Política

Câmara de João Pessoa realiza audiência pública para debater atuação de doulas

Vereador Fuba (PT), autor do projeto, destaca que presença das doulas beneficia as gestantes

Câmara de João Pessoa realiza audiência pública para debater atuação de doulas

 

doulasNesta segunda-feira, 14, às 15h, o Projeto de Lei 907/2015, de autoria do vereador Fuba (PT), que trata da regulamentação da atuação das doulas, mulheres que dão suporte emocional para as gestantes antes, durante e após o parto, será debatido em uma Audiência Pública que acontecerá na Câmara de Vereadores de João Pessoa (CMJP).

“Essa Audiência Pública acontece para que a sociedade saiba a importância das doulas no acompanhamento das gestantes. Essas mulheres estão ali para fazer pequenos gestos, que são grandiosos para a futura mãe, como segurar a mão, falar palavras de encorajamento e se for o caso fazer algum tipo de massagem para amenizar as dores. Estamos convidando diversos segmentos, assim como as próprias doulas e mulheres que foram assistidas por elas e tiveram um parto mais tranqüilo, para participarem deste momento”, explicou o vereador.

O Projeto de Lei 907/2015 surge para garantir que essas acompanhantes tenham acesso as instituições médicas privadas e públicas da Capital paraibana, assim como determina que as doulas não poderão, em hipótese alguma, executar alguma ação que seja de responsabilidade dos profissionais de saúde que atuam durante o parto. “Queremos apenas deixar claro qual o papel das doulas, e desta forma contribuir para que no momento do parto haja a harmonia entre todos os envolvidos. Sabemos que o apoio emocional que as doulas proporcionam para as futuras mamães se reflete no momento de dar a luz, o que normalmente acontece de uma forma mais tranqüila”, acrescentou o líder da bancada da PT na CMJP.

Segundo a doula Verônica Oliveira, a iniciativa do vereador Fuba segue uma tendência que já é realidade em outros municípios: “Cidades como Santos, Poços de Caldas (Minas Gerais), Blumenau, Sorocaba e Rondonópolis, já tiveram a sua lei aprovada, e João Pessoa precisa entrar neste grupo de municípios que entendem que a humanização do parto é algo que só trará benefícios para todos”.

A partir de pesquisas científicas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS) reconhecem que a presença da doula traz ganhos significativos à gestante e ao recém-nascido. Em João Pessoa, a Prefeitura Municipal já conta com a presença das doulas, que acontece através de um curso de formação oferecido gratuitamente através da Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres (SEPPM) e pelo Instituto Cândida Vargas (Secretaria de Saúde).

A presença das doulas, que são voluntárias, no Instituto Cândida Vargas (ICV) fez com que entre 2013 e 2014 os partos normais passassem de 51,8% para 54,12%. Ainda na mesma maternidade, a presença delas também representa uma redução em 20% na duração do trabalho de parto, diminuição de 60% nos pedidos de anestesia e redução de 40% no uso de oxitocina e do fórceps.

“Só existem dados positivos quando pesquisamos sobre a presença das doulas durante a gestação e no momento do parto, e acreditamos que o bem estar das nossas mulheres será o principal motivo para que o PL 907/2015 seja aprovado no dia 16 de setembro. O papel da Casa de Napoleão Laureano é legislar em favor da população, e é isso que estamos fazendo aqui”, finalizou Fuba.

Sobre o Projeto

Desenvolvido pelo gabinete do vereador Fuba, em conjunto com a Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres, o Projeto de Lei 907/2015 coloca que os estabelecimentos de saúde da rede pública ou privada de João Pessoa devam permitir a presença das doulas durante todo o período de trabalho de parto, parto é pós-parto, assim como nas consultas e exames pré-natal, caso seja o desejo da parturiente.

Também fica determinado que a doula não poderá realizar procedimentos médicos ou clínicos, como o caso de aferição da pressão, avaliação da progressão do trabalho de parto, administração de medicamentos e outros procedimentos privativos dos profissionais da área de saúde, mesmo se possuir formação na área e mesmo que esteja legalmente apta à fazê-los.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) deverá comunicar às diretorias dos hospitais públicos e privados, aos sindicatos, associações, órgãos de classe dos médicos ou entidades similares de serviços de saúde o seu cumprimento e responsabilidades.