares sobre o tema, que garantiram presar por uma decisão técnica, com base no parecer do TCE.

Para o deputado estadual licenciado Raniery Paulino (MDB), o ex-governador Ricardo Coutinho terá dificuldades para ter suas contas aprovadas na Assembleia Legislativa da Paraíba.

“O número é difícil, mas acho que todo mundo deve fazer de fato uma visão muito mais técnica do que política acerca disso. Vejo que é um ambiente que não é fácil”, disse o deputado à reportagem do Polêmica Paraíba.

Ricardo precisará de 22 votos favoráveis dos deputados para reverter o parecer do TCE-PB, aprovado por unanimidade. Raniery, que está de licença até novembro deste ano, pode não participar da votação. No entanto, lembrou que nunca aprovou contas do ex-governador, indicando qual será seu posicionamento caso participe da discussão.

“Nunca votei favorável contas de Ricardo, mas sempre fiz questão de ler todos os relatórios, porque não existia nada de pessoal nisso […]. Vejo que agora, o Tribunal de Contas, pela primeira vez reprovou as contas, algo que eu via há mais tempo. Meu voto favorável ele nunca teve, nem nas urnas, nem nas contas”, revelou.

Raniery disse que seu suplente, deputado Jullys Roberto (MDB), terá autonomia para ler o relatório e formar sua opinião, caso a votação ocorra antes do término da licença.

Anísio Maia, rival de Ricardo desde as eleições do ano passado quando foi candidato à Prefeitura de João Pessoa e teve divergências com a cúpula nacional do PT, disse que não vai tratar as contas do ex-governador de forma diferente das demais que já foram analisadas pela ALPB.

“Meu voto será do mesmo jeito, irei me comportar da mesma forma que foi apreciado outras contas, de [José] Maranhão e do próprio Ricardo em outras oportunidades. Vou ler o parecer do TCE, vou analisar, conversar com pessoas que têm conhecimento do que consta no parecer, e, levando em conta tudo isso vou votar, sem nenhuma exclusividade, nenhuma discriminação e nenhum privilégio. Vou tratar igualmente, como todas as contas que chegaram até agora na Assembleia”, relatou Anísio.

Questionado sobre a possibilidade de Ricardo Coutinho reverter a decisão do TCE, o deputado do PT disse que não tem como medir a forma que os parlamentares irão votar, mas destacou que deve separar a política e garantir uma decisão técnica.

“Na política ninguém pode duvidar de nada, eu não sou capaz de garantir nada, nem que sim, nem que não. São muitas coisas que influenciam. Eu voto tecnicamente porque você não pode, numa analise de uma conta, pensar em política. Eu voto tecnicamente, no que eu ver, no que discutir, nas pesquisas que eu vou fazer. Mas não sei se todos os colegas vão votar também”, completou o deputado.

Já Wilson Filho (PTB), líder do governo na Assembleia Legislativa, disse que, como a matéria ainda não chegou à Casa, não pode emitir sua posição sobre o tema. “A matéria ainda não chegou na Assembleia, e não consigo antecipar uma posição. Não consegui ler, entrar nesse assunto”, disse.

Perguntado ainda se vê possibilidades de uma reviravolta no caso com uma vitória do ex-governador, Wilson revelou que ainda não tratou com ninguém sobre o assunto, portanto, não pode opinar.

Fonte: Bruno Marinho e Samuel de Brito
Créditos: Polêmica Paraíba