Paraíba - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve, nesta quarta-feira (28), na cidade de Salgueiro, em Pernambuco, para anunciar uma nova etapa da transposição do Rio São Francisco. Durante o evento, Lula assinou ordem de serviço no valor de R$ 491,3 milhões para ampliação da capacidade de bombeamento de água no Eixo Norte da obra, parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A viagem chegou a ser colocada em dúvida após o presidente ser diagnosticado com labirintite na última segunda-feira (26), o que o levou a cancelar compromissos naquela data. Contudo, Lula retomou sua agenda na terça-feira (27) e manteve os compromissos no Nordeste, em um esforço para reforçar a presença do governo federal na região.
Durante seu discurso, o presidente afirmou que o objetivo da transposição vai muito além de obras vistosas ou voltadas ao turismo. “A transposição do Rio São Francisco não foi feita para criar piscina de onda para os ricos do Nordeste, nem para construir praia para atrair turistas estrangeiros”, disse Lula. Segundo ele, o projeto tem como foco garantir acesso à água potável para cerca de 12 milhões de pessoas no semiárido brasileiro.
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O presidente ressaltou que o sucesso da iniciativa depende do esforço conjunto entre as esferas federal, estadual e municipal, especialmente para atender os pequenos agricultores. “Essa água precisa chegar ao pequeno agricultor. O grande produtor tem dinheiro para comprar motor, trator e bomba. O pobre não tem”, destacou.
A ampliação da capacidade de bombeamento permitirá dobrar a vazão atual de 24,75 m³ para 49 m³ por segundo, beneficiando 8,1 milhões de pessoas em 237 municípios de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A conclusão da obra está prevista para janeiro de 2028.
Críticas ao governo anterior
Além de tratar da pauta hídrica, Lula também aproveitou o palanque para fazer críticas ao governo anterior, sem citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “A gente não pode votar em qualquer tranqueira para governar esse país”, afirmou, em meio a falas sobre responsabilidade política e defesa da democracia. Em tom firme, completou: “É preciso votar em gente que tenha dignidade. Esse país não pode mais sofrer o retrocesso que nós sofremos nos últimos seis anos”.
