Arapuan Verdade

Azevêdo minimiza "desencontros" com Veneziano, defende vacinação para crianças e rechaça permanecer em federação partidária com o PSDB: "Sairei eu ou sairão os outros"

Em entrevista ao Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan, nesta terça-feira (21), o governador João Azevêdo (Cidadania) falou sobre a vacinação contra a Covid-19, futuro partidário a partir das federações partidárias e até relação com o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB).

Azevêdo defendeu a vacinação contra a Covid-19 a crianças baseado em estudos científicos e questionou a atitude do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao ameaçar expor o nome dos técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que autorizaram a aplicação dos imunizantes nas crianças.

“Entre o risco de contrair a doença e vir a óbito e você ter uma pequena reação da vacina, não tenha dúvida nenhuma que compensa e vale muito mais a pena a vacinação. Cada pai, cada avô ou responsável leve seu filho para depois não chorar a morte de uma dessas crianças”, opinou.

Ainda sobre vacinação, João foi perguntado se pretende judicializar uma possível sanção, por parte do prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), do projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal da cidade que prevê a proibição da exigência do chamado ‘passaporte de vacina’ na cidade. João respondeu que sim.

“Caso haja alguma lei aprovada e sancionada que vá contrária à compreensão do que os dados estão mostrando, nós iremos sim acionar a Justiça. Não há motivo para se negar a simplesmente meter a mão na carteira e mostrar o cartão de vacinação”, respondeu. Na sua visão, essa discussão é ideológica e política.

Azevêdo disse ainda que discute com a equipe técnica a recomendação feita pelos Ministérios Públicos para passar a exigir o comprovante de vacinação em shoppings pelo Estado.

Política

Perguntado acerca das críticas que recebe de alguns de que deveria “fazer mais política”, o governador disse ter a noção que faz sim política, mas não aquela política do “toma lá dá cá”, e sim uma política de resultados para a população paraibana.

“Eu tenho uma leitura que talvez essa reclamação possa ser de uma ou duas pessoas que talvez não tenham seus pleitos efetivamente atendidos. Entretanto, eu sei muito bem de que na hora que você é representante de uma população, esteja exercendo um cargo no legislativo e você se elege deputado de uma região, e naquela região o governo está levando saúde, obras de infraestrutura, assistência social, você capitaliza aquilo enquanto deputado ou aliado desse governo. Essa é a forma de você fazer política”, respondeu.

“Fazer política não é troca o tempo todo de benesses para quem quer que seja. Fazer política é fazer gestão pública eficiente, compartilhar com pessoas que pensam e querem um Estado mais avançado, melhor, que gere mais emprego. Essa que é a verdadeira política. A política do troca, do toma lá dá cá, está a cada dia ficando para trás. Eu não tenho essa preocupação, porque tenho a convicção de que poucas pessoas fazem esse tipo de observação”, continuou.

Reajuste salarial

Azevêdo disse que tem feito levantamentos para ver a capacidade financeira do Estado para definir, em janeiro, se será possível aplicar um reajuste salarial aos servidores. Termina de vigorar em 31 de dezembro uma lei que proíbe os gestores de promoverem reajustes salarias em detrimento da pandemia da Covid-19, conhecida como “Lei de Socorro aos Estados”.

Federação partidária

Correm nos bastidores de Brasília uma possível federação partidária entre o Cidadania e o PSDB, o que poderia causar, na Paraíba, uma mudança de sigla por parte do governador. Questionado se os rumores procedem, Azevêdo afirmou a indagação, pois na sua visão, não há forma de permanecer junto com os integrantes do partido tucano.

“É importante entender que essa federação está sendo discutida dentro da executiva nacional do Cidadania e caso se confirme, nós precisamos saber qual o partido será federado ao Cidadania, se o PSDB ou se outro. Em se confirmando a federação, precisamos definir claramente como funcionarão as federações a nível estadual, como ficará a coordenação. Em sendo o PSDB, nós vamos ter que encontrar as alternativas. Sairei eu ou sairão os outros. Não tem outra forma”, falou.

Para o governador, essa definição também sairá em janeiro. Ele afirmou ainda, sem citar nomes, que recebeu convite oficial de dois partidos, entre PSB, PSD e MDB, que são as siglas que estão sendo mais ventiladas para uma possível mudança. Azevêdo, no entanto, reafirmou que se sente muito bem no Cidadania.

Relação com Veneziano

Questionado acerca de sua relação com o senador Veneziano Vital do Rêgo, que anda meio conturbada nos últimos meses, Azevêdo disse que esse tema é “mais uma preocupação que eu não tenho”.

“São decisões que cabem a cada partido tomar. Eu não tenho nada de grave que tenha acontecido entre mim e Veneziano que tenha provocado um [possível] rompimento. A não ser disputas de espaço e de interesse, o que é natural. Ele está tentando fazer o partido dele crescer”, falou.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba