Ato contra o governo Dilma reúne um milhão de manifestantes em Copacabana e na paulista

1457825317390

Manifestantes contrários ao governo Dilma Rousseff e a favor das investigações da Operação Lava Jato se reuniram na manhã deste domingo (13) na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio. A concentração do ato foi marcada para as 10h, mas os manifestantes começaram a chegar por volta das 9h e se dispersaram cerca de seis horas depois, às 15h, quando acabou o ato (acompanhe a cobertura dos protestos em todo o Brasil em tempo real).

A passeata, que por volta das 10h30 contava com 5 carros de som, seguiu por cerca de 2 quilômetros em direção ao Leme. Os manifestantes começaram a caminhar por volta das 10h e paravam ao longo do caminho para ouvir os discursos dos organizadores.
Quase quatro horas após o início do protesto, organizadores estimaram a presença de cerca de 1 milhão de pessoas na manifestação. A Polícia Militar não divulgou um balanço.
Por meio de sua assessoria, a Polícia Militar informou que reforçou o policiamento em todos os locais onde estão previstas manifestações neste domingo, inclusive com apoio do Batalhão de Choque. O número do efetivo não foi divulgado por questões de segurança.

Às 11h20, uma hora e 20 minutos após o horário marcado para o início do ato, os manifestantes ocupavam cerca de 8 quarteirões da Praia de Copacabana e as duas pistas da Avenida  Atlântica. Eles estenderam uma grande bandeira, na qual estava escrito “chega de impunidade”.

Para Bernardo Santoro, coordenador estadual do Movimento Brasil Livre (MBL), o ato em Copacabana foi um sucesso. “Mais de 1 milhão de pessoas engajadas por um Brasil sem PT, por um Brasil com impeachment que pensa em crescimento econômico e progresso. E que pensa no futuro dos nossos filhos”, disse.

“Superou o que esperávamos. Estamos muito felizes. Foi tudo em paz. Trouxemos as pessoas para marcar a nossa insatisfação com a corrupção em geral”, disse Pedro Rodrigues, um dos organizadores e representante do Vem Pra Rua. Segundo o organizador do Vem Pra Rua, o número de pessoas foi maior do que o esperado: “A estimativa era de 500 mil pessoas, mas batemos 1 milhão, talvez até 1,5 milhão”.

Pouco antes das 13h, começou a cair uma chuva fina em Copacabana. Na noite de sábado, uma forte chuva atingiu a cidade e matou quatro pessoas (dois na comunidade Chácara do Céu, no Leblon, um em Rocha Miranda, no Subúrbio, e na Rocinha).

Já perto do fim do protesto, por volta das 15h, três jovens tiveram que ser retirados da manifestação em Copacabana dentro de um carro da polícia. Segundo testemunhas, eles estariam defendendo o governo e começou a confusão.
Na concentração, ambulantes vendiam bonecos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma vestidos de presidiáro por R$ 10.

Um dos ambulantes, que preferiu não se identificar, disse que trouxe para vender 100 unidades. Segundo contou, os bonecos infláveis são produzidos em São Paulo. Os bonecos se esgotaram por volta do meio-dia, segundo um dos ambulantes.

Um carro guiado por controle remoto chamava a atenção que quem participava do protesto. Rogério Ramos, 40 anos, técnico em mecatrônica, contou que o objetivo do carro operado remotamente, que circula por Copacabana com a bandeira do Brasil, é mostrar que o país está sem controle.
“Viva o Sérgio Moro! Viva a Lava Jato!”, eram algumas das palavras de ordem durante o ato. “Sem exceção de partido, a nossa luta é contra a corrupção. A gasolina está a quase R$ 5 e ninguém aguenta mais. O Brasil está dizendo chega. A Dilma representa mais alguém aqui em Copacabana?”, discursou um dos manifestantes no carro de som.

“Venho a todas as manifestações. Está muito bonito. Muita gente”, disse Lea Barretto, de 92 anos, que foi ao protesto ao lado da filha,Tereza Barretto. “E eu também danço”, completou.
“Eu sou contra tudo. Sou a favor do impeachment é contra o PT”, disse o administrador Gabriel Passos, 23 anos. Segundo ele, mesmo com chuva, a manifestação não esmorece.

O jovem acredita que o pedido de prisão preventiva do ex-presidente Lula feito pelo Ministério Público de São Paulo deu “gás” ao protesto deste domingo.

Ele compareceu à manifestação ao lado da namorada e de um grupo de amigas.

Fonte: G1 Rio
Créditos: Gabriel Barreira e Nicolás Satriano