Após mais de 70 dias em greve no Acre, os servidores do INSS, decidiram durante assembleia, nesta quinta-feira (24), pela suspensão da paralisação no estado. Os atendimentos, segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Acre (Sindsep-AC), devem ser normalizados a partir do dia 1° de outubro. Esse período será para que os servidores normalizem a demanda que ficou acumulada.
As principais reivindicações da categoria eram o reajuste salarial de 27,5%, a incorporação das gratificações, 30 horas de trabalho semanal para todos os funcionários, realização de concurso público e melhoria das condições de trabalho.
De acordo com o líder do movimento, Kennedy Afonso, o governo divulgou uma proposta que foi aceita pelos servidores. O acordo é basicamente a reposição das perdas salariais em dois anos, com a primeira parcela em agosto de 2016 e a segunda em janeiro de 2017. Outra conquista da categoria, foi a incorporação da gratificação ao salário.
Afonso destaca ainda que, apesar da suspensão da greve, a categoria continua com o movimento, caso o governo não cumpra o acordo. “Por isso a ideia da suspensão, por entender que caso o governo não cumpra, a gente está em processo de mobilização e vamos cobrar isso”, destaca.
O sindicalista orienta ainda que as pessoas deixem para procurar atendimento somente no dia 1º. “Então, nesses dias vamos estar revendo processos e fazendo o esquema de atendimento do nosso retorno. Entendemos que vai haver uma procura muito grande de segurados nas agência, mas pedimos que as pessoas não nos procurem nesses dias. Porque vamos estar fazendo atendimento de pessoas agendadas”, explica.
As pessoas que procurarem informações ou precisam fazer atualizações de benefícios devem procurar a gerência executiva, na Avenida Getúlio Vargas, em Rio Branco. Lá, serão disponibilizados os atendimento espontâneos”, diz.
Entenda o caso
A categoria entrou em greve no dia 10 de julho. Inicialmente, além da reposição salarial de 27% e o pedido para que o salário seja fixo e a gratificação de 30%, o inverso do que acontece atualmente, a categoria também pedia melhor estruturação nas agências do estado.
No dia 19 de agosto, a categoria denunciou ao G1 cortes nos salários dos servidores que estavam em greve. Os descontos passavam de mil reais.
Um dos servidores se ausentou por 20 dias das suas atividades durante o mês de julho e teve desconto de R$ 7.107,23, sendo que também foi descontado o auxílio alimentação e transporte, chegando a um total de R$ 9.536,76 de desconto.
Como resposta à medida do governo, a agência de Cruzeiro do Sul, a 648 quilômetros de Rio Branco, decidiu suspender as perícias médicas que ainda estavam sendo feitas até o dia 20 de agosto.
No dia 9 de setembro, os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) decidiram pelo fim da paralisação em Cruzeiro do Sul, a 648 quilômetros de Rio Branco. Os atendimentos que não precisam de perícia médica foram normalizados. De acordo com o gerente da única agência de Cruzeiro do Sul, Fernando Júnior, as propostas apresentadas pelo governo foram consideradas satisfatórias pelos servidores.
Ao todo, o órgão possui sete agências e duas unidades de atendimentos, distribuídas nos municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Tarauacá, Feijó, Sena Madureira, Rio Branco, Xapuri e Brasileia.
Globo.com