Nenhuma medida

"Alegre, bem descontraído": Bolsonaro promove almoço com direito a leitão, em dia de recorde de mortes por Covid-19 no país

Enquanto governadores e prefeitos se reuniam para tratar da pandemia, presidente optou por encontro informal

Descrito como “alegre” e “bem descontraído” pelo deputado Fábio Ramalho (MDB-MG), o presidente Jair Bolsonaro promoveu, na terça-feira (02), um almoço temático informal com direito a leitão, no Palácio do Planalto. Bolsonaro e os convidados almoçaram e se divertiram com a pandemia em seu pior momento no país.

Enquanto isso, o grupo de governadores, que não se encontra com Bolsonaro há 286 dias, realizava reunião com Arthur Lira (PP-AL), oito deles presencialmente, em Brasília, e 14 à distância. Em São Paulo, João Doria (PSDB-SP) fez encontro com 618 prefeitos e representantes para discutir novas medidas de controle.

Ramalho afirmou que não houve medidas concretas deliberadas no encontro no Palácio do Planalto, mas que o presidente falou da pandemia e disse que há muitas vacinas para chegar. O deputado, coordenador da bancada mineira no Congresso, também preparou linguiça, feijão tropeiro e carne moída com quiabo para o banquete. As informações são da coluna Painel, da Folha de São Paulo.

“Ele [Bolsonaro] vai para Minas Gerais amanhã [quarta], se não me engano, e volta para lá no dia 26. Estava alegre, bem descontraído”, diz Ramalho, completando que há outro almoço já marcado para abril.

As fotos mostram boa parte dos participantes sem máscaras. Em uma delas, apenas o convidado Romeu Zema (Novo-MG) e seu secretário, Matheus Simões, aparecem com a proteção, ao lado de outras sete pessoas, entre elas, Bolsonaro. Nas redes sociais, Bolsonaro compartilhou pela manhã uma nota do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) contra os lockdowns para conter a pandemia e à tarde tratou do episódio em que foi flagrado pescando em área de proteção ambiental, em 2012.

O Brasil registrou 1.726 mortes nesta terça-feira (02), maior número diário de vidas perdidas de toda a pandemia até agora. Em Porto Alegre (RS), o hospital Moinhos de Vento foi obrigado a alugar contêineres para alocar os corpos de vítimas da Covid-19. Os últimos dias foram de articulação por parte dos estados e municípios. Secretários de Saúde divulgaram carta pedindo toque de recolher nacional das 20h às 6h. Lira e governadores citaram R$ 14,5 bilhões a mais para combate à Covid-19 no Orçamento 2021.

Fonte: Painel/Folha de São Paulo
Créditos: Polêmica Paraíba