Lenha na fogueira da aliança PT/PSB
Por Heron Cid
Até quando PT e PSB da Paraíba continuarão encenando, e mal, o teatro da forçada aliança celebrada dias antes da convenção de 2014? É o que se pergunta a cada episódio de ataque mútuo entre os dois partidos, geralmente motivados por comparações e provocações administrativas entre as gestões da Prefeitura e do Estado.
A última veio do governador Ricardo Coutinho, ressentido com declaração do secretário Adalberto Fulgêncio, braço direito do prefeito Luciano Cartaxo e para quem as “obras estruturantes” do Estado em João Pessoa são fruto do aporte financeiro do governo federal, portanto, tem origem no PT.
Bem ao seu estilo, Ricardo reagiu, pra começo de conversa, chamando de “figuras carimbadas” os autores, ou nesse caso o autor, dessas colocações. E passou logo na cara o silêncio do PT na defesa do governo Dilma. Falta, na leitura de Ricardo, “esse grupo” botar a “cabeça de fora”.
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Foi além. Condenou a atitude de quem tenta “se apropriar do recurso que é público”. Ratificou o Trevo de Mangabeira como uma “obra urbana”, de R$ 25 milhões, e o asfaltamento de 24 ruas do entorno, como uma intervenção estritamente patrocinada com dinheiro do cofre estadual.
No complemento, uma estocada administrativa com objetivo conhecido e endereço certo: “As pessoas lembrarão como era aquela rotatória e que acumulava diariamente engarrafamentos de quilômetros nos horários de pico. A obra está se vestindo e está avançando”.
O confronto Ricardo e Adalberto não é um fato em si. Um dia a gestão de Cartaxo é atacada na Câmara por vereador do PSB. Outro, a bancada de Cartaxo atira contra a administração de Ricardo. Mais adiante, Luciano visita o Túnel da Lagoa e dá várias alfinetadas nas gestões socialistas. Em seguida, Ricardo inspeciona obras do Estado na Capital e anuncia calendário isolado de inaugurações em João Pessoa.
Praticamente um ano após a celebração da coligação, sob o argumento de que a união seria boa pra cidade, Ricardo e Cartaxo até hoje não pactuaram um convênio ou anunciaram uma única obra conjunta. Pelo contrário, às vésperas de São João, botam lenha na fogueira das diferenças.
