O ex-ministro Ciro Gomes, o governador do Maranhão, Flávio Dino, e o presidente do PDT, Carlos Lupi, se uniram neste domingo para lançar o movimento movimento “Golpe Nunca Mais”, um posicionamento contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Dino defendeu Dilma ao dizer que não há motivos para uma mudança precoce de presidente da República.
— A Constituição diz que para haver um impeachment não basta que não se goste do governo. É preciso que haja uma causa legítima. O chamado crime de responsabilidade está previsto no Artigo 85 da Constituição e as hipóteses ali existentes não estão presentes nesse momento — afirmou.
O governador pediu ainda serenidade àqueles que não gostam do governo de Dilma: — As críticas todas são legítimas, mas nenhum interesse político está acima da democracia. É preciso que haja serenidade neste momento. É legítimo não gostar (do governo), mas há um momento de manifestar que não gosta, que é na próxima eleição. No presidencialismo não existeimpeachment por gosto.
Lupi, por sua vez, disse não duvidar da seriedade da presidente e acrescentou que não defende Dilma “por conveniência, e sim por convicção”. O presidente do PDT reforçou isso ao dizer que o partido terá candidato próprio à presidência da República em 2018.
— Não é fingir que não estamos vivendo uma realidade muito grave. O país está mal, a economia está mal, tudo isso estamos vendo. Não é nenhuma conveniência eleitoral o apoio à presidente Dilma. Temos clareza que o PDT terá candidato próprio à presidência da República— disse.
Ciro Gomes voltou a acusar o vice-presidente da República, Michel Temer, de ser “o capitão do golpe”. Ele ainda chamou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha – responsável por aceitar o pedido de impeachment na Câmara – de ser “parceiro íntimo” de Temer.
— Se a Dilma cair é o Michel Temer que assume. Perguntem qual é a opinião dele sobre seu parceiro íntimo ter conta na Suíça. O beneficiário dessa situação é o Michel Temer, o capitão do golpe — afirmou.
De acordo com sua assessoria, o vice-presidente da República está em São Paulo com a família e não vai se manifestar sobre as declarações do ex-ministro. Já Dilma disse ontem, após evento no Recife, que espera “integral confiança” de Temer.
O Globo