Nostalgia

COMO VOTOU O BRASIL? Polêmica apresenta panorama das eleições presidenciais após a redemocratização - VEJA COMO FORAM OS RESULTADOS NA REGIÃO SUL

O Polêmica apresenta aos leitores, um especial dividido em cinco partes, mostrando como votou cada região do Brasil de 89 à 2022.

COMO VOTOU O BRASIL? Polêmica apresenta panorama das eleições presidenciais após a redemocratização - VEJA COMO FORAM OS RESULTADOS NA REGIÃO SUL

A cada quatro anos, as chamadas eleições gerais param o Brasil, com a disputa presidencial sendo aquela que move eleitores do Oiapoque ao Chuí.

Após 21 anos mergulhados em uma Ditadura Militar, os brasileiros acreditavam que teriam a chance de exercer o direito do voto direto para Presidente em 1985, através da emenda Dante de Oliveira, conhecida pela alcunha de Diretas Já.

Mas a rejeição da proposta pela Câmara Federal, frustrou milhões de brasileiros, que tiveram que esperar mais 4 anos para poder ter a chance de votar naquele que iria comandar o país.

A partir do pleito de 1989, tivemos mais oito eleições, que definiram o rumo do país e que espelharam o que a população pensava em cada uma dessas ocasiões.

Pensando em fazer um retrospecto dessas disputas, o Polêmica apresenta aos leitores, um especial dividido em cinco partes, mostrando como votou cada região do Brasil de 89 à 2022.

1989

A primeira eleição livre para a Presidência, englobou o maior número de candidatos da história. Foram 22 candidatos, divididos em nomes famosos como Paulo Maluf, Ulysses Guimarães e Mário Covas, políticos emergentes como Fernando Collor, Lula e Ronaldo Caiado e os desconhecidos Lívia Maria Pio e Zamir José Teixeira.

Desde às primeiras pesquisas o nome de Collor aparecia na frente, com Lula e Brizola disputando a segunda colocação.

Após o começo da campanha, o apresentador Sílvio Santos manifestou o desejo de ser candidato, se tornando o favorito ao pleito até ter sua candidatura impugnada, em decorrência de irregularidades no seu partido.

O vencedor do primeiro turno foi Fernando Collor, que atingiu 30,48% dos votos. O seu adversário no segundo turno foi Luiz Inácio Lula da Silva, com 17,19%, pouco mais de 1% na frente de Leonel Brizola, que teve 16,51%.

Na região sul do país, terra de Leonel Brizola, o ex-Governador de Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro venceu em Santa Catarina e na sua terra natal, enquanto Collor foi vitorioso no Paraná.

Os resultados totais no Sul, no primeiro turno foram:

RS – Brizola = 62,66% / Collor = 9,23% / Lula = 6,72%
SC – Brizola = 26,22% / Collor = 23,52% / Lula = 10,58%
PR – Collor = 40,64% / Brizola = 14,41% / Lula = 8,27%

No segundo turno Lula teve o apoio formal de Brizola e Covas, o que configurava uma chance real de vitória do petista no segundo turno.

Mas a força midiática de Collor, atrelada ao seu carisma e a alcunha de “Caçador de Marajás”, deu a vitória ao ex-Governador de Alagoas, com 53,03% dos votos, contra 46,97% de Lula.

No sul do país, Collor venceu novamente no Paraná e derrotou Lula em Santa Catarina com uma pequena vantagem, enquanto Lula com o apoio de Brizola foi o mais votado no Rio Grande do Sul, com quase 70% dos votos.

Os resultados totais no Sul, no segundo turno foram:

RS – Collor = 31,28% / Lula = 68,72%
SC – Collor = 50,32% / Lula = 49,68%
PR – Collor = 67,28% / Lula = 32,72%

1994

Após o impeachment de Collor, amparado por grande participação popular, o Vice-Presidente, o mineiro Itamar Franco, assumiu o cargo no final de 1992, em um país marcado pela ebulição política e econômica.

As coisas começaram a mudar através da elaboração e implementação do Plano Real em fevereiro de 1994. O Ministro da Fazenda na época era o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, que na época estava em seu segundo mandato como Senador em São Paulo.

Inicialmente relutante em ser o candidato à Presidente de Itamar Franco, Fernando Henrique deixou à Fazenda em Março de 1994, se colocando como o nome da situação, tendo Lula como principal adversário e no começo das pesquisas, favorito ao cargo.

Durante a campanha, às falas de Lula contra o Plano Real, trouxeram ao petista, um alto índice de rejeição, mesmo com os escândalos que abalaram a campanha de FHC, que teve seu primeiro candidato à Vice afastado por suspeita de corrupção e o Ministro da Fazenda demitido, após ter uma conversa vazada antes de uma aparição no Jornal Nacional, na qual dizia não ter escrúpulos e o que fosse ruim “a gente esconde”.

A melhora da economia acabou sendo preponderante para a vitória de Fernando Henrique, que foi eleito em primeiro turno com 54,28% dos votos, contra 27,04% de Lula.

Na região sul, Fernando Henrique venceu no Paraná e em Santa Catarina, enquanto Lula foi o vitorioso no Rio Grande do Sul, um dos dois únicos estados nos quais o petista venceu.

Os resultados totais no Sul foram:

RS – FHC = 29,57% / Lula = 33,48%
SC – FHC = 33,20% / Lula = 26,55%
PR – FHC = 60,33% / Lula = 22,75%

1998

Após a vitória em 1994, FHC teve um mandato amparado pelo sucesso do Plano Real, mas que esbarrou em crises na saúde e economia, principalmente ligados à venda de estatais como a Vale do Rio Doce, o que causou grande resistência de setores poppulares.

Outra polêmica foi a emenda que garantiu o direito à reeleição aprovada em 1997, que beneficiava todos aqueles eleitos em 1994, incluindo o próprio Presidente. Considerada por muitos como inconstitucional, a emenda foi muito criticada pela oposição, que denunciou a suposta compra de votos no Congresso.

Para tentar derrotar FHC, os dois maiores nomes da esquerda se juntaram em uma única chapa. Lula e Brizola formalizaram uma união nunca imaginada em outros tempos, com o petista como candidato à Presidente e o ex-Governador de Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, na cadeira de Vice.

Amparado pela força econômica e junto a um grande bloco dos principais partidos do Brasil na época (PFL, PTB, PPB e MDB), FHC mais uma vez derrotou Lula no primeiro turno.

Os votos totais foram parecidos com os de 1994, com a diferença que o terceiro colocado, o ex-Ministro Ciro Gomes, teve pouco mais de 10% dos votos, o que prejudicou a campanha de Lula em uma tentativa de um possível segundo turno.

O Presidente foi reeleito ao atingir 53,06% dos votos, contra 31,71% do petista. Na região sul, o resultado foi o mesmo da eleição anterior, com FHC vencendo no Paraná e Santa Catarina e Lula no Rio Grande do Sul.

Os resultados totais no Sul foram:

RS – FHC = 40,59% / Lula = 49,04%
SC – FHC = 49,42% / Lula = 36,60%
PR – FHC = 59,24% / Lula = 27,78%

2002

Durante o segundo mandato de Fernando Henrique, uma grave crise econômica acometeu o Brasil. Iniciando-se logo após as eleições de 1998 como uma crise cambial, ela resultou em queda na taxa de crescimento, desemprego e aumento da dívida pública.

O Presidente também enfrentou crises internacionais e uma crise energética que gerou o chamado “apagão elétrico”, com racionamento de energia, o que abalou a popularidade e confiança da população na continuidade do grupo de FHC no poder.

O nome inicial para à sucessão de FHC era o do Governador Mário Covas, que acabou deixando à disputa após o retorno do câncer, que o vitimaria em 2001.

Os outros nomes da disputa eram o do Senador cearense Tasso Jereissati e o Ministro da Saúde José Serra. Após muitas deliberações e brigas internas, o escolhido foi Serra.

Os outros principais candidatos eram mais uma vez Lula que aparecia na frente das pesquisas, o Governador carioca Anthony Garotinho e o ex-Ministro Ciro Gomes.

A derrocada de popularidade de FHC e a rejeição ao nome de Serra deram à Lula, a cancha de favorito, o que se confirmou no primeiro turno.

O petista quase foi eleito ao atingir 46,44% dos votos, contra 23,19% de Serra. Garotinho foi o terceiro com 17,86% e Ciro atingiu 11,97%.

No que tange à região sul, Lula venceu nos três estados, com maior vantagem em Santa Catarina.

Os resultados totais no Sul, no primeiro turno foram:

RS – Garotinho = 12,02% / Serra = 32,40% / Lula = 45,18%
SC – Garotinho = 12,29% / Serra = 23,27% / Lula = 56,59%
PR – Garotinho = 14,25% / Serra = 26,98% / Lula = 50,13%

Amparo pela grande votação no primeiro turno e os apoios de Ciro e Garotinho, Lula foi eleito com 61,27% dos votos, um total de pouco mais de 52 milhões de votos, na época a segunda maior votação da história global, só atrás da reeleição de Ronald Reagan nos Estados Unidos, em 1984.

O petista venceu novamente os três estados da região sul, ampliando a vantagem em todos, solidificando a força de Lula em todo o território nacional.

Os resultados totais no Sul, no segundo turno foram:

RS – Serra = 44,16% / Lula = 55,84%
SC – Serra = 35,86% / Lula = 64,16%
PR – Serra = 40,78% / Lula = 59,22%

2006

O primeiro mandato de Lula foi marcado pelo crescimento da economia, diminuição da desigualdade e aumento do poder de compra do brasileiro, o que dava ao Presidente altos índices de aprovação. Mas um escândalo abalou as estruturas do Planalto.

O Mensalão, deflagrado em junho de 2005, tinha como principal acusação, o suposto pagamento mensal para Deputados votarem pela aprovação de projetos de interesse do Governo na Câmara dos Deputados.

A crise causou a renúncia de nomes do primeiro escalão do Governo e uma derrocada na popularidade do Presidente, que se viu ameaçado na sua tentativa de reeleição, pelo Governador paulista, Geraldo Alckmin.

Mesmo com Lula na dianteira das pesquisas, a tendência de segundo turno se confirmou, com Alckmin superando às expectativas.

O Presidente teve 48,60% dos votos, contra 41,62% do candidato do PSDB.

No que tange à região sul, Alckmin venceu nos três estados, com maior vantagem em Santa Catarina.

Os resultados totais no Sul, no primeiro turno foram:

RS – Alckmin = 55,76% / Lula = 33,07%
SC – Alckmin = 56,61% / Lula = 33,22%
PR – Alckmin = 53,01% / Lula = 37,90%

Para quem esperava uma eleição disputada no segundo turno, se surpreendeu com a larga vantagem de Lula, que melhorou a sua votação em todos os estados, sendo reeleito ao atingir 60,83% dos votos, enquanto Alckmin teve 39,17%.

O Presidente não conseguiu vencer em nenhum estado do sul no segundo turno, mas diminuiu a vantagem de Alckmin em todos, chegando a perder no Paraná por pouco mais de 1% dos votos.

Os resultados totais no Sul, no segundo turno foram:

RS – Alckmin = 55,35% / Lula = 44,65%
SC – Alckmin = 54,53% / Lula = 45,47%
PR – Alckmin = 50,75% / Lula = 49,25%

2010

O segundo mandato do Presidente Lula manteve o crescimento da economia e trouxe aos brasileiros um sentimento de grandeza e orgulho do país, amparado nas escolhas para sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olímpiadas de 2016.

Com uma aprovação ainda maior que no primeiro mandato, Lula decidiu indicar a Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, uma estreante em disputas políticas.

Algumas pesquisas de opinião indicavam que Dilma poderia vencer a eleição já no primeiro turno. Ela chegou a atingir mais de 30% de diferença em relação a José Serra, candidato do PSDB.

Mas após a divulgação pela imprensa das suspeitas de tráfico de influência no Ministério da Casa-Civil envolvendo a ministra Erenice Guerra, ex-secretária executiva e braço direito de Dilma, as pesquisas passaram a indicar uma migração de votos da petista para Marina Silva, que aparecia como uma terceira via que incomodava o PT e que poderia atrapalhar na tentativa de vitória no primeiro turno.

Em 3 de outubro, Dilma obteve 46,91% dos votos válidos, classificando-se para o segundo turno com Serra, que atingiu 32,61%. Marina conquistou 19,33% dos votos, tirando da petista a vantagem que a elegeria no primeiro turno.

No que tange à região sul, Serra venceu no Paraná e em Santa Catarina, enquanto Dilma foi a mais votada no Rio Grande do Sul.

Os resultados totais no Sul, no primeiro turno foram:

RS – Dilma = 46,95% / Serra = 40,59% / Marina = 11,33%
SC – Dilma = 38,71% / Serra = 45,77% / Marina = 13,99%
PR – Dilma = 38,94% / Serra = 43,94% / Marina = 15,91%

No segundo turno, Marina optou por não declarar apoio a nenhum dos dois candidatos, o que acabou beneficiando a campanha de Dilma que manteve a vantagem sobre Serra, sendo eleita em 31 de outubro, ao obter 55 752 529 votos (56,05%), elegendo-se a primeira mulher presidente do Brasil.

No sul do país, Dilma não melhorou sua votação, na verdade acabou perdendo no Rio Grande do Sul, enquanto às vantagens de Serra no Paraná e em Santa Catarina aumentaram.

Os resultados totais no Sul, no segundo turno foram:

RS – Dilma = 49,06% / Serra = 50,94%
SC – Dilma = 43,39% / Serra = 56,61%
PR – Dilma = 44,56% / Serra = 55,44%

2014

Dilma herdou os bons índices da economia, chegando a alcançar uma aprovação maior que à de Lula no começo de 2013.

Mas tudo mudou com às manifestações de junho de 2013. Os protestos que tinham como principais pautas, críticas a realização da Copa de 2014 e ataques a própria Dilma, acabaram minando à popularidade da Presidenta.

Chegando próximo a eleição, a situação de Dilma piorou, com o surgimento dos escândalos da Petrobrás e a Operação Lava Jato, que implicava vários nomes do Governo Federal.

Com essa queda de popularidade, os Governadores Aécio Neves e Eduardo Campos, viram uma possibilidade real de vitória, amparados pelo sentimento de antipetismo, que começava a aflorar na população. Mas uma tragédia abalou o pleito.

Eduardo Campos faleceu em 13 de agosto de 2014, vitimado em um acidente aéreo na cidade de Santos. Quem assumiu o seu lugar foi a candidata à Vice, Marina Silva, terceira colocada na eleição anterior.

A morte de Campos, seguida da ascensão de Marina Silva como candidata, alterou o quadro eleitoral. Marina chegou a ultrapassar Aécio nas pesquisas, tendo vantagem em relação à Dilma nos cenários de segundo turno. Porém, Aécio passa a crescer gradativamente nas pesquisas, assim como Marina começa a cair, em grande parte devido aos ataques que recebeu e às polêmicas que se envolveu.

Nas vésperas do primeiro turno, as pesquisas indicavam que o segundo turno seria realizado entre Dilma e Aécio, que estava em empate técnico com Marina, mas com tendência de alta.

Com 41,59% dos votos válidos, Dilma foi a mais votada, seguida por Aécio, que foi atingiu 33,55%, enquanto Marina ficou com 21,32%

No que tange à região sul, os resultados do primeiro turno foram idênticos ao de 2010, com Dilma vencendo no Rio Grande do Sul e Aécio no lugar de Serra, sendo o vitorioso no Paraná e em Santa Catarina.

Os resultados totais no Sul, no primeiro turno foram:

RS – Dilma = 43,21% / Aécio = 41,42% / Marina = 11,50%
SC – Dilma = 30,76% / Aécio = 52,89% / Marina = 12,83%
PR – Dilma = 32,54% / Aécio = 49,79% / Marina = 14,20%

Diferente de 2010, Marina decidiu apoiar Aécio no segundo turno, o que deixou o pleito ainda mais acirrado.

A tática de Aécio de ataques pessoais à Dilma e o lema de mudança que o mineiro empregava, deixou a eleição com um clima de instabilidade e imprevisibilidade que se refletiu nas urnas.

A petista foi reeleita ao atingir 51,64% dos votos, contra 48,36% de Aécio.

No sul do país, o que aconteceu no primeiro turno de 2010 se repetiu em 2014. Dilma não melhorou sua votação, na verdade acabou perdendo no Rio Grande do Sul, enquanto às vantagens de Aécio no Paraná e em Santa Catarina aumentaram.

Os resultados totais no Sul, no segundo turno foram:

RS – Dilma = 46,47% / Aécio = 53,53%
SC – Dilma = 35,41% / Aécio = 64,59%
PR – Dilma = 39,02% / Aécio = 60,98%

2018

Dilma iniciou seu segundo mandato em janeiro de 2015 enfraquecida em meio a grave crise econômica e política. A crise econômica levou o governo a tomar medidas impopulares, incluindo cortes bilionários no orçamento e aumento de impostos. 

Em paralelo, revelações da operação Lava Jato acentuaram-se e implicaram diversos políticos governistas e oposicionistas.

Com a impopularidade de Dilma, manifestações antigovernamentais mobilizaram milhões de pessoas que demandavam a saída da presidente, o que culminou no impeachment de Dilma em agosto de 2016, com a alegação de que a Presidenta teria violado leis orçamentárias.

O Vice, Michel Temer, assumiu o cargo, conseguindo aprovar algumas das medidas que considerava essenciais, incluindo o Novo Regime Fiscal e uma Reforma Trabalhista, mas o seu mandato foi envolto em baixa popularidade e escândalos que não viabilizavam um sucessor competitivo para o Presidente.

Com o sentimento de antipetismo no seu máximo, a figura de Jair Bolsonaro foi alçada a principal nome da direita. Um Deputado de carreira do baixo clero, Bolsonaro galgou espaços com falas muitas vezes preconceituosas e problemáticas, mas que ressoaram em uma grande parte da população.

O PT oficializou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao terceiro mandato. No entanto, Lula, que estava preso por corrupção e lavagem de dinheiro, teve a candidatura indeferida pelo TSE em virtude de sua condenação em segunda instância, violando assim os dispositivos para ser considerado elegível segundo a Lei da Ficha Limpa. O partido então escolheu como seu vice Fernando Haddad, que assumiu a condição de candidato a Presidente.

A força do discurso antipetista de Bolsonaro, atrelado ao atentado sofrido em setembro de 2018, deram ao paulista, uma vantagem considerável, o que se justificou nos resultados do primeiro turno.

O ex-Deputado teve 46,03% dos votos, contra 29,28% de Haddad e 12,47% de Ciro Gomes.

No que tange à região sul, Bolsonaro teve ampla vantagem nos três estados, com a menor votação sendo no Rio Grande do Sul.

Os resultados totais no Sul, no primeiro turno foram:

RS – Bolsonaro = 52,63% / Haddad = 22,81% / Ciro = 11,37%
SC – Bolsonaro = 65,82% / Haddad = 15,13% / Ciro = 6,68%
PR – Bolsonaro = 56,89% / Haddad = 19,70% / Ciro = 8,31%

O medo de alguém extremista como Bolsonaro ser eleito fez com que a campanha de Haddad conseguisse uma sobrevida no segundo turno, o que não foi suficiente para derrotar o paulista, que foi eleito com 55,13% dos votos, contra 44,87% de Haddad.

No sul do país, a vantagem de Bolsonaro aumentou exponencialmente nos três estados, com a maior porcentagem sendo em Santa Catarina.

Os resultados totais no Sul, no segundo turno foram:

RS – Bolsonaro = 63,24% / Haddad = 36,76%
SC – Bolsonaro = 75,92% / Haddad = 24,08%
PR – Bolsonaro = 68,43% / Haddad = 31,57%

2022

Enquanto o pleito de 2018 foi pautado no combate à corrupção e nas eleições de candidatos “antipolíticos”, as eleições de 2022 tiveram coma economia e a gestão durante a pandemia como principais bandeiras.

O Governo Bolsonaro, que já não vinha bem na economia em 2019 e que se via envolto em escândalos como os das rachadinhas, teve a pandemia da Covid-19, o seu calcanhar de aquiles.

Com falas negacionistas, que diminuíam o impacto da doença, ironizava às mortes e criticava a eficácia da vacina, Bolsonaro se viu em um país atingido por mais de 400 mil mortes em um ano e meio de pandemia.

Esses dados alarmantes causaram uma brusca queda na popularidade do Presidente, que se viu com mais de 150 pedidos de impeachment e com uma CPI que questionava e investigava seus atos durante o curso da pandemia.

Além de todos esses problemas, Bolsonaro tinha o seu principal adversário de volta ao jogo político. Após não disputar o pleito de 2018, Lula tornou-se elegível após suas condenações serem anuladas em 2021 pelo ministro Edson Fachin, após o juiz de primeira instância responsável pelo caso, Sergio Moro, ter sua suspeição declarada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

E esse foi o norte de toda a eleição. Bolsonaro criticado pela economia ruim, a fome, suas falas e ações criminosas durante o mandato e Lula questionado por sua prisão e casos de corrupção no seu Governo.

As pesquisas indicavam Lula na frente, amparado pela queda de popularidade do Presidente e pelo sentimento do brasileiro de retorno aos tempos de mandato do petista, quando a economia era umas das melhores do mundo e onde a desigualdade social, diminuiu a níveis nunca antes visto no nosso país.

Alguns até acreditavam que o petista venceria no primeiro turno, mas isso não aconteceu, com Lula atingindo 48,43% dos votos, enquanto Bolsonaro teve 43,20%.

No sul do país, o que aconteceu nos dois turnos de 2018, se repetiu em 2022. Bolsonaro venceu nos três estados com maior vantagem em Santa Catarina.

Os resultados totais no Sul, no primeiro turno foram:

RS – Lula = 42,28% / Bolsonaro = 48,89%
SC – Lula = 29,54% / Bolsonaro = 62,21%
PR – Lula = 35,99% / Bolsonaro = 55,26%

Bolsonaro conseguiu melhorar sua votação no segundo turno, deixando a votação em uma das corridas mais acirradas de todos os tempos, sendo decidida após uma virada de Lula, com pouco mais de 50% da apuração.

O petista voltou para o seu terceiro mandato ao atingir 50,90% dos votos, contra 49,10% do Presidente.

No sul do país, a vantagem de Bolsonaro aumentou exponencialmente nos três estados, com a maior porcentagem sendo em Santa Catarina.

Os resultados totais no Sul, no segundo turno foram:

RS – Lula = 43,65% / Bolsonaro = 56,35%
SC – Lula = 30,73% / Bolsonaro = 69,27%
PR – Lula = 37,60% / Bolsonaro = 62,40%

Fonte: Vitor Azevêdo
Créditos: Polêmica Paraíba