Afastamento preventivo

Alexandre de Moraes deve analisar pedido de afastamento de Eduardo Bolsonaro do mandato na Câmara

Alexandre de Moraes deve analisar pedido de afastamento de Eduardo Bolsonaro do mandato na Câmara

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve analisar nos próximos dias um pedido de medida cautelar que propõe o afastamento preventivo do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) do mandato parlamentar.

O requerimento faz parte de uma representação protocolada pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), no último dia 22 de julho. Na petição, além de solicitar a proibição de uma eventual nomeação de Eduardo para um cargo comissionado pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), com o objetivo de prorrogar sua licença e mantê-lo nos Estados Unidos, o parlamentar petista também pediu o afastamento do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro de suas funções na Câmara.

O caso ganhou novo peso político após a decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros — medida atribuída, em parte, ao lobby de Eduardo junto à administração de Donald Trump. A repercussão negativa no Brasil reacendeu críticas e, entre setores da opinião pública, o deputado passou a ser chamado de “traidor da pátria”.

Eduardo Bolsonaro é investigado no STF no âmbito do Inquérito 4995 e também responde à Ação Penal 2.668. As apurações envolvem suspeitas de coação no curso do processo e obstrução de Justiça, em razão da articulação que ele teria feito no exterior em defesa dos interesses do pai e contra autoridades brasileiras, incluindo o próprio Alexandre de Moraes.

Na peça enviada ao Supremo, Lindbergh Farias argumenta que o afastamento se faz necessário para “evitar a possível continuidade delitiva” por parte do deputado. A decisão agora está nas mãos de Moraes, que também foi alvo recente de sanções impostas pelo governo americano com base na chamada Lei Magnitsky.