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Aliado de Bolsonaro, Netanyahu não consegue maioria para formar governo em Israel e renuncia

Na fim de setembro, Bibi, como o primeiro-ministro é conhecido, e Gantz concordaram em negociar uma coalizão. Em um movimento inesperado, Netanyahu se dispôs a revezar o cargo de primeiro-ministro com o líder do partido Azul e Branco —num modelo em que cada um ocuparia o posto por dois anos.

Um eventual governo de união nacional foi bem recebido por representantes da política israelense, mas a iniciativa não vingou. Gantz, porém, também não tem caminho livre para obter maioria no Knesset —o Parlamento de Israel—, o que pode levar a outra eleição geral, a terceira desde abril.

Ele terá 28 dias para convencer aliados em potencial. Em um comunicado, o partido Azul e Branco declarou que “o tempo de andar dando voltas terminou, agora é o momento de agir” e que “está decidido a formar um governo de união liberal, liderado por Benny Gantz, em quem o povo de Israel votou há um mês”.

Com o termo “liberal”, a formação deu indícios de que limitará a influência dos partidos religiosos na hora de tentar formar uma coalizão.

Netanyahu, que havia exercido a função inicialmente de junho de 1996 a julho de 1999, vem se mantendo no posto desde março de 2009.

Durante esse período, estabeleceu-se como um importante representante da direita na política mundial. Foi dessa maneira que se tornou um aliado de primeira hora do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Ele também mantém ótimas relações com o mandatário americano, Donald Trump.

Mas o premiê viu sua força política diminuir ao enfrentar uma série de acusações de corrupção, o que ele nega.

As três investigações criminais das quais Netanyahu é suspeito foram chamadas de casos 1.000, 2.000 e 4.000. O primeiro envolve acusações de que o premiê recebeu US$ 132 mil (R$ 545 mil) em presentes de amigos empresários, incluindo charutos e bebidas alcoólicas, em troca de benefícios.

O caso 2.000 diz respeito à troca favores com o dono do jornal Yedioth Aharonoth para receber cobertura jornalística mais amena.

No caso 4.000, ele é acusado de patrocinar legislação beneficiando a empresa de telecomunicações Bezeq em troca de cobertura positiva no site de notícias do dono da empresa, o Walla News.

Ex-chefe militar, Gantz prometeu não participar de um governo sob um primeiro-ministro que enfrenta acusações criminais. O Likud ficou em segundo lugar na votação de setembro, com 32 cadeiras no parlamento de 120 membros, atrás de 33 no Azul e Branco.

O partido de Bibi, no entanto, conta com o apoio de 55 legisladores no Parlamento, contra 54 do Azul e Branco. Por isso, o presidente Rivlin deu ao atual premiê o direito de ser o primeiro a tentar formar um governo.

Fonte: Folha de S.Paulo
Créditos: Folha de S.Paulo