Entrevista

Bruno critica aproximação do seu partido PSD com PT e confirma que vota em Bolsonaro em 2022: "Voto naturalmente"

O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), é contra qualquer aproximação do seu partido, o PSD, com o ex-presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT). Em entrevista ao Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan, nesta quinta-feira (13), Bruno falou do seu papel nas eleições em 2022 e voltou a criticar a distribuição de vacinas contra a Covid-19 para João Pessoa e Campina Grande.

O primeiro tema da entrevista foi exatamente sobre vacinas. Bruno disse que prefere evitar qualquer conflito entre João Pessoa e Campina Grande, mas voltou a criticar a distribuição desigual de vacinas contra a Covid-19 para as duas cidades.

“Quero afastar qualquer tipo de ‘birra’ com João Pessoa […]. É inegável que existe uma disparidade quanto a distribuição de doses de vacinas. Eu evito ficar falando sobre isso, insistente e recorrentemente, para não entrar em um oito e toda discussão terminar nisso”, alegou.

Bruno exemplificou sua posição ao mostrar dados do ‘vacinômetro’ do Ministério da Saúde, onde diz que João Pessoa recebeu 336.381 doses de vacinas e Campina Grande, 136.966 doses. “Essas diferenças terminam fazendo com que haja um grau comparativo, que é inevitável”, agregou.

Influência da formação da chapa de oposição em 2022

Perguntado sobre seu envolvimento na formação da chapa de oposição que deve ser elaborada para concorrer à eleição para governador em 2022, Bruno afirmou que deverá participar do processo em função da importância de Campina Grande para a política estadual, mas sem ter o poder de “controlar”.

“Eu não tenho perfil de ser controlador, querer controlar e determinar o processo, mas me coloco como interlocutor para que os partidos e aliados, a gente possa conversar tendo como ponto focal a cidade de Campina Grande”, disse.

“É natural que eu participe do processo com voz ativa, mas, naturalmente, como eu disse, não sou do perfil de determinar. Quero estimular o diálogo entre os partidos”, concluiu.

Posteriormente, ele disse ainda que vai fazer “todos os esforços” para que a cabeça de chapa da oposição seja de algum aliado de seu grupo, e se possível, de Campina Grande.

O prefeito lembrou os nomes do ex-prefeito da cidade, Romero Rodrigues (PSD), Pedro Cunha Lima (PSDB) e Cássio Cunha Lima (PSDB), que segundo ele, não podem ser esquecidos em qualquer formação de chapa em 2022.

Possível aproximação de Kassab com Lula

Nas últimas semanas, tem sido destaque na mídia nacional acenos do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, com o ex-presidente Lula (PT). Essa possível aproximação é contrária à ideologia de Romero Rodrigues, que é pré-candidato ao governo do estado pelo partido, e que não esconde que defende o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Bastidores apontam ainda que Romero estaria incomodado com esse envolvimento entre Kassab e Lula.

Perguntado se vê Kassab e o PSD de fato se aproximando ao petista, Bruno disse que não, que são apenas “obrigações de diálogo”, pelo fato de, na sua visão, Kassab ter uma “capacidade de articulação muito grande”. No entanto, Bruno foi enfático ao dizer que não concorda com uma aproximação do partido com o PT e “a turma que está no entorno”.

“Isso termina impondo a ele algumas obrigações de diálogo. Mas eu, particularmente, já me manifestei internamente no partido. Sou totalmente contrário a um movimento de aproximação com o PT, o ex-presidente Lula, a ex-presidente Dilma e com a turma que está no entorno. Já deixei isso muito claro e não tenho nenhum receio de manifestar essa opinião”, justificou.

No fim, Bruno ainda confirmou que votará no presidente Jair Bolsonaro em 2022: “Voto sim, naturalmente. Eu não tenho ver como ver de volta o aparelhamento e tudo aquilo que já foi divulgado pela imprensa e justiça nos últimos anos”, disse.

Presença na CPI da Pandemia

Perguntado se em um suposto depoimento à CPI da Pandemia, Bruno Cunha Lima defenderia o presidente Jair Bolsonaro, o gestor desviou da pergunta e disse que é favorável à investigação. No entanto, ele criticou a realização da CPI neste momento específico.

“Embora seja extremamente importante a investigação e o processo de acompanhamento, seja pelo parlamento ou pelo Ministério Público, Polícia Federal, quem seja, ela tem o seu momento. E não esse palanque político”, criticou.

A CPI da Pandemia investiga ações e possíveis omissões do governo federal na condução da pandemia, além do repasse de verbas federais para estados e municípios.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba