Pode até mudar de partido

Datena diz que decisão sai até dezembro, comenta fusão entre PSL e DEM e duelo com Mandetta: "Não tem potencial nem para quarta via"

"Não me atrai muito essa fusão", comentou o apresentador, que diz ainda não confiar no PSL

O apresentador José Luiz Datena (PSL) avaliou que o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), não tem potencial para ser nem “quarta via” na eleição presidencial. Os partidos deles, pelos quais cada um é potencial candidato a presidente no ano que vem, estão acertando uma fusão. As pesquisas têm apontado a eleição de 2022 entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (sem partido), o que tem gerado movimentação de partidos em busca de uma “terceira via”.

“Mandetta está falando toda hora como candidato. O Pacheco [do DEM e presidente do Senado] está na dele. Mas o Mandetta fica se lançando como candidato. Eu, sinceramente, não vejo com potencial, apesar de respeitar o Mandetta e o partido dele. Agora, talvez um partido só, eu não vejo o Mandetta como potencial nem à quarta via, quanto mais à terceira via”, disse Datena ao UOL.

O partido que surgir da união entre PSL e DEM poderia ter, além de Datena e Mandetta, Pacheco como postulante ao Planalto, porém, o presidente do Senado poderia estar a caminho do PSD e ainda não tem se apresentado como candidato. “Mas duvido que eu perca para o Pacheco e para o Mandetta em termos de pesquisa. Em pesquisa séria, eu não perderia nem para o Pacheco nem para o Mandetta”, diz Datena.

Para ele, é possível que o PSL não cumpra com o que teria sido combinado. “Não me atrai muito essa fusão. E, pelo jeito, eles não vão cumprir com o acordo de que, baseado em pesquisa técnica, lançariam o candidato”, comentou, fazendo referência aos números das últimas pesquisas do Datafolha e do Ipec. Datena se filiou ao PSL em julho com o desejo de disputar uma vaga no Senado ou o governo de São Paulo, mas o partido queria colocá-lo como presidenciável.

“O meu ponto de fusão é diferente do deles. Eu, para me tornar gasoso em dois segundos, desapareço e evaporo”, diz. “A responsabilidade toda é deles. Os caras que me convidaram, que me lançaram candidato a presidente da República. A responsabilidade é deles, não é minha”, declarou Datena.

“O cara te coloca como candidato a presidente, assina um documento que você pode ser governador ou senador de acordo com a evolução das pesquisas até janeiro, e agora ficam apresentando candidatos ao governo, à Presidência. Eles têm uma ética diferente”, completou.

Números e cenários

No Datafolha, Datena está apenas em um cenário com Pacheco, com 4% das intenções de voto; Pacheco tem 1%. Seu nome não aparece junto com o de Mandetta, que oscilou entre 3% e 4% em diferentes combinações. Já no levantamento do Ipec, Datena está à frente de ambos. O apresentador aparece com 3% contra 1% de cada um dos outros dois.

“O Mandetta já se colocou como terceira via. Nem como quarta via acho que ele tem chance de se posicionar”, disse José Luiz Datena (PSL).

Ele reclamou das pesquisas por elas não o colocarem entre os principais candidatos. “Não entendo por que o Doria [governador de São Paulo] sai nos cenários anteriores se ele nem venceu as prévias do PSDB ainda. E eu não saio em todos os cenários. E sou lançado candidato do partido”, diz.

“Se eu fosse colocado no primeiro cenário, a coisa mudaria a melhor para mim. Não sei se muito, mas é claro que, analisado numa pesquisa no primeiro cenário, você tem mais chance”, acredita.

“Não é desanimador você estar na frente do Doria no quarto cenário da pesquisa da Folha de S. Paulo [Datafolha], e na frente do Pacheco. É muito bom. Não sou político lançado. Na do Ipec, saio na frente do Doria, do Pacheco e do Mandetta. Só que não sou analisado no primeiro cenário”, completa Datena.

De cabeça a vice?

Ele diz que, em pesquisas internas do PSL, seu nome aparece empatado com Ciro Gomes (PDT), que deve disputar o Planalto. Nas últimas semanas, tem sido cogitada a possibilidade de os dois formarem uma chapa, encabeçada por Ciro. Segundo Datena, o convite partiu de Carlos Lupi, presidente nacional do PDT.

Ao UOL, Lupi diz que aposta que o jornalista seria uma liderança para atrair o eleitorado de São Paulo, “estado com um peso estratégico”. “E o Datena pode significar o Ciro no segundo turno”.

“Acharia muito legal ser vice do Ciro”, diz Datena, apostando, que juntos, poderiam encostar na segunda colocação das pesquisas, hoje ocupada por Bolsonaro.

Datena, porém, diz achar difícil essa possibilidade porque o PDT provavelmente tentará alguma coligação para reforçar a candidatura de Ciro. Segundo ele, Lupi indicou a possibilidade de ele disputar o governo de São Paulo pelo PDT. Datena, porém, indica preferir o Senado.

Em meio às movimentações, o jornalista diz que deve definir o que fará até o final do ano. “Mas acho que não posso passar de uma decisão em novembro. Novembro, dezembro, tenho que tomar uma decisão”.

Fonte: Polêmica Paraíba com UOL
Créditos: Polêmica Paraíba