Especial

COMO VOTOU O BRASIL? Polêmica apresenta panorama das eleições presidenciais após a redemocratização - VEJA COMO FORAM OS RESULTADOS NO CENTRO-OESTE

O Polêmica apresenta aos leitores, um especial dividido em cinco partes, mostrando como votou cada região do Brasil de 89 à 2022.

COMO VOTOU O BRASIL? Polêmica apresenta panorama das eleições presidenciais após a redemocratização - VEJA COMO FORAM OS RESULTADOS NO CENTRO-OESTE

A cada quatro anos, as chamadas eleições gerais param o Brasil, com a disputa presidencial sendo aquela que move eleitores do Oiapoque ao Chuí.

Após 21 anos mergulhados em uma Ditadura Militar, os brasileiros acreditavam que teriam a chance de exercer o direito do voto direto para Presidente em 1985, através da emenda Dante de Oliveira, conhecida pela alcunha de Diretas Já.

Mas a rejeição da proposta pela Câmara Federal, frustrou milhões de brasileiros, que tiveram que esperar mais 4 anos para poder ter a chance de votar naquele que iria comandar o país.

A partir do pleito de 1989, tivemos mais oito eleições, que definiram o rumo do país e que espelharam o que a população pensava em cada uma dessas ocasiões.

Pensando em fazer um retrospecto dessas disputas, o Polêmica apresenta aos leitores, um especial dividido em cinco partes, mostrando como votou cada região do Brasil de 89 à 2022.

1989

A primeira eleição livre para a Presidência, englobou o maior número de candidatos da história. Foram 22 candidatos, divididos em nomes famosos como Paulo Maluf, Ulysses Guimarães e Mário Covas, políticos emergentes como Fernando Collor, Lula e Ronaldo Caiado e os desconhecidos Lívia Maria Pio e Zamir José Teixeira.

Desde às primeiras pesquisas o nome de Collor aparecia na frente, com Lula e Brizola disputando a segunda colocação.

Após o começo da campanha, o apresentador Sílvio Santos manifestou o desejo de ser candidato, se tornando o favorito ao pleito até ter sua candidatura impugnada, em decorrência de irregularidades no seu partido.

O vencedor do primeiro turno foi Fernando Collor, que atingiu 30,48% dos votos. O seu adversário no segundo turno foi Luiz Inácio Lula da Silva, com 17,19%, pouco mais de 1% na frente de Leonel Brizola, que teve 16,51%.

Na região centro-oeste, Collor venceu em três estados, com o melhor resultado sendo no Mato Grosso do Sul, enquanto Lula foi o primeiro no Distrito Federal.

Um dado curioso é que no estado de Goiás, terra de Ronaldo Caiado postulante ao cargo de Presidente em 2026 e que viria a se tornar Deputado Federal, Senador e Governador, mas que na época ainda era um nome não tão conhecido, o que se mostrou nos votos, tendo apenas 4,41%;

Os resultados totais no Centro-Oeste, no primeiro turno foram:

DF – Collor = 22,75% / Lula = 29,06% / Covas = 17,81%
GO – Collor = 45,39% / Lula = 16,86% / Ulysses = 8,89%
MT – Collor = 46,60% / Lula = 10,36% / Brizola = 10,16%
MS – Collor = 53,23% / Lula = 8,99% / Covas = 7,77%

SEGUNDO TURNO

No segundo turno Lula teve o apoio formal de Brizola e Covas, o que configurava uma chance real de vitória do petista no segundo turno.

Mas a força midiática de Collor, atrelada ao seu carisma e a alcunha de “Caçador de Marajás”, deu a vitória ao ex-Governador de Alagoas, com 53,03% dos votos, contra 46,97% de Lula.

Na região Centro-Oeste, os mesmos resultados do primeiro turno se mantiveram no segundo, com Lula vencendo apenas no DF.

Os resultados totais no Centro-Oeste, no segundo turno foram:

DF – Collor = 37,32% / Lula = 62,68%
GO – Collor = 68,44% / Lula = 31,56%
MT – Collor = 66,39% / Lula = 33,61%
MS – Collor = 72,85% / Lula = 27,15%

1994

Após o impeachment de Collor, amparado por grande participação popular, o Vice-Presidente, o mineiro Itamar Franco, assumiu o cargo no final de 1992, em um país marcado pela ebulição política e econômica.

As coisas começaram a mudar através da elaboração e implementação do Plano Real em fevereiro de 1994. O Ministro da Fazenda na época era o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, que na época estava em seu segundo mandato como Senador em São Paulo.

Inicialmente relutante em ser o candidato à Presidente de Itamar Franco, Fernando Henrique deixou à Fazenda em Março de 1994, se colocando como o nome da situação, tendo Lula como principal adversário e no começo das pesquisas, favorito ao cargo.

Durante a campanha, às falas de Lula contra o Plano Real, trouxeram ao petista, um alto índice de rejeição, mesmo com os escândalos que abalaram a campanha de FHC, que teve seu primeiro candidato à Vice afastado por suspeita de corrupção e o Ministro da Fazenda demitido, após ter uma conversa vazada antes de uma aparição no Jornal Nacional, na qual dizia não ter escrúpulos e o que fosse ruim “a gente esconde”.

A melhora da economia acabou sendo preponderante para a vitória de Fernando Henrique, que foi eleito em primeiro turno com 54,28% dos votos, contra 27,04% de Lula.

Assim como a eleição de 1989, o vencedor do pleito venceu no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, com Lula vencendo no Distrito Federal.

Uma curiosidade é que a terceira maior votação de Enéas Carneiro, terceiro colocado no pleito, foi no Distrito Federal.

Os resultados totais no Norte foram:

DF – FHC = 38,69% / Lula = 44,76% / Enéas = 9,73%
GO – FHC = 67,48% / Lula = 18,60% / Enéas = 5,37%
MT – FHC = 64,29% / Lula = 19,10% / Enéas = 5,22%
MS – FHC = 63,59% / Lula = 22,25% / Enéas = 6,15%

1998

Após a vitória em 1994, FHC teve um mandato amparado pelo sucesso do Plano Real, mas que esbarrou em crises na saúde e economia, principalmente ligados à venda de estatais como a Vale do Rio Doce, o que causou grande resistência de setores poppulares.

Outra polêmica foi a emenda que garantiu o direito à reeleição aprovada em 1997, que beneficiava todos aqueles eleitos em 1994, incluindo o próprio Presidente. Considerada por muitos como inconstitucional, a emenda foi muito criticada pela oposição, que denunciou a suposta compra de votos no Congresso.

Para tentar derrotar FHC, os dois maiores nomes da esquerda se juntaram em uma única chapa. Lula e Brizola formalizaram uma união nunca imaginada em outros tempos, com o petista como candidato à Presidente e o ex-Governador de Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, na cadeira de Vice.

Amparado pela força econômica e junto a um grande bloco dos principais partidos do Brasil na época (PFL, PTB, PPB e MDB), FHC mais uma vez derrotou Lula no primeiro turno.

Os votos totais foram parecidos com os de 1994, com a diferença que o terceiro colocado, o ex-Ministro Ciro Gomes, teve pouco mais de 10% dos votos, o que prejudicou a campanha de Lula em uma tentativa de um possível segundo turno.

FHC venceu em todos os estados do Centro-Oeste. Os melhores resultados foram no Mato Grosso e Goiás, com o Presidente tendo a melhor votação proporcional do país no Mato Grosso.

Uma curiosidade acerca de Ciro Gomes, é que o Distrito Federal foi o estado onde o cearense teve a sua segunda melhor votação proporcional, perdendo a segunda colocação para Lula por pouco mais de 2%.

Os resultados totais no Norte foram:

DF – FHC = 40,44% / Lula = 29,73% / Ciro = 27,48%
GO – FHC = 65,95% / Lula = 19,62% / Ciro = 10,35%
MT – FHC = 73,09% / Lula = 16,46% / Ciro = 7,45%
MS – FHC = 61,25% / Lula = 24,73% / Ciro = 10,58%

2002

Durante o segundo mandato de Fernando Henrique, uma grave crise econômica acometeu o Brasil. Iniciando-se logo após as eleições de 1998 como uma crise cambial, ela resultou em queda na taxa de crescimento, desemprego e aumento da dívida pública.

O Presidente também enfrentou crises internacionais e uma crise energética que gerou o chamado “apagão elétrico”, com racionamento de energia, o que abalou a popularidade e confiança da população na continuidade do grupo de FHC no poder.

O nome inicial para à sucessão de FHC era o do Governador Mário Covas, que acabou deixando à disputa após o retorno do câncer, que o vitimaria em 2001.

Os outros nomes da disputa eram o do Senador cearense Tasso Jereissati e o Ministro da Saúde José Serra. Após muitas deliberações e brigas internas, o escolhido foi Serra.

Os outros principais candidatos eram mais uma vez Lula que aparecia na frente das pesquisas, o Governador carioca Anthony Garotinho e o ex-Ministro Ciro Gomes.

A derrocada de popularidade de FHC e a rejeição ao nome de Serra deram à Lula, a cancha de favorito, o que se confirmou no primeiro turno.

O petista quase foi eleito ao atingir 46,44% dos votos, contra 23,19% de Serra. Garotinho foi o terceiro com 17,86% e Ciro atingiu 11,97%.

Lula venceu em todos os estados, mas com votações um tanto quanto apertadas. As disputas no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, foram três das quatro menores proporções nacionais nos locais onde o petista venceu.

Os resultados totais no Centro-Oeste, no primeiro turno foram:

DF – Lula = 49,07% / Serra = 16,75% / Ciro = 15,27% / Garotinho = 18,28%
GO – Lula = 42,09% / Serra = 27,91% / Ciro = 10,19% / Garotinho = 19,40%
MT – Lula = 40,64% / Serra = 29,70% / Ciro = 14,45% / Garotinho = 14,97%
MS – Lula = 41,48% / Serra = 28,70% / Ciro = 13,50% / Garotinho = 15,88%

SEGUNDO TURNO

No segundo turno Lula teve o apoio formal de Brizola e Covas, o que configurava uma chance real de vitória do petista no segundo turno.

Mas a força midiática de Collor, atrelada ao seu carisma e a alcunha de “Caçador de Marajás”, deu a vitória ao ex-Governador de Alagoas, com 53,03% dos votos, contra 46,97% de Lula.

Lula venceu novamente em todos os estados com maior votação no Distrito Federal, enquanto o Mato Grosso foi o estado onde o pernambucano teve menor vantagem.

Os resultados totais no Centro-Oeste, no segundo turno foram:

DF – Lula = 62,26% / Serra = 37,74%
GO – Lula = 57,08% / Serra = 42,92%
MT – Lula = 54,46% / Serra = 45,54%
MS – Lula = 55,14% / Serra = 44,86%

2006

O primeiro mandato de Lula foi marcado pelo crescimento da economia, diminuição da desigualdade e aumento do poder de compra do brasileiro, o que dava ao Presidente altos índices de aprovação. Mas um escândalo abalou as estruturas do Planalto.

O Mensalão, deflagrado em junho de 2005, tinha como principal acusação, o suposto pagamento mensal para Deputados votarem pela aprovação de projetos de interesse do Governo na Câmara dos Deputados.

A crise causou a renúncia de nomes do primeiro escalão do Governo e uma derrocada na popularidade do Presidente, que se viu ameaçado na sua tentativa de reeleição, pelo Governador paulista, Geraldo Alckmin.

Mesmo com Lula na dianteira das pesquisas, a tendência de segundo turno se confirmou, com Alckmin superando às expectativas.

O Presidente teve 48,60% dos votos, contra 41,62% do candidato do PSDB.

Surpreendendo a muitos analistas, Alckmin venceu nos quatro estados da região, incluindo o Distrito Federal, onde Lula só não havia vencido em 98.

Os resultados totais no Centro-Oeste, no primeiro turno foram:

DF – Lula = 37,05% / Alckmin = 44,11%
GO – Lula = 40,17% / Alckmin = 51,50%
MT – Lula = 38,65% / Alckmin = 54,82%
MS – Lula = 35,99% / Alckmin = 56,25%

SEGUNDO TURNO

Para quem esperava uma eleição disputada no segundo turno, se surpreendeu com a larga vantagem de Lula, que melhorou a sua votação em todos os estados, sendo reeleito ao atingir 60,83% dos votos, enquanto Alckmin teve 39,17%.

Lula conseguiu reverter às derrotas no Goiás e no Distrito Federal, ficando a detalhes de conseguir a virada também no Mato Grosso, tendo sido derrotado por Alckmin, por menos de 1% dos votos.

Os resultados totais no Centro-Oeste, no segundo turno foram:

DF – Lula = 56,96% / Alckmin = 43,04%
GO – Lula = 54,78% / Alckmin = 45,22%
MT – Lula = 49,69% / Alckmin = 50,31%
MS – Lula = 44,98% / Alckmin = 55,02%

2010

O segundo mandato do Presidente Lula manteve o crescimento da economia e trouxe aos brasileiros um sentimento de grandeza e orgulho do país, amparado nas escolhas para sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olímpiadas de 2016.

Com uma aprovação ainda maior que no primeiro mandato, Lula decidiu indicar a Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, uma estreante em disputas políticas.

Algumas pesquisas de opinião indicavam que Dilma poderia vencer a eleição já no primeiro turno. Ela chegou a atingir mais de 30% de diferença em relação a José Serra, candidato do PSDB.

Mas após a divulgação pela imprensa das suspeitas de tráfico de influência no Ministério da Casa-Civil envolvendo a ministra Erenice Guerra, ex-secretária executiva e braço direito de Dilma, as pesquisas passaram a indicar uma migração de votos da petista para Marina Silva, que aparecia como uma terceira via que incomodava o PT e que poderia atrapalhar na tentativa de vitória no primeiro turno.

Em 3 de outubro, Dilma obteve 46,91% dos votos válidos, classificando-se para o segundo turno com Serra, que atingiu 32,61%. Marina conquistou 19,33% dos votos, tirando da petista a vantagem que a elegeria no primeiro turno.

O resultado no primeiro turno do Centro-Oeste foi bem dividido com Serra vencendo no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Dilma sendo a primeira no Goiás e Marina no Distrito Federal, o único estado que a acreana venceu naquele pleito.

Os resultados totais no Centro-Oeste, no primeiro turno foram:

DF – Dilma = 31,74% / Serra = 24,30% / Marina = 41,96%
GO – Dilma = 42,23% / Serra = 39,48% / Marina = 17,18%
MT – Dilma = 42,94% / Serra = 44,16% / Marina = 12,00%
MS – Dilma = 39,86% / Serra = 42,35% / Marina = 16,88%

SEGUNDO TURNO

No segundo turno, Marina optou por não declarar apoio a nenhum dos dois candidatos, o que acabou beneficiando a campanha de Dilma que manteve a vantagem sobre Serra, sendo eleita em 31 de outubro, ao obter 55 752 529 votos (56,05%), elegendo-se a primeira mulher presidente do Brasil.

A principal mudança do primeiro para o segundo turno no Centro-Oeste, foi a derrota de Dilma para Serra em Goiás e a vitória da petista no Distrito Federal.

A virada de Serra no Goiás, foi inclusive a menor vantagem entre os dois candidatos em todo segundo turno.

Os resultados totais no Norte, no segundo turno foram:

DF – Dilma = 52,81% / Serra = 47,19%
GO – Dilma = 49,25% / Serra = 50,75%
MT – Dilma = 48,89% / Serra = 51,11%
MS – Dilma = 44,87% / Serra = 55,13%

2014

Dilma herdou os bons índices da economia, chegando a alcançar uma aprovação maior que à de Lula no começo de 2013.

Mas tudo mudou com às manifestações de junho de 2013. Os protestos que tinham como principais pautas, críticas a realização da Copa de 2014 e ataques a própria Dilma, acabaram minando à popularidade da Presidenta.

Chegando próximo a eleição, a situação de Dilma piorou, com o surgimento dos escândalos da Petrobrás e a Operação Lava Jato, que implicava vários nomes do Governo Federal.

Com essa queda de popularidade, os Governadores Aécio Neves e Eduardo Campos, viram uma possibilidade real de vitória, amparados pelo sentimento de antipetismo, que começava a aflorar na população. Mas uma tragédia abalou o pleito.

Eduardo Campos faleceu em 13 de agosto de 2014, vitimado em um acidente aéreo na cidade de Santos. Quem assumiu o seu lugar foi a candidata à Vice, Marina Silva, terceira colocada na eleição anterior.

A morte de Campos, seguida da ascensão de Marina Silva como candidata, alterou o quadro eleitoral. Marina chegou a ultrapassar Aécio nas pesquisas, tendo vantagem em relação à Dilma nos cenários de segundo turno. Porém, Aécio passa a crescer gradativamente nas pesquisas, assim como Marina começa a cair, em grande parte devido aos ataques que recebeu e às polêmicas que se envolveu.

Nas vésperas do primeiro turno, as pesquisas indicavam que o segundo turno seria realizado entre Dilma e Aécio, que estava em empate técnico com Marina, mas com tendência de alta.

Com 41,59% dos votos válidos, Dilma foi a mais votada, seguida por Aécio, que foi atingiu 33,55%, enquanto Marina ficou com 21,32%

No que tange à região Centro-Oeste, Aécio venceu nos quatro estados, vencendo Marina no Distrito Federal, por apenas 0,19%, a menor vantagem em todos o primeiro turno.

Os resultados totais no Norte, no primeiro turno foram:

DF – Dilma = 23,02% / Aécio = 36,10% / Marina = 35,81%
GO – Dilma = 32,10% / Aécio = 41,54% / Marina = 23,90%
MT – Dilma = 39,53% / Aécio = 44,47% / Marina = 14,11%
MS – Dilma = 37,51% / Aécio = 41,31% / Marina = 19,08%

SEGUNDO TURNO

No segundo turno, Marina optou por não declarar apoio a nenhum dos dois candidatos, o que acabou beneficiando a campanha de Dilma que manteve a vantagem sobre Serra, sendo eleita em 31 de outubro, ao obter 55 752 529 votos (56,05%), elegendo-se a primeira mulher presidente do Brasil.

Aécio venceu novamente nos quatro estados do Centro-Oeste, ampliando de forma considerável os números do primeiro turno sobre a Presidente Dilma.

Os resultados totais no Centro-Oeste, no segundo turno foram:

DF – Dilma = 38,10% / Aécio = 61,90%
GO – Dilma = 42,89% / Aécio = 57,11%
MT – Dilma = 45,33% / Aécio = 54,67%
MS – Dilma = 43,67% / Aécio = 56,33%

2018

Dilma iniciou seu segundo mandato em janeiro de 2015 enfraquecida em meio a grave crise econômica e política. A crise econômica levou o governo a tomar medidas impopulares, incluindo cortes bilionários no orçamento e aumento de impostos. 

Em paralelo, revelações da operação Lava Jato acentuaram-se e implicaram diversos políticos governistas e oposicionistas.

Com a impopularidade de Dilma, manifestações antigovernamentais mobilizaram milhões de pessoas que demandavam a saída da presidente, o que culminou no impeachment de Dilma em agosto de 2016, com a alegação de que a Presidenta teria violado leis orçamentárias.

O Vice, Michel Temer, assumiu o cargo, conseguindo aprovar algumas das medidas que considerava essenciais, incluindo o Novo Regime Fiscal e uma Reforma Trabalhista, mas o seu mandato foi envolto em baixa popularidade e escândalos que não viabilizavam um sucessor competitivo para o Presidente.

Com o sentimento de antipetismo no seu máximo, a figura de Jair Bolsonaro foi alçada a principal nome da direita. Um Deputado de carreira do baixo clero, Bolsonaro galgou espaços com falas muitas vezes preconceituosas e problemáticas, mas que ressoaram em uma grande parte da população.

O PT oficializou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao terceiro mandato. No entanto, Lula, que estava preso por corrupção e lavagem de dinheiro, teve a candidatura indeferida pelo TSE em virtude de sua condenação em segunda instância, violando assim os dispositivos para ser considerado elegível segundo a Lei da Ficha Limpa. O partido então escolheu como seu vice Fernando Haddad, que assumiu a condição de candidato a Presidente.

A força do discurso antipetista de Bolsonaro, atrelado ao atentado sofrido em setembro de 2018, deram ao paulista, uma vantagem considerável, o que se justificou nos resultados do primeiro turno.

O ex-Deputado teve 46,03% dos votos, contra 29,28% de Haddad e 12,47% de Ciro Gomes.

No que tange à região Centro-Oeste, Bolsonaro venceu em todos os estados, com Haddad sendo apenas o terceiro colocado no Distrito Federal.

Os resultados totais no Centro-Oeste, no primeiro turno foram:

DF – Bolsonaro = 58,37% / Haddad = 11,87% / Ciro = 16,60%
GO – Bolsonaro = 57,24% / Haddad = 21,86% / Ciro = 8,60%
MT – Bolsonaro = 60,04% / Haddad = 24,76% / Ciro = 5,59%
MS – Bolsonaro = 55,06% / Haddad = 23,87% / Ciro = 8,04%

SEGUNDO TURNO

O medo de alguém extremista como Bolsonaro ser eleito fez com que a campanha de Haddad conseguisse uma sobrevida no segundo turno, o que não foi suficiente para derrotar o paulista, que foi eleito com 55,13% dos votos, contra 44,87% de Haddad.

Bolsonaro manteve a vitória nos estados do Centro-Oeste, atingindo quase 70% dos votos no Distrito Federal, a quinta maior votação nos estados brasileiros.

Os resultados totais no Centro-Oeste, no segundo turno foram:

DF – Bolsonaro = 69,99% / Haddad = 30,01%
GO – Bolsonaro = 65,52% / Haddad = 34,48%
MT – Bolsonaro = 66,42% / Haddad = 33,58%
MS – Bolsonaro = 65,22% / Haddad = 34,78%

2022

Enquanto o pleito de 2018 foi pautado no combate à corrupção e nas eleições de candidatos “antipolíticos”, as eleições de 2022 tiveram coma economia e a gestão durante a pandemia como principais bandeiras.

O Governo Bolsonaro, que já não vinha bem na economia em 2019 e que se via envolto em escândalos como os das rachadinhas, teve a pandemia da Covid-19, o seu calcanhar de aquiles.

Com falas negacionistas, que diminuíam o impacto da doença, ironizava às mortes e criticava a eficácia da vacina, Bolsonaro se viu em um país atingido por mais de 400 mil mortes em um ano e meio de pandemia.

Esses dados alarmantes causaram uma brusca queda na popularidade do Presidente, que se viu com mais de 150 pedidos de impeachment e com uma CPI que questionava e investigava seus atos durante o curso da pandemia.

Além de todos esses problemas, Bolsonaro tinha o seu principal adversário de volta ao jogo político. Após não disputar o pleito de 2018, Lula tornou-se elegível após suas condenações serem anuladas em 2021 pelo ministro Edson Fachin, após o juiz de primeira instância responsável pelo caso, Sergio Moro, ter sua suspeição declarada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

E esse foi o norte de toda a eleição. Bolsonaro criticado pela economia ruim, a fome, suas falas e ações criminosas durante o mandato e Lula questionado por sua prisão e casos de corrupção no seu Governo.

As pesquisas indicavam Lula na frente, amparado pela queda de popularidade do Presidente e pelo sentimento do brasileiro de retorno aos tempos de mandato do petista, quando a economia era umas das melhores do mundo e onde a desigualdade social, diminuiu a níveis nunca antes visto no nosso país.

Alguns até acreditavam que o petista venceria no primeiro turno, mas isso não aconteceu, com Lula atingindo 48,43% dos votos, enquanto Bolsonaro teve 43,20%.

Assim como em 2018, Bolsonaro saiu vitorioso nos quatro estados do Centro-Oeste, mas com uma vantagem relativamente menor daquela aplicada sobre Haddad.

Os resultados totais no Centro-Oeste, no primeiro turno foram:

DF – Lula = 36,85% / Bolsonaro = 51,65%
GO – Lula = 39,51% / Bolsonaro = 52,16%
MT – Lula = 34,39% / Bolsonaro = 59,84%
MS – Lula = 39,04% / Bolsonaro = 52,70%

SEGUNDO TURNO

Bolsonaro conseguiu melhorar sua votação no segundo turno, deixando a votação em uma das corridas mais acirradas de todos os tempos, sendo decidida após uma virada de Lula, com pouco mais de 50% da apuração.

O petista voltou para o seu terceiro mandato ao atingir 50,90% dos votos, contra 49,10% do Presidente.

A única diferença na distribuições de estados do Centro-Oeste, por candidato do primeiro para o segundo turno, foi que Bolsonaro ampliou consideravelmente a vantagem sobre Lula.

Os resultados totais no Centro-Oeste, no segundo turno foram:

DF – Lula = 41,19% / Bolsonaro = 58,81%
GO – Lula = 41,29% / Bolsonaro = 58,71%
MT – Lula = 34,92% / Bolsonaro = 65,08%
MS – Lula = 40,51% / Bolsonaro = 59,49%

Fonte: Vitor Azevêdo
Créditos: Polêmica Paraíba