Política

Conheça os projetos de lei que podem ser votados após denúncia de Felca sobre ‘adultização’ infantil

Conheça os projetos de lei que podem ser votados após denúncia de Felca sobre ‘adultização’ infantil

A repercussão de um vídeo do influenciador Felca sobre exploração infantil no ambiente digital desencadeou uma corrida no Congresso para votar projetos de lei que tratam da adultização de crianças e adolescentes nas redes sociais.

A gravação, publicada na última quarta-feira (6) e já vista mais de 35 milhões de vezes, expôs perfis e conteúdos que exploram menores de forma sexualizada, incluindo o caso da jovem Kamylla Santos, de 17 anos, que participa dos vídeos feitos pelo influenciador paraibano Hytalo Santos desde que tinha 12 anos.

No domingo (10), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), afirmou que pretende pautar propostas sobre o tema ainda nesta semana.

“Esse tema toca no coração da sociedade”, disse Hugo. A definição sobre quais projetos irão a plenário será tomada nesta terça-feira (12), em reunião do colégio de líderes.

Segundo a Mesa Diretora, mais de dez projetos foram protocolados desde a viralização do vídeo, muitos deles tipificando a “adultização” como crime. Entre os que têm mais chances de votação está o PL 2628/2022, do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), aprovado no Senado no ano passado.

O texto prevê verificação obrigatória de idade para usuários de redes sociais, supervisão parental do uso da internet e mecanismos para impedir que crianças acessem produtos e serviços não adequados para a faixa etária, além de exigir sistemas de notificação de abuso sexual e reforço na proteção de dados.

Casos recentes

O debate ganhou força também em abril, após a morte da menina Sarah Raíssa Pereira, de 8 anos, que inalou desodorante em um desafio no TikTok.

Na ocasião, o projeto dos deputados Dani Cunha (União-RJ) e Silas Câmara (Republicanos-AM), criando a “Lei de Proteção às Liberdades Constitucionais e Direitos Fundamentais”, surgiu como alternativa para responsabilizar plataformas digitais por crimes como incitação ao suicídio, exploração infantil e disseminação de desinformação.

Outra proposta em discussão é a criação de uma CPI para investigar crimes digitais contra crianças, apresentada pela deputada Maria do Rosário (PT-RS), que ainda não foi instalada.

Projetos protocolados após repercussão do vídeo de Felca

PL 3867/2025Talíria Petrone (PSOL-RJ): regula a participação de crianças e adolescentes na criação de conteúdo digital monetizado, estabelece regras para o trabalho infantil artístico online e proíbe exposição corporal com potencial de exploração sexual.

PL 3832/2025 Laura Carneiro (PSD-RJ): amplia restrições para aplicação de atenuantes e redução de prescrição em crimes de violência sexual contra homens, crianças e adolescentes.

PL 3836/2025Silvye Alves (União-GO): criminaliza a “adultização” e a exploração de imagens de menores para lucro na internet.

PL 3840/2025Dr. Zacharias Calil (União-GO): tipifica o crime de “adultização digital” de crianças ou adolescentes.

PL 3841/2025Dr. Zacharias Calil (União-GO): cria capítulo de “Proteção Digital” para regular a participação habitual de menores em conteúdos monetizados, exigindo alvará judicial e regras de fiscalização.

PL 3848/2025Yandra Moura (União-SE): criminaliza e responsabiliza condutas de sexualização ou adultização infantil, determinando bloqueio de algoritmos e contas que promovam tais conteúdos.

PL 3850/2025Cabo Gilberto Silva (PL-PB): inclui no Código Penal o crime de sexualização digital ou impressa de menores, mesmo sem nudez explícita, quando houver conotação sexual.

PL 3852/2025Marx Beltrão (PP-AL): institui a Lei Felca, com medidas de prevenção e criminalização da adultização e sexualização infantil na internet.

PL 3854/2025Rogéria Santos (Republicanos-BA): agrava penas e tipifica a produção ou divulgação de conteúdo sexualizado com menores, mesmo sem nudez.

PL 3859/2025Célio Studart (PSD-CE) e Reginaldo Veras (PV-DF): criminaliza adultização e erotização digital de crianças e adolescentes.

PL 3861/2025Andreia Siqueira (MDB-PA): pune a disponibilização de links ou recursos que levem a pornografia infantil ou grupos que a difundam.

Com o tema em alta e pressão pública crescente, líderes partidários avaliam que a votação de pelo menos um desses textos deve ocorrer nos próximos dias.