A disputa pelo Governo da Paraíba em 2026 caminha para ser marcada pelo embate entre dois nomes jovens da política estadual: o ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSD) e o atual vice-governador Lucas Ribeiro (PP). Com 36 e 35 anos, Pedro e Lucas representam duas tradicionais famílias da política paraibana, simbolizando, ao mesmo tempo, uma renovação geracional e a permanência das oligarquias no comando dos espaços de poder no Estado.
Pedro nasceu em 1988 e Lucas 1989, respectivamente, e integram a chamada Geração Y, também conhecida como Millennials, formada por pessoas nascidas entre 1981 e 1996. Essa geração se caracteriza por ter crescido durante o avanço da internet, a globalização e profundas transformações econômicas, sociais e tecnológicas. Ainda que não sejam da Geração Z, ambos carregam o discurso e os traços políticos associados à juventude contemporânea: presença nas redes sociais, foco em inovação, educação e diálogo direto com o eleitorado.
Comparativo para o eleitor
Item | Pedro Cunha Lima | Lucas Ribeiro |
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Idade e origem | 36 anos, Campina Grande. | 35 anos, João Pessoa. |
Formação | Direito, mestrado em Coimbra. | Direito, mestrado em Desenvolvimento Regional e em Gestão Pública. |
Trajetória | Deputado federal (2015‑2023), pré‑candidato e novo presidente do PSD-PB. | Vereador, secretário, vice‑prefeito, vice‑governador desde 2023. |
Base familiar | Clan Cunha Lima (pai, senador; avô, governador). | Clan Ribeiro (mãe, senadora; avô, ex-prefeito e deputado). |
Foco político | Oposição ao governo estadual. | Continuidade governista, inovação, juventude e inclusão |
Pedro Cunha Lima
Pedro Cunha Lima é filho do ex-senador Cássio Cunha Lima e neto do ex-governador Ronaldo Cunha Lima, sendo herdeiro de um dos grupos políticos mais influentes da Paraíba. Natural de Campina Grande, é formado em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com mestrado em Direito Constitucional pela Universidade de Coimbra, em Portugal.
Ele foi eleito deputado federal em 2014 com a maior votação da Paraíba e reeleito em 2018. Ganhou projeção nacional por sua atuação em temas ligados à educação e ao combate à corrupção. Em 2022, foi candidato ao governo do Estado e chegou ao segundo turno contra João Azevêdo (PSB), conquistando 47,6% dos votos válidos. Desde então, passou a liderar a oposição ao governo estadual e, em 2025, assumiu a presidência do PSD na Paraíba, sinalizando articulações para uma nova candidatura ao Executivo estadual em 2026.
Lucas Ribeiro
Lucas Ribeiro, por sua vez, é neto do ex-deputado federal e ex-prefeito de Campina Grande Enivaldo Ribeiro e filho da senadora Daniella Ribeiro. Natural de João Pessoa, é advogado e mestre em Desenvolvimento Regional e em Liderança e Gestão Pública. Antes de se tornar vice-governador da Paraíba, foi vereador em Campina Grande (2017–2020), secretário de Ciência e Tecnologia do município, e vice-prefeito na gestão de Bruno Cunha Lima.
Com perfil técnico e atuação discreta, Lucas tem se destacado como articulador político e nome natural da base governista para 2026. Sua eventual candidatura seria apoiada pelo atual governador João Azevêdo, representando a continuidade da atual gestão. O Progressistas, partido ao qual é filiado, também vem ampliando seu protagonismo no cenário local, impulsionado pelo peso da família Ribeiro.
Uma disputa entre nomes e legados
Apesar de jovens, Pedro Cunha Lima e Lucas Ribeiro são frutos diretos de duas oligarquias políticas que dominam o cenário paraibano há décadas. A disputa entre eles poderá simbolizar um embate entre diferentes projetos de governo, mas também será vista como um novo capítulo da tradicional rivalidade entre grupos familiares que disputam poder no Estado.
Pedro lidera a oposição, que tenta se reorganizar para lançar uma candidatura forte e quebrar a hegemonia do grupo que está no poder. Do outro lado, Lucas Ribeiro surge como uma opção jovem e com apoio sólido dentro do governo. Ambos os candidatos apostam no carisma, na experiência precoce e na identificação com a juventude como diferenciais em uma eleição que deverá ser fortemente influenciada pela comunicação digital e pelas pautas sociais.
Gerações em disputa
A Geração Y, ou Millennials, abrange pessoas nascidas entre 1981 e 1996. Essa geração se destacou por acompanhar a transição do mundo analógico para o digital, crescer diante de inovações tecnológicas e vivenciar transformações profundas nos valores sociais e no mercado de trabalho. Pedro e Lucas, embora pertencentes a famílias políticas tradicionais, personificam esse novo perfil de liderança, mais conectada, técnica e orientada por resultados.
Principais características da geração
Essa faixa presenciou a chegada do novo milênio ainda criança ou bem jovem. Considerada criativa e alinhada às causas sociais, não tem como prioridades o trabalho intenso, a formação de uma família e a busca por estabilidade na carreira, ao contrário das gerações anteriores.
Acostumados com a tecnologia, são multitarefas, impulsivos, competitivos, questionadores e desejam rápido crescimento profissional e financeiro.
Um estudo do Itaú BBA mostra que a maior fatia da população do Brasil é de Millennials, que compõem 50% da força de trabalho do país. Os Millennials estão acostumados com o grande fluxo de informações. Além disso, segundo o estudo da Fatec-SP, eles consomem informações com facilidade e rapidez. São pessoas que gostam de aprender informalmente e possuem raciocínio linear. Eles valorizam treinamentos e gostam de programas de capacitação.